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É um erro atacar ferozmente a religião como um todo

do leitor Gustavo Henrique Milaré (foto) em resposta a
Influência positiva da religião, se houve, ficou no passado

Gustavo Henrique Milaré
Cognite Tute, você claramente subestima o papel essencial que a religião teve no passado ao dar a ela o crédito por "garantir união de grupo, reforçar laços e algumas outras necessidades, mas não mais que isso". Oras, como seria sequer possível existir a sociedade se as pessoas não se reunissem em grupos? Um homem do século XXI com uma boa educação passa por, no mínimo, 11 anos estudando, fora a formação cultural. E eis que então um homem que teve acesso a uma formação ideológica inacessível à maioria da população de hoje é capaz de dizer: "Ah, mas eu não preciso de religião na minha vida."

É muito fácil dizer isso, não é?

De fato, depois que a sociedade está toda construída e de toda a formação que você recebeu, você é capaz de finalmente capaz de "libertar-se" da religião. Perfeitamente, assim como você também não precisa mais de uma lança para caçar. Mas será mesmo que o que foi construído a partir da religião seria possível de se construir de alguma outra forma?

Vejamos. Pegamos alguns bebês e os colocamos numa grande ilha, longe de qualquer contato com a civilização. E esperamos milhões de anos. Como faríamos para impedir que eles criassem uma religião sem influenciá-los com a nossa cultura? Não há nenhum registro de uma sociedade sem religião em toda a História e dizer que alguma poderia ter existido é anacronismo.

O fato é que a religião teve papel fundamental na formação dos Estados e das leis. Ela foi um mecanismo rudimentar, mas eficiente, de transmissão e conservação do conhecimento acumulado. Não é à toa que em rituais religiosos encontram-se práticas associadas à higiene e à prevenção de doenças, como no judaísmo, ou que as divindades centrais do hinduísmo que descrevem o processo como a sociedade se constrói (Brahma), se mantém (Vishnu) e se transforma (Shiva).

Tome, por exemplo, a escravidão, tortura e outras práticas perversas perpetuadas pelas instituições religiosas há alguns séculos. Foi bem difícil para os questionadores reverterem este quadro. Entretanto, passam-se os séculos e a religião toma para si a posição contrária às mesmas práticas perversas que antes ela defendia, com o mesmo rigor, dificultando o regresso à selvageria, conservando os valores morais que eles lutaram tanto para estabelecer!

Imagine como esta característica de conservação de valores morais foi importante para a antiguidade.

É uma pena para a História que o catolicismo tenha se tornado um sistema ditatorial e imutável, herança maldita do Império Romano. Durante a Idade das Trevas, Vishnu (a Igreja Católica) assassinou Shiva (os hereges). A dinâmica e diversidade revolucionária do cristianismo dos primeiros séculos só vieram a renascer recentemente com a Reforma Protestante. Não é à toa que ainda hoje ele defende uma ideologia arcaica: o cristianismo não é religião digna dos tempos modernos. Comparem cristianismo e islamismo com judaísmo, budismo e espiritismo nas questões éticas contemporâneas como homossexualidade, aceitação de outras crenças, valorização da ciência, secularismo...

Dizem que religião é antiquada, contrária à razão, mas subestimam a capacidade de mutação e adaptação da religião. O pastor Gondim não é um caso isolado, ele representa um fenômeno que surgiu em resposta ao avanço da secularização: o irenismo. O irenismo é muito mais ameaçado à religião arcaica e irracional do que o ateísmo.

Enquanto ateus antirreligiosos fixam-se no que a religião é ou foi, não veem o que a ela está se tornando. Teorizam que é impossível que a religião se torne racional e não percebem que, na verdade, isso já está acontecendo. É um erro atacar feroz e imprudentemente a religião como um todo, espalhando o sentimento de aversão e ódio. Isso é pensamento anti-irenista. A religião deve ser atacada pelo lado podre, não pelo lado renovador.

Autor de ‘Religião para Ateus’ critica o radicalismo ateísta.
outubro de 2011

Ateísmo.     Posts de leitor.

Comentários

Cognite Tute disse…
Olá Gustavo

Na verdade eu não acho que subestimo o valor da religião no passado, eu realmente não vejo muito valor nem no passado.:-)

Mas compreendo que em nossa história, algo foi preciso para manter a segurança e união do grupo, e que, em termos, isso a religião fez. Mas ainda acho que ela mais "sequestrou" boas ideias e comportamentos naturais em seres humanos, primatas de vida em grupo, que criou algo propriamente. E que hoje pode ser substituída, com vantagem, por outros mecanismos, e mesmo pela razão e humanismo.

E mesmo elementos do passado que tiveram sua importância, precisam ser deixados para tras, para avançarmos. Alquimia é mãe da química, mas precisou ser abandonada, para que sua filha crescesse com vigor e eficiência.

Discordamos também sobre a herança do Império Romano em relação a Igreja, especialmente a católica. Sem as estruturas que a Icar herdou de Roma, administrativa, política, legal, e física, como estradas, correios, pessoal executivo, ela teria desaparecido como milhares de seitas e religiões ancestrais.

Tenho enorme admiração por Roma, e seus feitos, especialmente no direito, legislação, e principalmente o sentido de nação, cidadania, que ampliou a cidade-estado para um novo conceito: era romano, e protegido pelas leis romanas, qualquer cidadão nascido em solo romano (ou mesmo vivendo em território conquistado), mesmo distante da cidade de Roma.

A Igreja Católica foi muito ingrata em retratar Roma de forma tão pejorativa, para ficar melhor na foto estes séculos todos..:-)

Eu tenho restrições a religiões, que ultrapassam a questão de ser a mesma, em algum lado, renovadora ou benéfica. Eu postei o link antes, e se puder dar uma lida e comentar eu agradeço:

Religiões são intrinsecamente más?
encurtar.com/lV

Guilherme: "Tome, por exemplo, a escravidão, tortura e outras práticas perversas perpetuadas pelas instituições religiosas há alguns séculos. Foi bem difícil para os questionadores reverterem este quadro. Entretanto, passam-se os séculos e a religião toma para si a posição contrária às mesmas práticas perversas que antes ela defendia, com o mesmo rigor, dificultando o regresso à selvageria, conservando os valores morais que eles lutaram tanto para estabelecer!"

Pois é, discordamos bastante aqui. Eu não vejo a igreja mudando por vontade própria, por encontrar uma nova visão, mais tolerante, ou mais justa. Como sempre, a Igreja é "arrastada" e quando não pode mais lutar contra, finge que sempre foi a favor "desde criancinha".

Quem acabou com a escravidão, foram conceitos não religiosos, criados pela separação igreja/estado, forçada pelo Iluminismo, renascença, etc.

Direitos humanos, tolerância, respeito a diferença, etc, nada tem a ver com as religiões, e até hoje são problemáticos para as mesmas, para aceitar quando vão "longe demais", como no caso dos homossexuais.

Os Papas do passado, que colocavam hereges em fogueiras, estavam tão certos de sua bondade e justiça quanto o atual Papa Bento.

Não esquecer que o último pais a acabar com a escravidão legal (autorização em lei para ser proprietário de outro ser humano) foi um estado teocrático, a Arábia Saudita, e isso apenas em 1961 (eu já era nascido).

Não se discute a vontade de deus, e isso é o maior defeito intrínseco da fé religiosa, me parece.

Um abraço.

Cognite Tute
­ disse…
Vejamos. Pegamos alguns bebês e os colocamos numa grande ilha, longe de qualquer contato com a civilização. E esperamos milhões de anos. Como faríamos para impedir que eles criassem uma religião sem influenciá-los com a nossa cultura? Não há nenhum registro de uma sociedade sem religião em toda a História e dizer que alguma poderia ter existido é anacronismo.
Engano seu, Gustavo Henrique Milaré. Pesquisando sobre línguas e formas de linguagem, me deparei com o povo Pirarrã, o único povo do mundo à não ter uma religião, ou pelo menos, eles não tem crenças em um deus, como demais civilizações. Também temos que tomar cuidado quando nos referimos à religião, visto que o budismo e o taoismo não são consideramos como religião por alguns, mas como filosofia.

É evidente que todos os povos desenvolvem cultura, mas será que religião com a noção de teísmo (seja politeísmo, monoteísmo ou panteísmo) está em todos os povos? Eu questiono isso.
­ disse…
Talvez a crença em que existe uma realidade além do que os 5 sentidos possam sentir exista na maioria dos povos, mas ainda sim não existe nos Pirarrã, que negam qualquer coisa que não seja percebida pelos sentidos.
Unknown disse…
Ok. A religião foi importante no passado. Mas, a qual custo? E em relação ao presente? A religião é importante nos dias atuais? E no futuro? A religião continuará sendo importante no futuro?

Para que algo mantenha a sua importância em todos os tempos é necessário que ele contenha um ingrediente especial. Que ingrediente seria esse? Que característica seria essa?

Qual é a influência que a religião tem sobre as pessoas? Seria a influência esperada pelos criadores e mantenedores da religião?

Por que a religião é tratada, nesse país, com tanta subserviência? Por que pensamos o que pensamos e como pensamos a respeito da religião?


A quem serve a religião?
Anônimo disse…
Uma pequena crítica que pode fazer toda a diferença nesse texto: A afirmação "Não há nenhum registro de uma sociedade sem religião em toda a História" se contradiz quando observamos aqui perto, na Amazônia, uma tribo que não possui religião alguma, a dos índios Piranhãs.
http://dendrito.blogspot.com.br/2009/05/indios-pirahas-convertem-missionario.html
Gustavo, não sou de participar das discussões mas gosto muito das suas respostas e das respostas do Luan Cunha. Tentarei resumir minha resposta.

