Pular para o conteúdo principal

Atual crise da Igreja Católica é a maior desde a Reforma

[opinião]

Massimo Faggioli
para Foreign Affairs

A Igreja Católica está enfrentando a sua mais séria crise em 500 anos. Nestes últimos meses, uma nova onda de revelações de abusos clericais deixou o mundo em estado de choque.

Da Austrália ao Chile, da Alemanha aos Estados Unidos, relatos horripilantes revelaram milhares de casos de assédio infantil cometidos por membros do clero. Um relatório de um Grande Júri dos Estados Unidos documentou 1.000 crianças abusadas por 300 padres somente no Estado da Pensilvânia ao longo de sete décadas.

A nova onda de revelações em 2018 foi perturbadora não apenas porque expôs a persistência dos abusos, mas também porque envolveu autoridades de alto nível da Igreja nos abusos e no seu acobertamento. 

O cardeal Theodore McCarrick, ex-arcebispo de Washington, renunciou ao Colégio dos Cardeais em julho, quando acusações confiáveis vieram à tona, denunciando que ele havia abusado sexualmente de um menor e assediado os seminaristas que ele supervisionava.

As revelações sobre McCarrick foram particularmente preocupantes, porque o ex-arcebispo havia desempenhado um papel de liderança na resposta da Igreja Católica ao último escândalo de abusos sexuais clericais em 2002.

No fim de agosto, o arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-diplomata papal, publicou uma carta acusando o papa Francisco de saber sobre os abusos sexuais de McCarrick há anos e de ajudar a encobri-los. Viganò concluiu pedindo ao papa que renunciasse.

A carta de Viganò e o próprio escândalo enviaram ondas de choque ao longo de uma fundação que já estava rachada. A Igreja está amargamente dividida entre alas progressistas e conservadoras. Essa divisão é particularmente pronunciada nos Estados Unidos, onde os católicos neotradicionalistas, altamente mobilizados, assumiram o pedido de Viganò pela renúncia de Francisco.

Igreja está divida
e pode se fragmentar
em muitas

Esse ramo da Igreja já temia que Francisco apresentasse uma ameaça progressiva aos ensinamentos da Igreja sobre matrimônio e sexualidade. A carta parecia justificar tal desconfiança, acusando o atual papado e seus apoiadores na Igreja de complacência com aquilo que Viganò chamou de “ideologia pró-gay” e “redes homossexuais” entre o clero. Na opinião de Viganò, essa foi a causa da crise dos abusos.

Os progressistas da Igreja, enquanto isso, defenderam Francisco contra as denúncias, mas sem a determinação daqueles que estão exigindo a sua renúncia – em parte porque eles também consideram o seu histórico geral em relação à crise dos abusos sexuais como fraco.

Na necessidade desesperada de uma reforma institucional e enfrentando crescentes rixas políticas, teológicas e geopolíticas, a Igreja não experimentava uma crise tão grande desde a Reforma Protestante. 

Ao contrário do século XVI, a situação atual provavelmente não resultará em um cisma ou no estabelecimento de novas Igrejas. Mas, para entender a magnitude e a complexidade do que está acontecendo agora, temos que olhar para trás e para uma ruptura tão significativa. Uma Igreja dividida

Assim como a Reforma, a atual crise se desdobra contra um pano de fundo de corrupção institucional generalizada. Então e agora, a Igreja institucional, especificamente o papado, recuou em relação a propostas-chave de reforma nas décadas anteriores à crise.

No início do século XV, após um período de cisma, uma série de concílios se reuniu para unificar a Igreja Católica. Eles propuseram um sistema pelo qual um conselho de representantes das Igrejas locais forneceria um controle sobre o poder papal e a corrupção. Mas o papado foi rápido em declarar essa doutrina, conhecida como conciliarismo, incompatível com o catolicismo.

Essa inversão foi um fator que tornou possível a corrupção na liderança da Igreja que Martinho Lutero viu quando visitou Roma em 1510. Os papas do Renascimento encorajaram a reforma, mas nunca uma reforma que se estendesse ao papado.

Nos anos após o fim do Concílio Vaticano II em 1962-1965, o papado mais uma vez recuou em relação às reformas. O Vaticano II teve um enorme impacto na cultura e na teologia da Igreja, incluindo a mudança da linguagem da missa do latim ao vernáculo e incluindo mais os leigos e os jovens na vida da Igreja.

