O livro mais sagrado do Estado brasileiro é a Constituição EDITORIAL DA FOLHA DE S.PAULO Com um português ruim e uma lógica pior, o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) apresentou no começo de 2019 um projeto de lei que, em condições normais de temperatura e pressão, estaria fadado ao solene esquecimento nas gavetas da Câmara. O pastor deputado quer proibir o uso da palavra "Bíblia" e da expressão "Bíblia sagrada" fora do contexto tradicional cristão. O veto valeria para publicações impressas e eletrônicas, e seu descumprimento configuraria estelionato e crime contra o sentimento religioso. Na forma e no conteúdo, não passa de iniciativa parlamentar estapafúrdia como tantas outras que encorpam o folclore do Congresso. Ocorre que, em dezembro de 2021, um conjunto de 16 líderes e ex-líderes de partidos assinaram um requerimento para a proposta tramitar em regime de urgência, de modo que ela estaria dispensada de passar pelas comissões da Casa e saltar
Ciência, saúde, religião, ateísmo, etc.