A humanidade não se tornará ateia ou agnóstica. Talvez seja difícil para nós, não-teístas, mas essa é a verdade.

Reconheço que na religião há coisas positivas e legais, como solidariedade, apoio mútuo e fraternidade entre os crentes do grupo. Minha família é TODA religiosa (há cristãos, islâmicos e até espíritas). Se a religião fosse algo de caráter privado, pessoal, não me incomodaria. O problema acontece quando o crente tenta impor seus valores sobre os não-crentes.

Mas se encontramos coisas boas nas religiões, isso não as tornam essencialmente boas. Lembro de uma vez, quando uma jornalista da BBC elogiou o Hamas (organização fundamentalista islâmica) por distribuir cestas básicas à população carente da Faixa de Gaza. Mas isso faz do Hamas uma entidade filantrópica ou humanista? Isso exime a organização de seu terrorismo e charlatanismo? Isso pode ser aplicado a outros grupos, como os espíritas, por exemplo.

Claro, acredito que a religião pode mudar (e deve). Como ateus pró-democracia deveríamos apoiar entidades religiosas que defendem o laicismo e a democracia, como o Judaísmo Liberal e Humanista, a União Progressista Muçulmana (Progressive Muslim Union), o Cristianismo Liberal, entre outras organizações pró-democracia e laicismo e que são religiosas.

Abraços.
ProfessorAteu disse…
Concordo com o Cognite Tute neste ponto:
Como sempre, a Igreja é "arrastada" e quando não pode mais lutar contra, finge que sempre foi a favor "desde criancinha".
Ou seja, a suposta capacidade de renovação que o leitor acima identifica como uma característica das religiões vem, na verdade, não de dentro delas, mas do próprio ser humano, do inconformismo presente em algumas pessoas e do próprio caráter inexorável do devir histórico, que a tudo arrasta, sem volta e sem dó.
Religiões não renovam nada nem se renovam, se não forem impelidas para a frente por forças mais poderosas do que elas.
"Uma força só se vence com uma força maior"
Se desgruda ou se solta de seus ideais retrógrados, não é por reconhecer o valor das novas tendências e raciocinar sobre a inadequação de suas estruturas aos novos tempos que as religiões o fazem mas, tão somente por terem sido forçadas a fazê-lo.
Não sei nem o que dizer quanto a isso. Ficarei neutro.

Mas ainda acho religião inútil, em qualquer época, em qualquer lugar.
­ disse…
A religião foi importante no passado. Mas, a qual custo? E em relação ao presente? A religião é importante nos dias atuais? E no futuro? A religião continuará sendo importante no futuro?
Como sempre, sinto-me a necessidade de indagar qual religião? Sinceramente, se levarmos em conta religiões teístas, acho que eles não tem a menor importância na atualidade, pois querendo ou não, vêem a realidade da forma que ela não é. Se nos virarmos para as religiões não-teístas (budismo, taoismo, etc), acredito que elas tem uma importância individual e coletiva muito grande, pois trazem grandes sabedorias, algumas comprovadas pela ciência, como a meditação. Porém, as pessoas que fazem parte destas religiões não podem permitir que exista um líder que se aproveite e elas não podem trazer medo, mas a liberdade de escolha.

Para que algo mantenha a sua importância em todos os tempos é necessário que ele contenha um ingrediente especial. Que ingrediente seria esse? Que característica seria essa?
Alguns defendem que a religião traz a felicidade e evitam as pessoas fiquem no "vazio existencial", mas eu discordo, pois se as pessoas aprendessem a dar valor à vida e aos outros e não fossem egoístas, elas seriam muito felizes e teriam o sentido da vida estabelecidos.
Cleber Juca de Freitas Borges disse…
As religiões mantiveram o grupo unido? Podia jurar por deus que na verdade desuniu...
De exemplos modernos aos mais arcaicos, o que sempre vemos é a divisão das pessoas e não a união. Tudo bem, eu entendi o contexto, mas não estou apenas trollando, estou reforçando a antítese.
Vamos a exemplos modernos:
India/Paquistão
Irlanda
Iugoslavia
...
São povos cuja desunião vem da religião...
Teria outros exemplos também como a controversa situação do Tibet x China.
Grande parte das pessoas apoiam o Tibet por serem a parte "reprimida", mas esquecem que a China tem centenas de dialetos, por conta de suas centenas de etnias. Se os Tibetanos conseguirem seu intento, pode acreditar, uma guerra civil de enorme proporções estará a caminho. E o que difere os Tibetanos do resto dos chineses???
Sei que a coisa não é tão simplista assim entretanto, esse post foi apenas para considerar que assim como houve um papel da religião em unificar grupos, também é verdade que esses grupos em nome promovem o sectarismo com seu proselitismo.
Unificam a comunidade, mas dividem a sociedade. E por fim, os valores que passam, acabam sendo apenas o de divisão.
alma rubra disse…
Gustavo existe uma certa razão em suas palavras, mas me parece que você confunde a evolução da religião como um "progresso" com altos e baixos mas em direção a um patamar superior de cultura, ou seja a barbárie religiosa já foi pior no passado e evoluiu para algo menos violento e será assim sempre. Na verdade a ascenção do ateismo militante de hoje é justamente uma reação a uma regressão cultural da própria religiosidade. A ascenção do fanatismo fundamentalista hoje é universal em todas as religiões. E são violentos e castradores. É possível (eu acredito) ser religioso e não ser fanático (conheço vários que são) mas não é a tônica da religiosidade de hoje. O fundamentalismo que se espalha quebra o seu raciocínio de "evolução" da religião. A cultura humana não funciona como a evolução das espécies: as regressões da cultura existem, a escravidão dos negros, extermínio de indios, holocausto dos judeus, etc, a lista seria enorme. Ou barramos a ascenção dos fanáticos hoje ou uma nova regressão se fará presente no mundo. Sobre o início das comunidades humanas o que posso lhe dizer é que para unir as tribos era preciso do que chmamos de "ideologia". É ela que dá sentido para a vida comunitária. A religião foi a primeira ideologia e não poderia ser diferente devido ao baixo nível cultural da população da época.
Mello disse…
“Religião foi importante”, só esta frase já mostra que isto é coisa do passado.
Mas religião não foi importante por ser necessária e sim porque se impunha à força sobre os povos. Se não tivessem religiões seguramente a humanidade estaria bem melhor, pois viveu séculos sob o domínio de dogmas que seguravam toda e qualquer forma de progredir.
E se alguma coisa boa surgiu sob o domínio das trevas, foi porque as religiões não conseguiram segurar e então sim apareciam como visionários do que estava acontecendo. Daqui há pouco vão dizer que eram contra queimarem hereges vivos.
Acham que foi coincidência só ocorrerem progresso nas artes e escultura que retratasse somente figuras religiosas? Não. Foi ditadura.
Religião nunca serviu para nada, tudo teria sido melhor sem elas.
Analista Man disse…
Mesmo que Deus não apareça pra todo mundo para provar sua existência, fundamentando uma religião, se existe uma mensagem de que vai acontecer algo no futuro, e que no futuro realmente acontece o que foi anunciado, então como é que alguém saberia o futuro?
Igor disse…
Religiões foram tão úteis para a humanidade como a ignorância foi útil para manda um foguete para o espaço.

Como eu posso ser a favor de religião quando tal, mais segrega do que uni as pessoas? Tanto hoje quanto no passado, falar que ela foi importante para unir é simplesmente fazer afirmações não condizentes com o nosso conhecimento atual do passado.

O único fator positivo da religião para o ser humano é o conforto que ela pode vim trazer, para aqueles que preferem uma doce fantasia do que a amarga realidade.
bode disse…
Voce bem disse que hoje nao precisamos de lanças, mas foram muito úteis. Suponhamos que a religião foi útil. Também evoluímos quanto a isso. Assim como as lanças, a religião hoje nao é mais necessária. Hoje somos seres mais evoluídos mentalmente para podermos basear nossas culturas e leis, pasme..... na verdade.
Anônimo disse…
Como eu posso ser a favor de religião quando tal, mais segrega do que uni as pessoas?

Se a religião te colocar no céu, por ser obediente aos mandamentos divinos, você seria a favor.
Analista Man disse…
A religião é importante nos dias atuais?

Se o Estado Laico não consegue atender a fila imensa dos que o procuram, os que não são atendidos tem que procurar Deus.
Unknown disse…
>> "Na verdade eu não acho que subestimo o valor da religião no passado, eu realmente não vejo muito valor nem no passado.:-)"

Exatamente :)

>> "Discordamos também sobre a herança do Império Romano em relação a Igreja, especialmente a católica. Sem as estruturas que a Icar herdou de Roma, administrativa, política, legal, e física, como estradas, correios, pessoal executivo, ela teria desaparecido como milhares de seitas e religiões ancestrais."

Isso seria um enorme avanço, não? :D

O cristianismo primitivo não era institucionalizado e funcionava muito bem e com certeza teria sobrevivido sem a ICAR, assim como outras religiões sobreviveram.

>> "Tenho enorme admiração por Roma, e seus feitos, especialmente no direito, legislação, e principalmente o sentido de nação, cidadania, que ampliou a cidade-estado para um novo conceito: era romano, e protegido pelas leis romanas, qualquer cidadão nascido em solo romano (ou mesmo vivendo em território conquistado), mesmo distante da cidade de Roma."

Bem, como você mesmo disse, "mesmo elementos do passado que tiveram sua importância, precisam ser deixados para tras, para avançarmos".