No entanto, teve muito pouco sucesso na reforma da estrutura institucional da Igreja e do papado. Embora as propostas vindas dos bispos do Vaticano II para mudanças radicais na Cúria Romana (o governo central da Igreja) fossem cuidadosamente ouvidas por Paulo VI (ele mesmo uma criatura da Cúria Romana), ele finalmente decidiu retirar essa pauta do Vaticano II.

A crise dos abusos sexuais hoje se deve em grande parte aos 50 anos de um ofício papal que rejeitava qualquer proposta de descentralização ou de modernização de uma Cúria Romana cuja estrutura mudou pouco desde a sua fundação em 1588, no período imediatamente posterior ao Concílio de Trento. Ela continua sendo um sistema de carreira sem responsabilização real, não apenas quando se trata da crise dos abusos, mas também em termos da governança e liderança pastoral das Igrejas locais confiadas aos bispos.

A Cúria também está seriamente subfinanciada e com pouco pessoal para as tarefas que supostamente deve desempenhar, incluindo a seleção, a avaliação, a nomeação e a supervisão de um episcopado que, hoje, consiste em mais de 5.000 bispos católicos em todo o mundo.

Mediante medidas como a descentralização do processo de anulação do matrimônio e um novo conjunto de procedimentos para os Sínodos dos Bispos – parte do impulso deste pontificado rumo a uma Igreja mais “sinodal”, menos clerical e menos dependente de Roma – o papa Francisco visivelmente tentou mudar de rumo e permitir mais descentralização da Igreja: resta saber se já é tarde demais.

Até agora, o episcopado mundial não tem se mostrado disposto a aceitar a oferta do papa. A mudança mais visível foi a decisão de Francisco de criar mais cardeais (em comparação com o passado) do chamado Sul global. Mas essa não é uma mudança que pode ou vai afetar o governo central da Igreja em Roma no curto prazo.

A fragilidade que resulta de um papado e de uma Igreja resistentes à reforma institucional tornam as disputas teológicas ainda mais perigosas. Na época de Lutero, a disputa centrou-se no papel da Escritura na vida teológica dos cristãos. Hoje, os católicos estão divididos em torno dos ensinamentos da Igreja sobre a sexualidade.


Consideremos, primeiro, os pontos de vista de muitos católicos tradicionalistas, especialmente leigos e clérigos nos Estados Unidos que gravitam em torno de revistas como First Things, o conglomerado midiático católico EWTN, blogs tradicionalistas e grupos de lobby católicos como o Instituto Napa.

Eles tendem a ver a crise dos abusos como um produto da revolução sexual dos anos 1960 e 1970, que eles acreditam ter contribuído para a normalização da cultura LGBT dentro do clero, entre outros desdobramentos. 

Essa ala da Igreja acredita que a crise dos abusos só diminuirá se a Igreja se mantiver firme contra qualquer tentativa de atualizar o ensino oficial sobre as questões sexuais – especialmente sobre a homossexualidade. Para muitos tradicionalistas, a aplicação efetiva desse ensino significaria reprimir a homossexualidade entre o clero, incluindo clérigos gays que são celibatários e castos.

O lado liberal-progressista da Igreja, incluindo os cardeais estadunidenses nomeados por Francisco, como Blase Cupich, de Chicago, e Joseph Tobin, de Newark, geralmente afirma o ensinamento católico sobre a sexualidade, mas defende uma abordagem mais pragmática a questões como as situações de católicos gays, divorciados e recasados, de contracepção e coabitação pré-marital.

Esse grupo vê o silenciamento e o acobertamento dos abusos como um resultado tóxico da hipocrisia da Igreja institucional, que até recentemente havia negado a necessidade de atualizar a linguagem dos seus ensinamentos, enquanto, silenciosamente, estava ciente da enorme lacuna entre tais ensinamentos e a cultura moderna.

Assim como durante a Reforma Protestante, a brecha teológica se estendeu para além do clero até os leigos e os fiéis comuns nos bancos das igrejas. Os debates não são sobre questões doutrinárias obscuras para especialistas, mas sobre questões como a sexualidade, que fazem parte da vida cotidiana dos leigos.

O mesmo vale para as brechas políticas dentro da Igreja, tanto no século XVI quanto hoje. A Reforma Protestante foi o início de um processo de nacionalização política, em que os fiéis se tornaram sujeitos não só da Igreja, mas também das nações. A ascensão do Estado-nação marcou o declínio da doutrina política católica romana que mantinha a suprema legitimidade da Igreja (especificamente do papa) sobre a dos governantes imperiais.

