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Está cada vez mais difícil ler texto longo. E isso faz muito mal a você

O excesso de navegação na internet ativa no cérebro a região do vício, deixando-o preguiçoso para atividade que exige concentração, como a leitura. Leia abaixo 7 recomendações para ter o seu cérebro de volta


Teresa Rossignoli Palomeque
doutora em psicologia e professora da Universidade de Nebrija, Espanha

The Conversation
plataforma de informação e análise produzida por acadêmicos e jornalistas

O que aconteceu com você recentemente ao passar a ter dificuldade em se concentrar em leitura longa, de mais de 10 minutos? Agora, no celular e/ou computador, você pula de um texto para outro, não se fixa em uma página, e dificilmente lê mais de três parágrafos, Você acha difícil encontrar paz de espírito para se concentrar em um romance?

Vivemos imersos no uso constante de computadores, celulares e tablets. Os telemóveis são utilizados para aceder a conteúdos audiovisuais (vídeos, podcasts), navegar na internet (incluindo redes sociais), jogos, compras e serviços financeiros. Os espanhóis, por exemplo, passam em média 5,45 hs por dia conectados à rede. [Os brasileiros passam 9,5 h, sendo os recordistas]

Tudo isso tem influência em nosso cérebro. Estamos nos acostumando com um tipo de atenção  chamado “de baixo para cima”. São as emoções, despertadas pelos conteúdos digitais, que acionam a nossa atenção. Ou seja, não dirigimos voluntariamente a nossa atenção porque ela é “capturada” sem que a tenhamos consciência disso.

Obviamente o impacto depende do conteúdo. A utilização de ferramentas digitais que foram concebidas e testadas para melhorar processos cognitivos como a atenção, a memória, o planejamento e as competências matemáticas (uma utilização muito minoritária) não é a mesma que a utilização descrita acima.

O nosso cérebro, agora, aumentou suas resistências para tarefas menos atrativas, como aquelas que exigem um processamento mais lentor, como ler, analisar informações ou estudar.

O celular prende a sua
atenção em detrimento a
tarefas mais importantes

Multitarefa digital

Uma característica do conteúdo multimídia é a “multitarefa”: transitamos entre conteúdos e alternamos entre informações sem processá-las lentamente. Uma forma de leitura que impacta negativamente o desempenho escolar. Além disso, cria dependência, pois, no nível do cérebro, são ativadas áreas envolvidas nos vícios. Ou seja, esses conteúdos nos “prendem” em detrimento de outras tarefas.

Para piorar a situação, tudo isso também está afetando a qualidade do sono (que tem uma grande relação com a nossa capacidade de atenção).

Estamos acostumados a estar constantemente conectados a esses dispositivos, mesmo quando vamos dormir. Isso é um erro porque foi demonstrado que a luz das telas confunde nosso cérebro, fazendo-o “pensar” que é dia. Isso nos impede de gerar melatonina, o hormônio que nos ajuda a adormecer. O sono é essencial para estabilizar a memória e ter um desempenho atento no dia seguinte.

O manuseio rápido das telas aumentaram as dificuldades de atenção da população. Para manter a concentração precisamos não estar constantemente conectados à rede. É por isso que surge o debate nos locais de trabalho e nas salas de aula sobre a proibição ou limitação do uso de dispositivos.

Neutralize o efeito multitarefa

Tudo isto nos leva a propor uma série de recomendações para melhorar a nossa concentração e permitir-nos processar a informação de forma mais lenta.

1  Reduzir o tempo de exposição às telas, desconectando dispositivos quando necessitamos de concentração. Crianças menores de dois anos não devem acessá-los. Depois, o tempo de uso deve ser limitado, priorizando conteúdos educativos.

2  Fazer atividades ao ar livre e atividades na natureza também demonstrou trazer benefícios na atenção e até no desempenho intelectual geral.

3  A prática de atividade física não só tem efeitos positivos na saúde física, mas também na saúde mental, afetando especialmente a atenção, a memória, a autorregulação e o humor.

4  Promover uma correta higiene do sono, diminuindo progressivamente a quantidade de estimulação na hora de dormir.

5 Faça uma alimentação balanceada sem descuidar do consumo de antioxidantes e minerais, pois são essenciais para o desempenho intelectual.

6 Fazer atividades que libertem o cérebro de pensamentos fixos. Faça meditação, escute música, lea um livro.

7  Prepare o ambiente para focar nossa atenção. Por exemplo, ter espaços de trabalho diferenciados, eliminando elementos que estão visíveis e que não necessitamos naquele momento. Use cronômetros para concluir tarefas e fazer breves pausas ou pausas. Também é aconselhável realizar primeiro as atividades que exigem mais esforço ao nível da atenção, para finalizar aquelas que exigem menos esforço. Nossa atenção tende a diminuir à medida que ficamos cansados. Finalmente, aumente progressivamente nossos tempos de concentração.

Comentários

Paulo Lopes disse…
Em país onde já se lia pouco antes da era digital, como o Brasil, qualquer texto com mais de 10 linhas já é longo.

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