>> "Pois é, discordamos bastante aqui. Eu não vejo a igreja mudando por vontade própria, por encontrar uma nova visão, mais tolerante, ou mais justa. Como sempre, a Igreja é "arrastada" e quando não pode mais lutar contra, finge que sempre foi a favor "desde criancinha"."

Acho que você não prestou atenção no que eu escrevi. A religião, por sua própria natureza, não tem característica renovadora, mas conservadora. Em outras palavras, religião não funciona sem oposição - e daí o grande erro da ICAR em matar os hereges e impedir a existência de cristianismos rivais. O irenismo não surgiu por mérito da religião, mas sim do secularismo.

É justamente essa característica "orgulhosa" da religião de tomar os valores morais para si que garante que eles não sejam perdidos.

>> "Os Papas do passado, que colocavam hereges em fogueiras, estavam tão certos de sua bondade e justiça quanto o atual Papa Bento."

Apesar da hipérbole, eu concordo com a afirmação.

>> "Eu postei o link antes, e se puder dar uma lida e comentar eu agradeço."

Vou comentar usando um pedaço do próprio texto em questão:

>> "Religiões organizadas alegam, praticamente todas elas, não que exista um deus, isso é um pressuposto, mas que “sabem” o que este deus pretende, deseja, objetiva, espera das pessoas, etc. E que é fonte de toda sabedoria, toda ética, toda moral, toda noção de certo e errado, de bem e mal. E é esse o defeito principal, o perigo fundamental, de toda religião."

Exclua a parte final "de toda religião" que o parágrafo fica perfeito ;)

O texto, no geral, é muito bom, mas o seu autor, a meu ver, parece não saber a diferença entre argumentar que (1) "a religião é intrinsecamente má" ou que (2) "a religião não traz nenhuma vantagem aos seus membros". Ele mesmo diz, no próprio texto, que é possível pertencer a uma religião e ser questionador ao mesmo tempo, ao ponto de permitir que sua compreensão sobre a moral seja discutida racionalmente a partir das evidências, mas daí ele pula para a tese (2) e "resolve" o problema.

Em outra parte do texto, ele analisa uma religião que não tem esta característica e responde dizendo que quase não é uma religião - uma versão sutil da falácia do escocês.
Unknown disse…
>> "Engano seu, Gustavo Henrique Milaré. Pesquisando sobre línguas e formas de linguagem, me deparei com o povo Pirarrã, o único povo do mundo à não ter uma religião, ou pelo menos, eles não tem crenças em um deus, como demais civilizações."

De fato, eu também já tinha me deparado com este caso. De qualquer forma, os indígenas não têm Estado, é difícil determinar se os Pirarrã poderiam, por si mesmos, desenvolver a sua sociedade ao ponto de atingir a ciência.

>> "[...] visto que o budismo e o taoismo não são consideramos como religião por alguns[...]"

Eu não sou um deles.

>> "É evidente que todos os povos desenvolvem cultura, mas será que religião com a noção de teísmo (seja politeísmo, monoteísmo ou panteísmo) está em todos os povos? Eu questiono isso."

Eu honestamente penso que isso é irrelevante.
Cognite Tute disse…
Olá Guilherme

Em linhas gerais, parece que concordamos no que realmente importa.:-) As discordâncias são mais e grau que de cerne.

O autor do texto que postei sou eu mesmo, agradeço a leitura e as críticas. Já haviam apontado algumas dessas falhas, mas para um texto curto, de blog, achei melhor ser mais sucinto (eu tendo a escrever demais quase sempre.:-).

Sobre a questão de argumentar sobre ser a religião má, ou não ser benéfica, acho que considero uma coisa conseqüência da outra. Religiões são más ao causarem ou permitirem dano as sociedades e pessoas envolvidas, e este dano deriva de sua natureza absoluta (verdades ou conceitos absolutos).

É possível pertencer a uma religião e ser questionador, embora seja mais difícil se estes questionamentos se dirigem para a própria religião. E nesse caso, para que a religião, e a crença em certezas e verdades absolutas, se vai questiona-las? Não seria mais razoável deixar para tras a mesma e usar diretamente a razão?

A questão de religiões não daninhas também não me parece uma questão de falácia de escocês. Eu inclusive comecei o texto explicando a que tipo de religião eu me referia com relação ao título, e porque o fazia.

Religiões, organizadas, e com uma ética e moral derivadas de um ser sobrenatural apresentam a falha intrínseca. As que não apresentam essas características, não, ou em menor grau.

Mas um título que explicasse isso diretamente não ficaria muito bom para um blog, nem chamaria tanta atenção.:-)

Religiões, organizadas, e com uma ética e moral derivadas de um ser sobrenatural, são intrinsecamente más?

Foi um recurso de estilo, que tentei desfazer logo no início do artigo.:-)

Um abraço.

Cognite Tute
Unknown disse…
alma rubra, não há um avanço do fanatismo religioso. A minha compreensão é que o fanatismo religioso já existe, é histórico, não está em ascensão. Além disso, o ateísmo militante não é uma reação ao fanatismo, mas principalmente à característica anti-científica, crédula e autoritária especialmente da religião cristã. Cristãos que reagem somente ao fanatismo tendem a se tornar irenistas. Ao testemunhar a ascensão do ateísmo militante, os fanáticos religiosos já existentes reagem com raiva, eles mostram a cara, dando a ilusão de que o fanatismo está em ascensão.

Aliás, a raiva aparece justamente porque os fanáticos percebem que a visão de mundo deles está perdendo espaço. É por isso que eles dizem que o mundo está "regredindo", que é o "final dos tempos": porque o mundo está se afastando do que eles acreditam.
Luiz Lima disse…
Olá Gustavo,


Permita-me respeitosamente destacar alguns pontos do texto. A tese da importância das religiões já foi certamente evidenciada pelas ciências humanas, e sinta falta delas aqui.

Não se pode negar a importância social das religiões, mesmo que não se concorde com elas, há importantes fatos históricos que não se pode negar.

No entanto, concordar com seus dogmas é outra coisa.

O ódio e ataques dos ateus é uma generalização perigosa. Reconheço que alguns ainda estão na adolescência intelectual impulsiva, mas esses não contam. A religião já vem sendo contestada a séculos pelo pensamento racional.

O que se deve perguntar é a sua importancia para o homem, para o indivíduo. Só a religião pode oferecer o conhecimento?

É possível ao homem atingir a plenitude de um conhecimento que não só liberte o pensamento, mas elimine as dores e o sofrimento?

Cordialmente,

Luiz
Giuliana disse…
Tribo sem religião ou crenças no além:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirarr%C3%A3s
Anônimo disse…
Como diria minha avó este texto nem fede nem cheira. Sem comentário.
Pedro Medeiros disse…
"O cristianismo primitivo não era institucionalizado e funcionava muito bem e com certeza teria sobrevivido sem a ICAR, assim como outras religiões sobreviveram."

Com base no que você faz essa afirmação? Institucionalizar-se é o curso natural de religiões que crescem muito de tamanho (por uma simples questão de controle e poder), então não faz muito sentido dizer que o cristianismo primitivo continuaria.

Aliás, a grande maioria das religiões não-institucionalizadas já morreram, esquecidas pelo tempo ou dominadas por outras.
Cleber, concordo que a religião desuniu um mesmo povo ou povos irmãos, como croatas e sérvios (que falam a mesma língua) ou no caso dos indianos e paquistaneses, ingleses e irlandeses, etc. Mas no caso do Tibete você está equivocado.
Sem entrar naquele discurso de pró-Tibete, os tibetanos não são da etnia han e não têm ligação com ela. Eles têm uma língua própria (com uma escrita própria) e, etnicamente, estão mais relacionados com os mongóis e asiáticos do sul-sudeste do que com chineses hans. A voracidade imperialista chinesa é que invadiu e anexou o Tibete ao seu território (o país foi independente de 1912–1951). Tudo bem que o budismo está atrelado à identidade tibetana, mas mesmo sem o budismo eles não têm muito em comum com os chineses hans. Destaco que o Tibete, na epoca, era uma teocracia, mas então por que a China também não invadiu o Irã ou a Arábia Saudita?
Hoje eu defenderia um Tibete independente somente se eles tratassem de fazer do país um lugar democrático e laico. Fora isso: é melhor que continuem sob domínio chinês.
Unknown disse…
>> "Tanto hoje quanto no passado, falar que ela foi importante para unir é simplesmente fazer afirmações não condizentes com o nosso conhecimento atual do passado."

Na antiguidade, a religião foi importante para reunir as pessoas em grupos, embora ela também causasse divisão entre as religiões em si. Hoje em dia, em que as pessoas prezam pela união universal da humanidade, penso que os dois grandes problemas são o cristianismo e o islamismo, pois outras religiões (como eu mencionei, o espiritismo, o budismo e o judaísmo) não têm problemas na aceitação de outras crenças.
J. Tadeu disse…
Acho que o problema não é a UTILIDADE das religiões. Pode-se perguntar: qual a utilidade da vida? A resposta provavelmente será: viver. Ou seja, a vida é útil por si mesma; o mesmo se dá com as religiões. Certamente hoje as religiões não são mais úteis (as são para seus líderes, somente), pois temos filosofia, ciência e artes para suprir essa lacuna. Pregar a utilidade das religiões é "teologia do desespero", e dizer que elas devem ser banidas por serem inúteis é "argumento da utilidade".

O problema são os MALEFÍCIOS que as religiões (ou determinadas religiões) causam. As religiões podem até ser úteis - o que não são mais - mas se provocam mais mal do que bem, devem ser combatidas.