De um modo semelhante, a crise católica hoje tem a ver com as divisões políticas mais profundas dentro da Igreja em torno do ensino correto sobre questões sociopolíticas. Onde os católicos conservadores tradicionalistas tendem a se opor a qualquer legislação que descriminalize o aborto, os progressistas geralmente são favoráveis à descriminalização junto com medidas que ofereçam às mulheres alternativas destinadas a limitar o número de abortos o máximo possível. Os conservadores tendem a se opor ao acesso universal aos cuidados de saúde e a ser favoráveis ao direito irrestrito aos civis de portar armas, enquanto os progressistas são favoráveis ao primeiro e pressionam pelo controle das armas.

Os dois campos também têm opiniões opostas sobre a pena de morte e sobre a recente mudança de Francisco no Catecismo, que declarou a pena capital como “inadmissível”. Em geral, os conservadores favorecem o encolhimento do governo, enquanto os progressistas veem os serviços governamentais e as autoridades públicas como essenciais para promover o bem comum na sociedade civil. Essas divergências políticas entre os dois campos católicos nunca foram tão profundas nos tempos modernos, especialmente no mundo ocidental.

Assim como a Reforma, que levou ao rompimento religioso do Sacro Império Romano de Carlos V, a crise de hoje tem dimensões geopolíticas. O papa Francisco, pela primeira vez, desviou o olhar do papado para longe da Europa e da América do Norte, voltando-se para o Sul global, especialmente para a Ásia. Em setembro de 2018, por exemplo, Francisco conseguiu chegar a um acordo histórico com o governo da China para reunir a Igreja oficial e não oficial de lá – uma medida que muitos católicos dos Estados Unidos veem com grande desconfiança.

Muitos dos críticos do papa no Ocidente, e particularmente nos Estados Unidos, veem a crise dos abusos não apenas como um fracasso moral-teológico, mas também como o fracasso da Igreja Católica em continuar sendo a alma do Ocidente. 

Não é coincidência que o ex-estrategista da Casa Branca e presidente do Breitbart News, Steve Bannon, está ajudando a construir o Instituto Dignitatis Humanae, um instituto católico romano de direita na Itália, cujo fundador o descreve como uma “academia para o Ocidente judaico-cristão”.
O que vem em seguida?

Dadas essas divisões, uma nova ruptura está no horizonte para o Vaticano? Um cisma formal na Igreja Católica é, embora não impossível, improvável no curto prazo. Os potenciais membros de uma seita católica cismática estão localizados em áreas do mundo como os Estados Unidos, onde a Igreja tem recursos financeiros e propriedades significativos, além de uma ampla gama de instituições católicas independentes que operam em grande parte fora da hierarquia da Igreja. Um cisma desencadearia uma cascata de alegações contenciosas sobre quem é dono do quê – e quem deve o quê, à medida que a Igreja paga os danos às vítimas de abuso sexual.

Uma possibilidade mais provável é que a Igreja Católica Romana acabará com uma estrutura semelhante à das Igrejas ortodoxas orientais. Algumas Igrejas ortodoxas individuais têm identidades nacionais muito fortes. O nacionalismo, muitas vezes, influencia a teologia dessas Igrejas e o sistema de lealdades globais entre elas e o Patriarca de Constantinopla, que é “o primeiro entre iguais” e o centro da unidade ortodoxa.

Essa poderia ser uma solução de longo prazo para um papado sobrecarregado, especialmente liderado por um papa latino-americano com um domínio tênue sobre as Igrejas católicas que construíram o mundo da cristandade na Europa e na América do Norte. O Vaticano não pode e não deve abandonar a globalização do catolicismo, mas o processo pode ter um custo acentuado para a sua unidade interna.

Por enquanto, o que mais provavelmente acontecerá é um aprofundamento da divisão pré-existente e não oficial da Igreja. Os católicos permanecerão formalmente obedientes a um único papa e a uma única hierarquia episcopal. Ao mesmo tempo, grupos católicos neotradicionalistas – com suas próprias paróquias e seminários – continuarão em um curso diferente do restante da Igreja. Será uma “longa marcha” por parte deles: uma tentativa para devolver o catolicismo romano e a teologia católica a um modelo anterior ao Vaticano II e até mesmo anterior ao século XX.

Seria uma grande ironia da história da Igreja se, assim que o Vaticano curar a ferida na China, uma nova e profunda ferida se abrisse no Ocidente.

