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Fundo do mar de Santos tem grandes formações rochosas que podem abrigar espécies desconhecidas

Novos equipamentos possibilitam coletar dados de temperatura, sedimentos e imagens de habitats e organismos que vivem abaixo dos sedimentos no fundo do mar


Um estudo recente trouxe à tona informações inéditas sobre os mares profundos do Atlântico Sul. Com o uso de uma ecossonda, pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e instituições parceiras conseguiram visualizar a existência de grandes formações rochosas de quatro a 11 quilômetros de extensão na costa de Santos (SP), que podem abrigar comunidades marinhas ainda desconhecidas pela ciência. 

Os dados coletados em artigo na edição de sexta (8) da revista científica “Ocean and Coastal Resarch”.

A equipe de cientistas realizou uma expedição de 17 dias na costa de Santos em dezembro de 2022 a bordo do navio Vital de Oliveira, operado pela Marinha do Brasil, para testar um método de coleta de dados nos oceanos do Atlântico Sul do projeto internacional iAtlantic (sigla em inglês para Avaliação Integrada dos Ecossistemas Marinhos do Atlântico no Espaço e no Tempo).

Programa de investigação multidisciplinar que avalia a saúde dos ecossistemas de águas profundas em toda a extensão do Oceano Atlântico, o iAtlantic usa um equipamento de alta resolução para mapear o leito dos oceanos. A tecnologia permite coletar dados de temperatura, sedimentos e imagens de habitats e organismos que vivem abaixo dos sedimentos no fundo do mar.

No caso da costa de Santos, foi possível visualizar habitats e comunidades de animais do fundo do mar, adicionando novos elementos para a sua caracterização. 

“A partir do mapeamento de fundo localizamos estruturas com origem geológica incerta, que podem abrigar comunidades biológicas desconhecidas até o momento”, destaca José Angel Perez, pesquisador da Univali e autor do estudo.

Dados vão revelar as
consequências da
pesca de arrasto
FOTO: ARQUIVO DOS PESQUISADORES

Estudar a zona costeira de Santos foi uma escolha estratégica, segundo comenta Perez, pois seu ambiente é altamente pressionado por atividades humanas. As análises permitiram visualizar, por exemplo, marcas no fundo do mar deixadas pela pesca de arrasto. 

“Com a ecossonda, localizamos os impactos da pesca no local, com muita precisão. Essas marcas podem permitir estimativas sobre quanto tempo o ecossistema leva para se recompor”, explica o cientista. 

As novas informações coletadas pelo estudo podem ajudar a desenvolver análises sobre o efeito da pesca nos ecossistemas do fundo do mar e colaborar com estratégias de monitoramento da atividade.

Para o pesquisador, unir os conhecimentos gerados por esse estudo com as demais informações produzidas internacionalmente pelo projeto iAtlantic é um passo importante para conhecer o presente e construir um futuro mais sustentável para esse oceano. 

“Entender o que temos em comum entre o Atlântico Norte e Sul e, também, as particularidades de seus ecossistemas é essencial para construirmos soluções coletivas de preservação dos oceanos”, explica.

O projeto iAtlantic será finalizado globalmente em março de 2024, mas Perez destaca que novas oportunidades para trabalhos de campo são essenciais para o avanço do conhecimento nessa área e começam a ser planejadas. 

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