Uma analogia que me surgiu: qual a utilidade da unha do dedo mindinho do pé? Nenhuma. Há motivos então para arrancá-la? Agora, se ela estiver encravada e causando dor, qual será a atitude a ser tomada?
Unknown disse…
>> "No entanto, concordar com seus dogmas é outra coisa."

De fato.

>> "O ódio e ataques dos ateus é uma generalização perigosa. Reconheço que alguns ainda estão na adolescência intelectual impulsiva, mas esses não contam."

Não foi minha intenção generalizar, mas a aversão à religião é bastante comum.

>> "O que se deve perguntar é a sua importancia para o homem, para o indivíduo. Só a religião pode oferecer o conhecimento?"

A meu ver, a religião não oferece o conhecimento :S mas apenas a memória ao conhecimento passado (verdadeiro ou falso, bom ou ruim).
­ disse…
De fato, eu também já tinha me deparado com este caso. De qualquer forma, os indígenas não têm Estado, é difícil determinar se os Pirarrã poderiam, por si mesmos, desenvolver a sua sociedade ao ponto de atingir a ciência.
Os povos indígenas são grupos de aproximadamente de 100 à 300 pessoas, são grupos em que basicamente todos aceitam as crenças. Os pirarrã são pessoas que por milagre (pois de uma forma é um milagre, comparado a maioria dos povos) são assim. Não precisam de um Estado que influencie sua cultura, seja científica ou religiosa, visto o fracasso de Everett de evangelizá-los.


Eu não sou um deles.
Então saiba que existem:
Religiões Teístas → Religiões que o centro é uma divindade ou várias divindades ou vêem como deus a natureza. Podem ter mitos de criação, rituais e valores (regras) e crenças no sobrenatural. Geralmente há líderes a seguir.
Religiões não-teístas → Religiões em que o enfoque é entender como as coisas funcionam e constatar fatos. Geralmente não tem mitos de criação, são mais livres, não creem numa realidade sobrenatural ou superior, rituais estão relacionados a meditação (no sentido de concentração e/ou reflexão de valores). Geralmente não tem líderes centrais.
Unknown disse…
Cognite Tute,

>> "E nesse caso, para que a religião, e a crença em certezas e verdades absolutas, se vai questiona-las?"

Simples: é só não ter certezas em verdades absolutas ;)

Pedro Medeiros,

>> "Com base no que você faz essa afirmação? Institucionalizar-se é o curso natural de religiões que crescem muito de tamanho (por uma simples questão de controle e poder), então não faz muito sentido dizer que o cristianismo primitivo continuaria."

O que eu quis dizer é a criação de uma instituição monopólica, gigante, ditatorial e imutável. Seria melhor a existência de várias instituições menores, como são o budismo e o cristianismo atuais.
O homem inventou deuses e religiões para encontrar respostas a perguntas que seu cérebro evoluído começou a fazer. Religiões ofereciam respostas toscas porém reconfortantes. Hoje elas são toscas e obsoletas. A discussão e as réplicas não fazem muito sentido. Só dar educação de qualidade -baseada em questionamento- e um mínimo de estado de bem estar social, e a tendência é que elas desapareçam, como provavelmente aconteça em algumas décadas em países da europa. Aqui a coisa vai piorar bastante antes de começar a melhorar, se é que melhora.
Anônimo disse…
Parabens Cara. Até que enfim algo mais lógico e menos passional. CONTINUE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Anônimo disse…
Porra bicho, isso historicidade!!!! Parabens!
Anônimo disse…
Mas há uma grande diferença entre um deus jacaré, montanha, trovão, gente pulando em torno de uma fogueira, totalmente dependentes do habitat onde vivem; e um deus abstrato intocável intangível, conhecido apenas através de um livro sagrado (escrito por analfabetos, diga-se).

No primeiro caso o deus é perceptível, qualquer um está em comunhão com os deuses, tanto que não há distinção entre bem e mal. Já no segundo, toda sorte de manipulação é possível, basta um mané dizer que tal coisa é do capeta, e já provoca pânico, terror e ódio, itens necessários para a manutenção da religião.
Anônimo disse…
São herdeiros dos Charvacas.
Anônimo disse…
Eu não acho um erro atacar a religião como um todo. Eu acho que como nos ateus eles também tem toda capacidade de serem cidadãos como nos sem viver nas trevas das religiões . Dependemos de nos mesmos e não de religião , portanto não vejo aspectos positivos na religião nem no presente e muito menos no passado é ridículo isto que religião contribuiu pra mim é falacia. Religião é um parasita na raça humana e sempre foi.
Anônimo disse…
Gustavo da dados científicos do que você fala para de ser falacioso cara você é muito chato. Ateus não suporta falacia e você é cheio delas. Olha ai cara o que você disse
Anônimo disse…
Cade o gustavo não quis responder nada aqui ???
Anônimo disse…
Willpapp a religião não foi importante no passado não a religião sempre foi no homem o seu maior parasita os aspectos humanistas não tem nada a ver com religião. A religião no passado escravizou os homens em suas próprias ignorância e criou monopólios de poder centrados uma verdadeira ditadura. Só quem viveu naquelas épocas sabe o que deve ter sofrido. Sem religião o mundo teria se desenvolvido melhor ,pois não centraria nenhum tipo de poder em qualquer criatura divinal. A religião nasceu do primitivismo e ignorância humano não existe mais razão de existir. Se dizer que religião contribuiu de alguma forma podemos dizer do mesmo modo que a matança de mao tse tung colaborou pra china ser o que é hoje. E nem por isso a matança foi coisa boa. Então defender a religião como a última bolacha do pacote é perda de tempo , pois tudo na vida deu e da contribuição de certa forma para a humanidade , mais os aspectos religiosos sempre foram muito negativos para muita gente basta lançar um olhar para o oriente médio.
Anônimo disse…
Gustavo você disse a religião serviu pra reunir em grupos ,mais não faz sentido nenhum isto que você disse , fica parecendo aquele estória do ovo e da galinha , seguindo teu raciocínio não da pra saber quem veio primeiro o homem ou a religião . Porque pra você parece que a religião foi a formadora do homem e não o homem o formador da religião você parece ser bastante confuso nas suas idéias. Pra concluir teu raciocínio só com uma máquina do tempo e voltar pra ver como os homens viviam, como eram os primeiros homens sem religião e como eles passaram a viver depois de conceber a religião e fazer um levantamento minucioso do que foi bom e ruim em todos os aspectos. Veja os macacos eles vivem em bandos e me parece que eles não tem religião nenhuma, pra eles religião não faz falta mais quem sabe amanhã os macacos conceba uma religião e crie uma religião e a macacada que vivia em paz se rache toda por disputas religiosas e de poder :S
Anônimo disse…
Depois não poderemos dizer que religião foi bom e fez eles viver em grupo pois afinal eles já viviam em grupos antes da religião. Portanto pra mim seria melhor o homem não ter concebido nenhuma religião e ter vivido apenas de seus aspectos naturais e que religião ficasse no estado off . Religião é coisa do pensamento pra viver a gente não precisa de religião , religião eu nem sei pra que serve , talvez por medo da morte , medo de uma breve existência.
Anônimo disse…
A religião tem a função de controlar os homens, sequestrando para si as virtudes humanas. Unir homens não é esclusividade da religião, mas sim o instinto de sobrevivencia. E outros atributos descritos por Darwin. Depois que a coisa começou a funcionar vieram os manipuladores que estão ai até hoje.
Anônimo disse…
Apoiado Wagner
CRISTIANO disse…
Olhe o custo/benefício da coisa
no passado, mas bem no passado mesmo, ela ja começou nociva ao homem. Até hoje ela insiste em ser primitiva. Veja a exclusão da mulher, a intolerância aos adoradores de outros deuses, homofobia, etc. A moral religiosa não é e nunca foi necessária. Ela apenas serviu de entretenimento em épocas que a ignorância aflorava e engessou todo e qualquer tipo de avanço do livre pensamento humano. Causou e causa mortes, angústias e culpas que não existem. As pessoas pegam alguns fragmentos de boa moral em textos religiosos e falam: isso aqui é bom e esquecem todo o resto. Como disse Hitchens, religião envenena tudo e o bem que ela supostamente parece fazer, não passa de placebo. Abraço.
Aleatório disse…
Lucas,

Você tem algum estudo sobre esse povo? Achei ele realmente interessante xD
Ainda sobre o budismo ser religião, o budismo poderia ser considerado uma religião sem Deus. Acho que para falarmos a mesma língua, precisamos definir o que é religião e o que é Deus.
Anônimo disse…
O ATEÍSMO E O ESTADO, ATUAIS EXPRESSÕES DA NOVA CONSCIÊNCIA RELIGIOSA CIVIL, NA RELIGIÃO SEPARADA DO ESTADO.(Ou, E Estado Atual da Negatividade da Experiência Religiosa).