Massimo Faggioli é professor da Villanova University, nos Estados Unidos. A tradução do artigo é de Moisés Sbardelotto para IHU Online.



Aviso de novo post por e-mail

Por falta de fiéis, acelera-se venda de igrejas na França

Igreja Católica fecha 40 igrejas em Nova Iorque por falta de fiéis

Igreja Católica muda ou acaba, afirma teólogo Mário França


Igreja Católica alemã perde fiéis, mas continua bilionária

A responsabilidade dos comentários é de seus autores.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Canadenses vão à Justiça para que escola distribua livros ateus

Chouinard sugeriu  dois livros à escola,  que não aceitou René (foto) e Anne Chouinard recorreram ao Tribunal de Direitos Humanos do Estado de Ontário, no Canadá, para que a escola de seus três filhos permita a distribuição aos alunos de livros sobre o ateísmo, não só, portanto, a Bíblia. Eles sugeriram os livros “Livre Pensamento para Crianças” e “Perdendo a Fé na Fé: De Pregador a Ateu” (em livre tradução para o português), ambos de Dan Barker. Os pais recorreram à Justiça porque a escola consentiu que a entidade cristã Gideões Internacionais distribuísse exemplares da Bíblia aos estudantes. No mês passado, houve a primeira audiência. O Tribunal não tem prazo para anunciar a sua decisão, mas o recurso da família Chouinard desencadeou no Canadá uma discussão sobre a presença da religião nas escolas. O Canadá tem cerca de 34 milhões de habitantes. Do total da população, 77,1% são cristãos e 16,5% não têm religião. René e Anne são de Niágara, cidade p...

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Existe uma relação óbvia entre ateísmo e instrução

de Rodrigo César Dias   (foto)   a propósito de Arcebispo afirma que ateísmo é fenômeno que ameaça a fé cristã Rodrigo César Dias Acho que a explicação para a decadência da fé é relativamente simples: os dois pilares da religião até hoje, a ignorância e a proteção do Estado, estão sendo paulatinamente solapados. Sem querer dizer que todos os religiosos são estúpidos, o que não é o caso, é possível afirmar que existe uma relação óbvia entre instrução e ateísmo. A quantidade de ateus dentro de uma universidade, especialmente naqueles departamentos que lidam mais de perto com a questão da existência de Deus, como física, biologia, filosofia etc., é muito maior do que entre a população em geral. Talvez não existam mais do que 5% de ateus na população total de um país, mas no departamento daqueles cursos você encontrará uma porcentagem muito maior do que isso. E, como esse mundo de hoje é caracterizado pelo acesso à informação, como há cada vez mais gente escolarizada e dipl...

Pastor Caio diz que Edir Macedo tem 'tarugo do diabo no rabo'

Caio diz que Macedo usa o paganismo Edir Macedo está com medo de morrer porque sabe que terá de prestar contas de suas mentiras a Deus, disse o pastor Caio Fábio D'Araújo (foto), 56, da denominação Caminho da Graça. “Você [Edir] está com o tarugo do diabo no rabo”, afirmou, após acusar o fundador da Igreja Universal de ter se "ajoelhado" diante dos “príncipes deste mundo para receber esses poderes recordianos” (alusão à Rede Record). Em um vídeo de 4 minutos [segue abaixo uma parte]  de seu canal no Youtube, Caio Fábio, ao responder um e-mail de um fiel, disse que conhece muito bem o bispo Edir Macedo porque já foi pastor da Igreja Universal. Falou que hoje Macedo está cheio de dinheiro e que se comporta como um “Nerinho de Satanás” caminhando para morte e “enganando milhares de pessoas”. O pastor disse que, para Macedo, o brasileiro é pagão, motivo pelo qual o fundador da Igreja Universal “usa o paganismo” como recurso de doutrinação. “Só que Jesu...

USP pesquisa como religiosos e ateus agem frente a dificuldades

O Laboratório de Psicologia Social da Religião, do Instituto de Psicologia da USP, está levantando dados para verificar como religiosos e ateus enfrentam dificuldades e quais as diferenças entre si. Também vai apurar o bem-estar psicológico e as características de personalidades de cada um dos grupos. O professor Geraldo José de Paiva tomou a iniciativa de fazer a pesquisa levando em conta as poucas informações sobre tais aspectos, principalmente em relação aos ateus brasileiros, que dificilmente são objetos de estudos. A equipe de Paiva, para essa pesquisa, conta com 12 pessoas, entre doutores e doutorandos não só da USP, como também da PUC e Mackenzie. Ele disse que, quanto aos religiosos, já foi feito na USP um estudo segundo o qual as pessoas religiosas desfrutam de maior bem estar em relação aos ateus. Mas se trata, segundo ele, de um estudo pouco representativo porque se ateve a um pequeno grupo. “Vamos repeti-lo.” Na avaliação de Paiva, os modos seculares e o religioso...

