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TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Decisão é histórica porque estabelece uma baliza para julgamentos de tribunais de vários países, incluindo a justiça brasileira


Uma religião que submete seus ex-fiéis ao ostracismo deve ser beneficiada por subsídios do governo? 

Não, acaba de decidir a Justiça da Noruega, país onde há elevada conscientização sobre a importância dos direitos humanos.

O Tribunal Distrital de Oslo, capital do país, julgou que o Governo, representando o Estado, agiu corretamente ao suspender subsídios às Testemunhas de Jeová — religião fundamentalista conhecida por decretar a morte em vida de seus ex-fieis, pelo ostracismo, e por impedir que seus seguidores receberem transfusão de sangue mesmo em caso de emergência.

Em 2022, Oslo e o condado de Viken cortaram os subsídios oficiais à denominação, e as TJs deixaram de receber o equivalente a R$ 8,5 milhões por ano.

Juiz Øverberg: "Testemunhas
de Jeová incentivam o
isolamento social de ex-fiéis"
FOTO: OLE BERG-RUSTEN / NTB

Como justificativa, o governo argumentou que as TJs, com a imposição do ostracismo a desassociados, violam a lei do repasse de dinheiro público, além de passar por cima do estatuto da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

As Testemunhas de Jeová recorreram à Justiça, reivindicando o direito de crença e vítima de discriminação religiosa. E perderam, ao menos em Oslo. A decisão vale para os subsídios que não foram repassados desde 2021.

O juiz Ole Kristen Øverberg sentenciou: “Por meio de diretrizes e práticas de exclusão, as Testemunhas de Jeová incentivam os membros excluídos ou afastados, para que, com poucas exceções, sejam expostos ao isolamento social daqueles que permanecem na comunidade religiosa”.

A decisão judicial é histórica porque sinaliza a outros tribunais europeus como deve ser tratada a discriminação do fundamentalismo religioso institucional. Corte de verba geralmente afeta mais a sensibilidade de líderes religiosos.

A questão está cada vez mais em evidência em vários países, inclusive no Brasil, que tem uma ativa comunidade de ex-Testemunhas de Jeová que denunciam as arbitrariedades da religião.

> Com informação do site Adressa e de outras fontes.

Comentários

CBTF disse…
Deveriam perder a imunidade tributária aqui no Brasil.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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