Não se pode julgar desnecessária, descartável, nenhuma instituição humana, legítima expressão da aspiração da consciência coletiva, do senso comum, portanto do que os pensadores chamam Universal - dentre as quais se sobressai pela magnitude a religião-; simplesmente por uma alegativa infundada, que sua influência positiva restringe-se ao passado. Pelo mesmo raciocínio nitidamente maniqueísta e historicista, o mal estaria sempre nos aspectos considerados já superados, restrito à história pretérita; o bem, seria o admirável mundo novo da ciência, da tecnologia, do ateísmo do Estado Laico, uma visão pós-iluminista ingênua, tão religiosa quanto a dos que sacrificavam-se pelas ideologias totalitárias de inspiração atéia do século XX.
Quando se pensam entretanto tais conceitos numa análise em que o pensamento em si não é religioso nem ateu, mas humano; servimo-nos tão somente da razão, e portanto não o fazemos sob a espécie tempo, mas de uma perspectiva válida para todos os tempos, e lugares; o que os filósofos chamam universal, eternidade, e em ciência política analisamos como validade e legitimidade.
Se a religião - como todas as instituições compostas por seres humanos falíveis -, não cumpre perfeitissimamente (como o senso ingênuo requer!) o seu papel; ora, eliminaríamos por isso o Estado, porque nele o chamado Universal não se concretiza, nem efetiva? Questionaríamos a influência positiva do Estado reduzindo-a ao passado? O Estado também foi uma necessidade de poder, controle e força, e mais crimes cometeu(também quando unido à religião E QUANDO separado dela!)que benefícios...Por que ninguém questiona sua influência?
A religião possui CONTRADIÇÕES como a própria razão que utilizamos para julgá-la. A Razão não possui suas ANTINOMIAS? A suposta expectativa - muito carregada pela compulsoriedade - de perfeição deste pensamento ateísta incipiente; mostra o quanto é filho dialético do pensamento ao qual se pensa opor...Eivado de fundamentalismo, quanto de fervor fanático. Ambos exaltações do sentimento religioso, beirando ao radicalismo irracionalista.
Quer a influência da religião seja boa ou má, - tal qual a das suas sucedâneas e concorrentes da pós-modernidade, como a mídia confessional -; ela deve ser estudada e analisada, justamente pela sua infinita potencialidade (tal qual a da mídia, também religiosa) de comunicação e acessibilidade aos domínios mais profundos da consciência.
Supor que uma questão de tal magnitude deve ser julgada por critérios meramente exteriores, de efeitos e não de causas; além de restringi-la a ultrapassados julgamentos de certo e errado, bom e ruim, é regredir à querela anterior: à própria histórica separação entre Igreja e Estado e criação do Estado laico.
E regressividade, em se tratando de consciência social e política, é sempre um regresso à necessidade infantil da consciência mágica, primitiva, portanto, eminentemente religiosa.

Tissya Ishikawa Yamamoto
(tissyamoto@gmail.com).
­ disse…
Aleatório, eu leio sobre eles, estudo de forma amadora.
Religião seria um conjunto de valores e crenças no sobrenatural. A religião deriva do termo latim religare e significa religação com o divino, definição que abrange quaisquer doutrinas ou formas de pensamentos metafísicos. O budismo, apesar de acreditar na reencarnação (ou renascimento, que é outra tradução), afirma que tudo que existe, está dentro da natureza e não fora dela. Se é assim, podemos dizer que o conceito de renascimento se aproxima de uma teoria científica, o qual não há provas, mas poderia ser testada. Então, se considerarmos a definição original, o budismo não é religião, mas filosofia que pôe crenças à prova.
Unknown disse…
>> "Porque pra você parece que a religião foi a formadora do homem e não o homem o formador da religião"

De forma nenhuma.

A religião é resultado do instinto que o homem tem de projetar emoções e concepções internas no mundo externo.

http://en.wikipedia.org/wiki/Anthropology_of_religion#History

>> "você parece ser bastante confuso nas suas idéias."

Eis aí uma prova deste fenômeno de projeção. Você está confuso com o que eu disse e daí diz que quem está confuso sou eu ;)

>> "Veja os macacos eles vivem em bandos e me parece que eles não tem religião nenhuma"

Macacos não têm raciocínio lógico, não seriam capazes de projetar concepções internas no mundo externo e, portanto, não seriam capazes de criar uma religião.

>> "Depois não poderemos dizer que religião foi bom e fez eles viver em grupo pois afinal eles já viviam em grupos antes da religião."

Viviam em grupos antes da religião, mas não antes da formação das cidades. A religião tem, no mínimo, 300 mil anos, enquanto que as cidades mais antigas apenas 10 mil.
Anônimo disse…
Nestas horas precisa-se ter uma abordagem prática da situação: OK, as religiões FORAM importantes na construção de sociedades primitivas mas, e HOJE, elas são? A única utilidade na religião para as pessoas atualmente se restringe ao campo metafísico e ao efeito placebo. Socialmente as religiões contribuíram e contribui com a união APENAS de suas comunidades, segregando e excomungando quem não professa sua fé ou não aceita sua evangelização, e o mesmo acontece do outro lado, pois cada uma diz ter a verdade absoluta. Ass: Winston Smith
Unknown disse…
Warner,

>> "A religião tem a função de controlar os homens, sequestrando para si as virtudes humanas."

Correção: é o homem quem projeta suas virtudes na religião. Como a projeção psicológica faz parte da natureza do homem, a religião também faz.

>> "Depois que a coisa começou a funcionar vieram os manipuladores que estão ai até hoje."

A religião não precisa de manipuladores para existir.
Anônimo disse…
Gustavo religião não acredite em tudo o que você lê você continua ainda muito confuso . Como eu disse você acredita que a religião formou o homem você esta confuso , teu pensamento com relação a isto esta superficial na sua mente. Sobre os macaco pensei pensei que você seria capaz de compreender a analogia que eu fiz :S

Gustavo a religião primitiva não veio por o homem externar o que tinha neles ,veio por suas mentes analiticas eles nem fazia idéia do que era ciência , se eles estavam ali vivendo existindo enxergando comendo etc logo suas mentes analiticas logo conceberam deus vide a quantidade deles existentes. OK
Anônimo disse…
What!!!!?????
Hal Gowvess disse…
Falou quase tudo Willpapp. Tem tanta coisa tola e absurda que o cara escreveu que eu, como logahólico, não vou conseguir para de escrever até completar um pequeno livro. Deixei alguns comentários no Facebook, contudo.
E, ah sim: "A religião foi importante no passado", só se foi do mesmo modo que no presente, para manter o status quo de uma minoria no poder, privilégios dos sacerdotes e de sua hierarquia e constante esforço para impedir qualquer progresso social e científico. Fora isso, não teve importância social BENÉFICA nenhuma. Até o nazismo foi importante: para Hitler e para os nazistas e racistas de toda espécie.
Anônimo disse…
Antes das formações da cidade eles não viviam em grupos então como eles viviam.???
Anônimo disse…
Excelente texto,Gustavo.Muito bom mesmo.Concordo com você,embora acredite que,às vezes,faz-se necessário um ataque mais feroz para contrabalançar essa "luta" tão desigual e injusta.
Unknown disse…
>> "Como eu disse você acredita que a religião formou o homem"

Cara, eu acabei de dizer justamente o oposto disso :S

Isso prova que você é quem está confuso.

>> "Gustavo a religião primitiva não veio por o homem externar o que tinha neles"

É um direito seu desacreditar, mas este é o consenso em antropologia da religião: que a religião é resultado do fenômeno de projeção psicológica.

Ao tomar os textos religiosos, se você tomá-los literalmente, o que você vê é um mito. Se você tomá-los como metáforas, o que você vê são retratos da sociedade em que ele foi escrito e da opinião pessoal de quem o escreveu. São descrições de como o homem vê a natureza, a sociedade e a si mesmo.

É por isso, por exemplo, que existem deuses da guerra, da civilização, da lei, da justiça (característica da sociedade), da sabedoria, da coragem, do amor (característica do próprio homem)...

Quando os cristãos falam a respeito da opinião de Deus, eles acabam inevitavelmente falando de sua própria opinião. Isso é comprovado cientificamente. O deus cristão (ou Jesus) não é nada mais, nada menos que uma versão perfeita, idealizada do próprio cristão.

Outros exemplos foram os que eu dei no texto sobre os rituais de limpeza do judaísmo e os deuses hindus.
Anônimo disse…
Gustavo você esta falando das qualidades que deram aos deuses e não de deus em si que foi sim realmente concebido pela mente analitica e racional deles.
Anônimo disse…
Esse povo internético é mesmo exagerado. "Atacar ferozmente as religiões"??? Não sei em que mundo eu vivo ou que o autor vive...mas tirando sites, blogs e etc. não vejo discussão, perseguição, militância,a "militância" tanto falada é só virtual...se discute muito, 'filosofa-se'...mas só vejo um lado atuar concretamente com cultos
mega-espetaculares, superproduções de tv, pregação de porta-em-porta, proselitismo no varejo e no atacado; também nem concordaria com ateísmo 'atuante' com pregação e etc isso já daria caráter de religião e, coisa que nenhum 'ateu verdadeiro' deseja. Além de tudo isso a população atéia declarada ou não, é pouco representativa(fala-se em algo em
torno de 7%), seria a primeira vez na história - de uma MINORIA PERSEGUINDO A MAIORIA.
No fundo,o que vejo é um mero artifício para 'defender' as religiões dos erros delas mesmas, usando um inimigo imaginário, aliás, os religiosos modernos adoram ter um inimigo, só pra manifestarem seu coitadismo...

Charles
Anônimo disse…
Nem todas as religiões são conservadoras, geralmente as mais recentes tendem a não ser ou tentar unir a religião com ciência e filosofia (kardecismo por exemplo).
Eu penso assim: religião não faz parte da minha vida, não faz falta alguma, não acrescenta nada. Porém, se algum amigo meu, familiar ou colega de trabalho é religioso e isso lhe faz bem, eu não só respeito como também apoio. Se é necessário para uma pessoa acreditar em papai noel para viver de bem com a vida, então que assim seja.
Roberto ... disse…
Caro Gustavo, creio que valores morais nunca vão mudar. Claro que até isso é baseado no que as sociedades já estabeleceram, de alguma forma, o que seria moral ou não: parâmetros de moralidade.

