A “História do Ateísmo” (Editora Unesp, 762 págs.), de George Minois, é o único livro disponível no mercado que faz um resumo da história da descrença em divindades. O próprio autor, no sumário do livro, chama a atenção para esse vazio historiográfico. Ele escreve que os livros sobre o tema são tão escassos, que o mais completo deles, em quatro volumes, foi editado entre 1920 e 1923, o Der Atheismus und seine Geschichte im Abendlande [“O Ateísmo e sua história no Ocidente”], de F. Mautner. Outra referência mais antiga é um livro publicado há mais de três séculos, em 1663 — Scrutinium atheismi histórico-aetiologicum [“Investigação histórico-etiológica do ateísmo”], de Spitzel. Para Minois, essa escassez de relatos e estudos sobre a história da descrença em deuses se deve à “vaga conotação negativa” que se dá à palavra “ateu” e certo temor de estudiosos de abordar o assunto. Os descrentes, afinal, observa ele, sofrem há séculos a perseguição de religiosos, o que cons