Despreparado e sem ter o que oferecer aos eleitores, Bolsonaro promete submeter a Presidência à orientação de pastores evangélicos, violando o caráter laico do Estado ESTADÃO editorial Jair Bolsonaro nunca governou. Desde o início do mandato, o presidente sempre esteve em campanha, seja em momentos de folga, que são muitos, seja no horário de expediente, como constatou recente reportagem do Estadão. Na terça-feira passada, duas horas da agenda de Bolsonaro, que deveria estar repleta de compromissos de Estado em razão das múltiplas crises que o Brasil enfrenta, foram dedicadas a um encontro com pastores e religiosos evangélicos, exigindo mobilizar a estrutura da Presidência. O assunto foi um só: as eleições de outubro. No dia anterior, o encontro, sobre o mesmo tema, havia sido com pecuaristas. Parece que, para Bolsonaro, não há legislação eleitoral – a impedir o uso da máquina pública para fins eleitorais – e, principalmente, que não existe um país a ser governado. Vale lembrar que o