Você discorreu sobre esses questionamentos das religiões e a sua importância, mas não ficou claro a qual delas você segue. Diga-me lá então!

Eu sou evangélico.
Unknown disse…
Gustavo Henrique Milaré

A religião não precisa de manipuladores para existir.

Correto.

Contudo, precisa para continuar existindo.

A religião como uma criação humana adapta-se ao seu criador.
Unknown disse…
>> "Gustavo você esta falando das qualidades que deram aos deuses e não de deus em si"

Exatamente.

>> "que foi sim realmente concebido pela mente analitica e racional deles."

Não, estas qualidades vinham das pessoas que atribuiam-nas aos deuses. Se discorda, reclame com os antropólogos de religião.
Unknown disse…
>>>> "A religião não precisa de manipuladores para existir."

>> "Correto. Contudo, precisa para continuar existindo."

Isso é uma petição de princípio. Não, não precisa.

Entenda o que é um manipulador: é alguém que conscientemente conta mentiras com o propósito de enganar, iludir para obtenção de benefício próprio. Isso não é regra na religião, é exceção, pois a maior parte dos padres e pastores apenas pregam o que acreditam (e, portanto, quando "mentem", não têm consciência disso).

>> "A religião como uma criação humana adapta-se ao seu criador."

Esta frase não ajuda a provar a frase anterior.
Aleatório disse…
Lucas,

Se você quiser mandar links sobre os seus estudos, eu ainda quero xD Meus estudos também seriam de forma amadora xDD

Temos definições parecidas sobre religião, mas ainda falta definir Deus. Pois dependendo da definição que for usada, podemos considerar que essa natureza ou essa vida é Deus...
Rosanna Andrade disse…
Concordo com o anonimo, este texto e comentarios estao bem melhores q os anteriores do Gustavo...
victor disse…
Discordo de você em relação aos bebes deixados numa ilha, sou ateu e entendo que a criação de deuses aconteceram pois não conseguia-mos explicar os acontecimentos da natureza, porem depois que descobrimos as respostas não queremos aceitar a mudança da crença que tinhamos, tanto é que hoje em dia você pode provar cientificamente para um crente que deus não existe como ja fiz com varios amigos e eles acabam aceitando que deus não existe mas ainda assim acreditam em deus,tem uma religiao que alguns devem conhecer chamada menonitas, esses caras ensinam a matematica errada a seus filhos para que os mesmos permaneçam na comunidade, bom mesmo que voce ensine a matematica correta a uma dessas crianças elas não aceitam a mudança na sua antiga verdade e ainda acreditam que a matematica errada aprendida é a correta, dificil essa questao, acredito que a mudança só vira com novas gerações!!! mas acredito tambem que dentro de 100 anos vamos como humanidade extinguir esse conceito de deus se deus quiser hehehehehe !!!!
Anônimo disse…
Gustavo as qualidades são uma externação humana. Mais a divindade em si não é , ela foi concebida pela mente analitica e racional dos primitivos , tanto que deus era verdade absoluta pra eles.
Major.Ed disse…
Gustavo,

Você tem alguma religião?

Na boa toda vez que leio seus textos vejo uma linguagem figurada de uma pessoa que teme assumir o que de fato é.

Se você é Ateu, não tem essa de dar qualquer crédito para religião, ela nunca foi e nunca será boa, é simplesmente a criação da mente demente do homem.

Seja qual for a religião é sempre baseada na aflição de solidão do Homem.
Anônimo disse…
As virtudes humanas, não precisam da religião. Qualquer ser vivo defendera sua vida e da sua prole.Com exeção dos religiosos manipulados que dão sua vida para um ser imaginário, mantendo vivo, insisto os lideres manipuladores de plantão.
Havera sacerdotes dos dois lados da trincheira convencendo seu rebanho que vencerão pois estão com o divino.
O homem projeta suas virtudes na religião, voce Gustavo me corrigiu confirmando a minha afirmação Muito obrigado.
Unknown disse…
Vamos explicar o obvio.

1 - Manipular significa alterar, adulterar, falsificar, controlar, influenciar de acordo com os próprios interesses.

2 – A História mostra que as religiões foram e ainda continuam sendo manipuladas para se adequarem a determinada comunidade, a determinado grupo.

Vejamos um exemplo bem simples:

Catolicismo -> Protestantismo.

I Pedro 4:6

Na bíblia católica:

Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.

Na bíblia protestante:

Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.


Dá para notar a diferença nos textos e, consequentemente, na interpretação deles?


Mais provas:

http://sadoutrina.wordpress.com/2010/06/14/sola-scriptura-adulterada/

http://soaverdadetelibertara.blogspot.com.br/2011/10/bolo-de-aniversario.html

http://www.jesusite.org/contradicoes5.htm


Que tal?
Anônimo disse…
Boa Major.Ed.
Adelmo Fagundes disse…
A religião, atacada ou atacante, não está sozinha em sua dimensão socializadora (DURKHEIM); pode ser invocada como necessidade humana de autoconsciência (MARX); e hoje está muito mais para um mercado (DURAND, BOURDIEU) que qualquer outra coisa. Esqueci é claro, do fator midiático na sociedade do espetáculo (DEBORD). Apresentar espiritismo, budismo, como modelos de tolerância e convivência é desconhecer a dogmática da primeira, e o benefício da separação atual e perda do Estado teocrático da segunda. Religião nenhuma é neutra, ciência nenhuma também o é. O conflito cristianismo versus islamismo, é meramente entre blocos geopolíticos, o chamado ocidental em contraposição à "ameaça crescente(literal nos dois sentidos!) muçulmana".
Catolicismo é a alma da decadente Europa, que o Bom e Bento Décimo Sexto tenta salvar, conclamando os falidos do Velho Mundo que "não tenham vergonha de suas raízes cristãs". Ainda o canto-de-cisne da defunta Cristandade. Protestantismo é a essência galopante do capitalismo(WEBER), e o neoliberalismo propaga célere, e aos quatro ventos da globalização acelerada, o EMPREENDEDORISMO...Esse sim, o verdadeiro EVANGELHO de salvação universal, única arca de redenção no mundial naufrágio, pois FORA DA LIVRE-EMPRESA, NÃO HÁ SALVAÇÃO.
E viva a ONU, viva o Capitalismo-Verde, viva o Brasil!; enquanto religiosos discutem O SEXO DOS ANJOS, será aqui o novo celeiro de alimentos geneticamente modificados para o mundo; CUSTE O QUE CUSTAR PARA NOSSA SAÚDE! Viva as terras na Austrália, sendo devastadas pelas mineradoras!(poluindo as águas com prospecção de gás e deixando-as salgadas). Enquanto religiosos convocam um Novo Concílio Ecumênico, não serão os turcos que vão acabar com os sonhos de um mundo unificado...Os EUA vão prosseguir com sua industria de entretenimento, show bizz, celebridades e suas futilidades...A Europa vai continuar a administrar finanças e empréstimos, lugares turísticos e museus...A China vai empurrar mercadorias baratas que todos irão comprar de novo a cada três meses...SANCTA SIMPLICITAS! (Douta Ignorantia).
­ disse…
Então vamos lá:
• O Significado do Nome - Cosmologia e Nominação entre os Pirahã ISBN: 85-85265-01-4 (livro publicado em 1993)
• http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_pirarr%C3%A3
• http://pib.socioambiental.org/pt/povo/piraha
• http://en.wikipedia.org/wiki/Pirah%C3%A3_people (há mais informações na língua inglesa)
----------------
Deus, abrangendo um significado universal, é uma consciência que controla/cria algum fenômeno na natureza ou cria a própria natureza. Ele pode estar dentro da natureza ou pode estar além da natureza. Ele pode estar num animal (humano ou não) ou "viver" fora da realidade. Esta é a definição básica de Deus.
J. Tadeu disse…
Problema de definições: ateísmo é descrença em deus ou deuses; antiteísmo é oposição ao teísmo. Enfim, só definições.

O Estado constituído tem suas falhas, como tendência ao nacionalismo/patriotismo exacerbado, mas aparentemente trouxe benefícios como diminuição da violência, através do aperfeiçoamento das leis jurídicas - tese controversa, veja esse vídeo de Steven Pinker falando sobre isso: http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/steven_pinker_on_the_myth_of_violence.html

As religiões existentes contém um código moral obsoleto: se a bíblia ou o alcorão fossem usados hoje em vez das leis jurídicas atuais (se bem que em países árabes há a sharia) o índice de violência provavelmente subiria para o patamar de quando eram de fato leis jurídicas. Imagine o Brasil utilizando os mandamentos bíblicos como lei: na verdade, é isso que alguns líderes e políticos religiosos estão tentando fazer. O Brasil, sendo um dos países mais violentos do mundo, aumentaria as estatísticas de crimes, sendo portanto desastroso.
J. Tadeu disse…
Também tenho essa impressão: parece que como estamos mais sensíveis e "politicamente corretos" do que antes - vide o vídeo que postei acima do Steven Pinker (http://tinyurl.com/72ukmne): qualquer crítica mais contundente acaba sendo rotulada como "fundamentalismo". Mas esse tal "fundamentalismo ateu" (que na verdade semanticamente seria "fundamentalismo antiteísta"), até aonde sei, não acontece na mesma proporção do fundamentalismo teísta, que muitas vezes causa sofrimento emocional e físico. Essa me parece uma artimanha muito rasteira: associar a pura descrença (essa é a definição de "ateu") com fundamentalismo, no mesmo sentido de associar o ateísmo (que é, como já dito, apenas a descrença) com o comunismo, que se utilizou do antiteísmo.

