Título original: A fé e o tom por Daniel Piza Perdi o pouco que tinha ou poderia ter de fé religiosa entre os 13 e 14 anos, depois de um coquetel de leituras que viria a conter Dostoiévski, Darwin, Nietzsche (O Anticristo) e Bertrand Russell (Por Que não Sou Cristão), os dois últimos na coleção Os Pensadores da editora Abril. Mas, na realidade, já desconfiava de tudo aquilo desde quando fui obrigado a fazer primeira comunhão, aos 10 anos, período em que de fato tentei acreditar e rezar e confessar. A chatice e caretice das aulas, a falta de vontade de obedecer aos padres, a sensação de que não fazia sentido pedir perdão por um pecado que a espécie humana teria gravado em sua alma, não apenas por eventualmente ter roubado o chocolate do meu irmão do armário da cozinha – tudo isso era difícil de engolir, como a hóstia que só provei naquela ocasião e nunca mais. Passei a me declarar agnóstico, como que dizendo “não sei se Deus existe”, o que era a mais pura e dura verdade. Depois a
Ciência, saúde, religião, ateísmo, etc.