Bento 16 associa união homossexual ao ateísmo

Papa passou a falar em "antropologia de fundo ateu" O papa Bento 16 (na caricatura) voltou, neste sábado (19), a criticar a união entre pessoas do mesmo sexo, e, desta vez, associou-a ao ateísmo. Ele disse que a teoria do gênero é “uma antropologia de fundo ateu”. Por essa teoria, a identidade sexual é uma construção da educação e meio ambiente, não sendo, portanto, determinada por diferenças genéticas. A referência do papa ao ateísmo soa forçada, porque muitos descrentes costumam afirmar que eles apenas não acreditam em divindades, não se podendo a priori se inferir nada mais deles além disso. Durante um encontro com católicos de diversos países, Bento 16 disse que os “cristãos devem dizer ‘não’ à teoria do gênero, e ‘sim’ à aliança entre homens e mulheres no casamento”. Afirmou que a Igreja defende a “dignidade e beleza do casamento” e não aceita “certas filosofias, como a do gênero, uma vez que a reciprocidade entre homens e mulheres é uma expressão da bel...

Eleição de Haddad significará vitória contra religião, diz Chaui

Marilena Chaui criticou o apoio de Malafaia a Serra A seis dias das eleições do segundo turno, a filósofa e professora Marilena Chaui (foto), da USP, disse ontem (23) que a eleição em São Paulo do petista Fernando Haddad representará a vitória da “política contra a religião”. Na pesquisa mais recente do Datafolha sobre intenção de votos, divulgada no dia 19, Haddad estava com 49% contra 32% do tucano José Serra. Ao participar de um encontro de professores pró-Haddad, Chaui afirmou que o poder vem da política, e não da “escolha divina” de governantes. Ela criticou o apoio do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus do Rio, a Serra. Malafaia tem feito campanha para o tucano pelo fato de o Haddad, quando esteve no Ministério da Educação, foi o mentor do frustrado programa escolar de combate à homofobia, o chamado kit gay. Na campanha do primeiro turno, Haddad criticou a intromissão de pastores na política-partidária, mas agora ele tem procurado obter o apoio dos religi...

Jesus pode ter sofrido de transtorno mental, diz pastora

Eva citou trecho  bíblico sobre o   suposto  desequilíbrio do Messias  A pastora britânica Eva McIntyre (foto) escreveu um sermão admitindo que Jesus pode ter sofrido de algum transtorno mental. Citou um trecho da Bíblia segundo o qual o Messias teria “perdido a cabeça” em uma  determinada circunstância. Ela disse que nem Jesus esteve imune de ter contraído uma doença mental, ou de ser acusado de sofrer desse  mal. Contou que há uma história no Evangelho que fala da tentativa de sua mãe de levá-lo para casa, porque havia o temor de que estivesse sofrendo de insanidade. O sermão de McIntyre é uma proposta para a campanha “Hora de Mudar” do Conselho de Arcebispos da Igreja da Inglaterra com o objetivo de combater o preconceito contra quem sofre de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia. A campanha será lançada em 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental. McIntyre escreveu que outros personagens da cristandade, como...

Quem matou Lennon foi a Santa Trindade, afirma Feliciano

Deus castigou o Beatle por falar ser mais famoso que Jesus, diz o pastor Os internautas descobriram mais um vídeo [ver abaixo] com afirmações polêmicas do pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto. Durante um culto em data não identificada, ele disse que os três tiros que mataram John Lennon em 1980 foram dados um pelo Pai, outro pelo Filho e o terceiro pelo Espírito Santo. Feliciano afirmou que esse foi o castigo divino pelo fato de o Lennon ter afirmado que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo. “Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”, disse. Em 1966, a declaração de Lennon causou revolta dos cristãos, o que levou o Beatle a pedir desculpas. Feliciano omitiu isso. Em outro vídeo, o pastor disse que a morte dos integrantes da banda Mamonas Assassinas em acidente aéreo foi por vontade divina por causa das letras chulas de suas músicas. "Ao invés de virar pra um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aque...