Palavras são apenas palavras, mas trazem consigo conceitos e preconceitos.
Unknown disse…
>> "Gustavo as qualidades são uma externação humana. Mais a divindade em si não é , ela foi concebida pela mente analitica e racional dos primitivos , tanto que deus era verdade absoluta pra eles."

Ah, sim, agora entendi o que você estava tentando dizer. E, de fato, isso faz mais sentido.

Mas, enfim, a meu ver, isso não invalida o meu texto, e nem o fato (que você apresentou) que o homem hoje em dia poderia viver sem religião.
Anônimo disse…
A foto do Gustavo indica que ele encontrou algum erro em algum lugar.
Unknown disse…
>> "Você tem alguma religião? Na boa toda vez que leio seus textos vejo uma linguagem figurada de uma pessoa que teme assumir o que de fato é."

Major.Ed, me ofende muito você querer usar a minha posição religiosa ou filosófica para desqualificar meu texto simplesmente porque você discorda do meu ponto de vista.

Não sei se você percebeu, mas isto é um ad hominem.

>> "Se você é Ateu, não tem essa de dar qualquer crédito para religião"

Hum, desculpe-me, eu perdi a parte onde você disse onde eu posso encontrar o manual de regras para alguém ser um ateu. Ou dogmas.

Achei que ser ateu era simplesmente "não acreditar em deuses".

Enfim, só quero que você tenha consciência disso, seu comentário foi muito ofensivo.
Unknown disse…
WillPapp

>> "Que tal?"

Meu caro, sério que você vai mesmo defender que um erro de tradução de uma simples palavra se qualifica como adulteração? Até mesmo historiadores especialistas na linguagem hebraica e grega divergem com respeito à melhor tradução, por que você esperaria tanta precisão em traduções que são feitas "às coxas" por amadores?

Como eu disse, manipulação só é uma palavra adequada para quem tem intenção de enganar. Mas, enfim, deixe pra lá. Já vi que você vai levar tudo ao extremo, invocar com cada detalhe que for possível e tornar essa discussão impossível.
Unknown disse…
>> "O homem projeta suas virtudes na religião, voce Gustavo me corrigiu confirmando a minha afirmação Muito obrigado."

Por nada :)

Warner, se você não percebeu, eu não afirmei que a religião é o que faz com que o homem tenha virtudes. O ponto central, básico do meu texto é que religião teve o papel de acumular e de popularizar o conhecimento acumulado. Claro que, quando você está analisando religiões antigas, você está falando de conhecimento antigo. Enfim, se você for fazer mais algum comentário, por favor, releia o texto antes.
Anônimo disse…
Sete pecados capitais, o oitavo é a Religião.
Anônimo disse…
Gustavo Henrique, obrigado pela força, voce so confirma minha opinião novamente.
Unknown disse…
Gustavo Henrique Milaré

Ainda vai insistir no seu erro? Erro de tradução é semântica. Você não viu os links que eu postei?

É lamentável que uma pessoa que parece inteligente como você se deixe levar pelo seu orgulho e não veja a verdade escancarada à sua frente.

As religiões foram e são manipuladas. Isso é fato. E eu apresento evidências daquilo que eu falo. Se você tivesse tido a decência de ter entrado nos sites que eu indiquei você veria isso.

Tentar fugir do assunto mostra que você não é maduro o suficiente para levar a diante um debate com seriedade e respeito.

Que pena.
Unknown disse…
>> "Ainda vai insistir no seu erro? Erro de tradução é semântica."

Mas não é intencional.

>> "Você não viu os links que eu postei?"

Meu querido, eu não preciso ver as contradições da bíblia, as adulterações feitas pelos escribas, etc. Você está subestimando totalmente o meu conhecimento acerca disso. Eu estudei história do Novo Testamento.

A questão (que você insiste em ignorar) é que se trata de erro humano. Não é "safadeza", é ignorância causada pela fé. Se é ignorância, a intenção não é auferir interesses e, portanto, por definição, não se classifica como manipulação.

Uma pessoa que traduz textos antigos tem a tendência de acreditar que a tradução que melhor defende seu ponto de vista é a correta. Até cientistas cometem erros neste sentido, não é por maldade. Aliás, ateus também vivem cometendo erros neste sentido.

O que eu achei bizarro, entretanto, é que você nem sequer usou como exemplo uma adulteração legítima, mas um simples erro de tradução. Eu poderia apresentar vários exemplos muito melhores do que este, onde foram feitas alterações intencionais no texto - estas sim adulterações legítimas.

O problema é que você está vendo tudo em preto e branco. Parece que você espera que, ou a tradução de um texto é precisa da versão "original", ou é uma alteração proposital, maliciosa com o interesse de ganhar dinheiro e poder. Isso é uma visão bem distorcida da realidade, até a maioria destas alterações (intencionais ou não) foram feitas por pessoas que não ganharam absolutamente nada por fazê-las.

Enfim, desculpe-me se pareceu falta de respeito, não foi essa a intenção. O que eu disse foi apenas um toque para você não parar de extremar os fatos.
Unknown disse…
Gustavo Henrique Milaré

Olha, Gustavo, tudo bem.

Você parece ser inocente em relação ao ser humano, em relação aos objetivos do homem. Você pensa que essas adulterações são errinhos inocentes. Tudo bem. Mas eu vejo a sujeira humana com muita facilidade.

Eu perdi a minha inocência há muitos anos. Vejo o ser humano como ele é: um monstro acorrentado.

Talvez essa seja a nossa diferença. Você tem fé no homem e eu não.

Além disso, as adulterações dos textos sagrados é apenas uma entre várias evidências de que as religiões são manipuladas. Poderia citar, também, a manipulação do sentido desses textos, a interpretação particularizada desses textos que faz com que milhares de cristianismos (ou outras religiões) surjam.

Quando o Macedo ou o Santiago ou Padre Marcelo interpretam o mesmo texto bíblico eles o fazem, intencionalmente, da maneira que melhor se adequem aos seus objetivos. Você acha que o Valdemiro Santiago é inocente ao fazer as interpretações bíblicas que faz com o intuito de escravizar e tirar até o último centavo de seus fiéis, cegos e acéfalos seguidores? Eu não. Eu vejo intenção nessa manipulação.
Unknown disse…
WillPapp, eu não sou inocente.

Quando eu digo que as adulterações são erros (eu não diria inocentes, mas também não diria maliciosos), não sou só eu quem digo isso. Historiadores não-cristãos como Bart Ehrman (que, inclusive, escreveu um texto falando sobre impossibilidade de existência divina) e Dale B. Martin dizem a mesma coisa. Os escribas que faziam essas adulterações eram pobres, alguns até trabalhavam presos, pagando penitências. Eles faziam as alterações porque achavam que estavam corrigindo o texto de uma adulteração anterior, ou que estavam esclarecendo melhor o texto.

Tenho plena consciência de que Edir Macedo e Valdemiro Santiago são verdadeiros salafrários, com técnicas de persuasão avançadas demais para serem considerados inocentes. E sei de vários casos análogos. Mas não coloco todo mundo na mesma caixa. Eu parto da premissa "inocente até que se prove o contrário".

Por exemplo, a Canção Nova. Os voluntários não recebem salário algum. Eles têm direito apenas ao básico: comida e uma casa simples. Casa simples mesmo, eu já fui lá, eu já vi. E o fundador, o padre Jonas, também não tem uma posição privilegiada, ele mora lá numa dessas casas simples.

Outro exemplo. Conheço uma ONG (que se originou de um centro espírita e continua essencialmente espírita) onde os membros realizam trabalhos voluntários freneticamente. Todas as reuniões são abertas ao público, todo ano eles fazem uma reunião para falar sobre o balanço financeiro. Bem, você deve pensar que o "líder" desta associação nem precisa trabalhar. Neste caso, você cometeria um engano, ele não se sustenta a partir desta ONG.

Também vivem falando das "manipulações" do Chico Xavier. De novo, outro pobre. Madre Tereza de Calcutá, outra pobre que também "manipulou" e causou mais o mal do que o bem. Doidos varridos, com certeza, mas inocentes, como todo doido é. Quantos pastores se desconvertem e falam justamente isso, que eles não enganavam as pessoas intencionalmente.

Enfim, eu teria muitos outros casos a apresentar, mas é melhor eu parar por aqui. O fato é que eu mesmo me lembro de como eu adulterava a bíblia quando eu era religioso, sem perceber. E não ganhei nada com isso, pelo contrário, só perdi. Não tenho fé nenhuma no homem, tenho pena. A humanidade é um caso perdido, querer convencer todo mundo a ser racional é dar murro em ponta de faca.
Anônimo disse…
Os textos dele são assim mesmo, quando acha que vai chegar a algum lugar, da uma volta e vai a lugar algum.
Anônimo disse…
Então, qual a sua posição filosofica com relação a deus, gustavo?
Unknown disse…
Gustavo Henrique Milaré

Ok. Estamos chegando a um denominador comum.

Só um detalhe: manipulação com intenção boa ou intenção ruim continua sendo manipulação.

De resto, concordo.
Unknown disse…
>> "Então, qual a sua posição filosofica com relação a deus, gustavo?"

Bem, já que insistem tanto, eu sou ateu com respeito às divindades logicamente falsas ou moralmente absurdas e agnóstico com respeito ás outras.
Unknown disse…
>> "Só um detalhe: manipulação com intenção boa ou intenção ruim continua sendo manipulação."

Neste caso, WillPapp, então provavelmente somos todos culpados de manipulação, em maior ou menor grau. Veja este texto:

http://tropalanternaverde.blogspot.com.br/2012/03/o-efeito-backfire.html
Unknown disse…
Gustavo Henrique Milaré

Entendo. Mas isso vale para crenças. Entretanto, tudo são crenças.

O que eu penso é que devemos estar preparados para mudar de ideia se e somente se as nossas ideias anteriores que, obviamente, devem estar balisadas através de fatos e evidências, deixarem de ser balisadas através dos fatos e das evidências.

O que eu quero dizer é que devemos ter um pensamento racional e não emocional. As coisas são o que são e não o que gostaríamos que fossem.
Unknown disse…
De fato, WillPapp, estamos mesmo chegando a um denominador comum :)

O grande problema é que as pessoas estão ficando cada vez mais polarizadas. Richard Dawkins & cia acham que estão fazendo boa coisa, mas só estão piorando as coisas. Ateus e religiosos estão mostrando cada vez mais raiva uns com os outros e se justificam pelo mesmo motivo: eles veem que o outro lado está querendo acabar com eles a qualquer custo.

O que eu quis com o meu texto é desfazer este tabu que é a religião entre os ateus, ela não vai comer ninguém vivo (a não ser que ela se sinta fortemente ameaçada). O que deve ser feito é acalmar os religiosos, valorizar mais o respeito mútuo do que a "verdade". Porque, uma vez havendo respeito, daí sim as discussões podem se tornar um pouco menos irracionais. Daí a grande importância do irenismo.

Enfim, espero que eu tenha sido claro e desculpe-me se eu lhe ofendi anteriormente, eu estava obviamente de mau humor.
Unknown disse…
Ok. Sem problemas. Eu também peço desculpas pela agressividade dos meus posts anteriores.

Faz parte.
Anônimo disse…
Como um analfabeto pode escrever um livro?
Sam Lorenz disse…
Hoje em dia é difícil ter um debate de nível mediano a alto porque as fontes citadas sempre estão na própria Internet. Muito antes de sequer ouvir a palavra "Internet" eu lia livros, livros impressos com papel e tinta. Já me deparei com tolices tão grandes que desisti de debater com certas pessoas. Um sujeito outro dia no Facebook, para provar que Nietzsche era anti-semita (coisa que ele não era, pelo contrário), colocou algumas palavras no Google para encontrar o que ele QUERIA e chegou a um link de um blog...sim, um BLOG e um blog SATANISTA e místico. Eu o avisei que ainda no começo dos anos 1980, já havia lido vários livros de Nietzsche e sobre Nietzsche. Portanto nem deu para levar adiante a discussão com o sujeito. Hoje, os livros impressos em papel ainda são as melhores fontes, as mais confiáveis fontes de informações. Citar a wikipedia ou pior, um blog! como fonte, nem posso levar a sério. Não que a wikipedia não seja confiável com algumas ressalvas e um ótimo projeto de enciclopédia online e que tenha informações que não se encontra em livros ou difíceis de se encontrar, mas quando se trata de discutir um assunto em profundidade, tem-se que ler livros. Mesmo livros em .pdf não são 100% confiáveis. Eles podem sofrer alterações em seus textos originais. Já até testei isso. Você copia o texto para um arquivo Word, apaga várias partes, altera textos e parágrafos, insere opiniões pessoais e salva o texto como arquvio .pdf. Depois o recoloca em circulação na Net e lá está um livro de Richard Dawkins onde ele diz que no fundo acredita em Deus ou, numa hipótese menos dramática, as partes onde ele prova que Einstein era ateu e suas citações em que ele menciona a palavra "deus" são metáforas, são omitidas, ou seja, foram deletadas. Leio livros em .pdf com cuidado e sempre observando detalhes que podem entregar se o livro sofreu alterações maliciosas.
Sam Lorenz disse…
Vejam o que o autor do texto que está discutindo respondeu a um de seus debatedores:

"A religião é resultado do instinto que o homem tem de projetar emoções e concepções internas no mundo externo.

http://en.wikipedia.org/wiki/Anthropology_of_religion#History

>> "você parece ser bastante confuso nas suas idéias."

Eis aí uma prova deste fenômeno de projeção."

Vou colocar em destaque: "EIS AÍ UMA PROVA DSTE FENÔMENO DE PROJEÇÃO."

Espera aí! Prova?!?!? Agora textos da Wikipedia são PROVAS? É nesse sentido que me referi à importância de se sair da Internet para aprender alguma coisa e se ler livros, em não procurar "provas" de alguma afirmação só porque se encontram 18 milhões de hits no Google com a frase que se quer provar. A Internet é um maravilhoso banco de dados e de informações e mesmo de conhecimento legítimo, científico e literário, mas seus usuários não estão sempre à sua altura e não têm discernimento e senso crítico ou cultura para saber usá-la moderadamente e sem levar gato por lebre.
Unknown disse…
>> "Espera aí! Prova?!?!? Agora textos da Wikipedia são PROVAS?"

Você compreendeu muito mal a minha afirmação. A prova (que na verdade, eu deveria ter dito evidência) da projeção psicológica são os dizeres do indivíduo - ele estava projetando sua própria confusão em mim.

E se você quer me crucificar por considerar a Wikipedia como fonte confiável de informações, fique à vontade.
Fulano disse…
A realidade é que o homem tem que deixar pra trás o pensamento mágico no qual é introduzido na infância. Assim como chapeuzinho vermelho e papai noel, o prazer gerado por projeções fantasiosas na época da infância são depois jogadas na vida adulta. A pessoa em vez de viver bem, melhorar sua qualidade de vida e a dos demais, se enclausura dentro de superstições irreais, como uma tentativa contínua de alcançar aquele êxtase que tinha quando criança. O fato é que não existe Deus, inferno e céu. Por mais que a consciência permaneça após a morte, que é o atual estágio da ciência em relação a esse assunto, isso não quer dizer que exista um Deus. É tudo natural, e somos minúsculos perto do que existe lá fora, quem sabe somos um átomo dentro de algo maior, mas achar que existe um Deus que diz amém pra tudo que você faz é achar um conforto imaginário para endossar as próprias atitudes. O que existe são as dualidades. Você consegue fazer o outro sofrer. Basta enfiar um gato no concreto que nem eu vi em outro post aqui e pronto, você fez uma vida sofrer, porém o individualismo dessas atitudes de alguns religiosos não são tão diferentes das atitudes egoístas de muitos ateus. Sou ateu por não acreditar em conto de fada, porém acredito que o homem pode ser conduzido para o bem quando todos pensarem da mesma forma e terem o raciocínio desenvolvido para entender o que o outro quer falar e não criticar para se sentir bem. Se para cada "eu quero me sentir bem" existir um " eu acolho e entendo o seu pensamento da mesma forma" não existiria tanta merda nesse mundo.
Anônimo disse…
A preguiça de aceitar o outro é a mesma que mantém a maioria na zona de conforto da ideias e ideologias. Mais psicólogos nesse mundo e menos igrejas e ideologias nazistas teístas.
Unknown disse…
Não há nenhum registro de uma sociedade sem religião em toda a História e dizer que alguma poderia ter existido é anacronismo.

Ei, como você afirma isso? Nem precisa sair do Brasil para achar um desses exemplos: o povo pirahã não tem religião alguma, chegando a "converter" à descrença um missionário cristão que lhes tentou catequizar.
Victor Xavier disse…
então nesse texto você afirma que a propria religião foi uma das criadoras da base da união das sociedades, e até ajudando a moralidade?!então basicamente ela hoje em dia chegou a ser praticamente rupestre a ponto de poder descartar pois ela já não serve muito mais?!pois o que eu vejo e que a propria religião indo contra a parte de criar uma sociedade, porque basicamente uma sociedade e criada apartir da união de grandes grupos, para continuar a existencia dos mesmos, e para ganhar mais chance de se crescer, mas a propria religião e contra a sociedade em um todo, ela tenta separar as pessoas, mostrando e usando o lado egoista que o proprio ser humano, esconde e aposenta para conseguir viver em uma sociedade, bem eu falo isso pois sempre vejo, grupo de gays espancados, deus seja louvado nas notas...e assim vai, sem contar com a desunião causada pela religião em decisões importantes, e como dizia o karl marx "a religião e o opio do povo" e basicamente e isso mesmo que vemos hoje, um grande grupo de pessoas que só reclaman, mas na hora de um protesto são os primeiros a dizer, alguem já vai porque eu vou?!então a religião já pode ser descrita como uma pratica rupestre, que já poderia acabar sem maiores impactos em uma sociedade atual?!
De qualquer forma, religião é inútil quandp se tem a racionalidade. Não precisamos dela pra nada. Não importa a primitividade de culturas passadas.
"Teorizam que é impossível que a religião se torne racional e não percebem que, na verdade, isso já está acontecendo" ==> Olha amigo, as bases religiosas são sempre irracionais ( vide as definições de religião). Não importa se o raciocínio lógico no meio é verdadeiro, se o pressuposto é "falso", a conclusão é sempre falsa.
"Não há nenhum registro de uma sociedade sem religião em toda a História e dizer que alguma poderia ter existido é anacronismo" ==> Acredito que você esteja mal informado. Já vi mais de uma civilização sem religião
Aliás, humanos por si só são organismos sociais, vide os bonobos e chimpanzés, nossos parentes viventes mais próximos que também o são. Não é necessário nenhum fator integrador. Basta usar a capacidade que nos diferencia de outras espécies: ser racional, de resto, vem com o tempo.

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