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Sete em cada dez escolas em São Paulo estão em regiões com fácil acesso à comida pouco saudável

Estudo mostra que 74% dos estabelecimentos na cidade paulista estão nos chamados "pântanos" de alimentação. com predominância dos ultraprocessados


AGÊNCIA BORI
serviço de apoio à imprensa
na cobertura da ciência


Cerca de 74% das escolas da cidade de São Paulo estão localizadas em áreas denominadas “pântanos de comida”, um termo usado para descrever regiões com muitos comércios que vendem alimentos prejudiciais à saúde, como produtos ultraprocessados.

A situação fica ainda mais grave no caso das escolas particulares, pois elas não possuem políticas de segurança alimentar e nutricional. 

O diagnóstico inédito do ambiente alimentar destas escolas foi realizado por pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e está publicado na edição de segunda (9) da revista “Cadernos de Saúde Pública”.

Ao todo, foram analisadas 3.121 escolas da cidade de São Paulo que oferecem ensino fundamental e/ou ensino médio, e 75.832 estabelecimentos de venda de comida.

Os dados das escolas foram coletados do Censo Escolar de 2017. As pesquisadoras também consultaram um banco de dados para verificar a localização e tipo de comércio. 

Um dos principais objetivos traçados foi entender a distribuição de locais vendendo comidas ultraprocessadas ao redor de escolas. 

Para isso, foi feita uma avaliação da densidade média de cada tipo de estabelecimento em um raio de 100 a 500 metros quadrados, seguida pelo cálculo da quantidade média e a prevalência de estabelecimentos dentro de um raio de 250 metros, que equivale a uma caminhada de 5 minutos.

Crianças e adolescentes são
os maiores consumidores de
alimentos ultraprocessados
FOTO: TIM SAMUEL / PEXELS

A pesquisa revelou que os comércios de alimentos não se instalam de forma aleatória ao redor das escolas: é como se as escolas fossem imãs para estabelecimentos como lojas de doces e minimercados. 

A administração das instituições de ensino tem influência na decisão, segundo a pesquisa. Nas proximidades de instituições privadas, há mais quantidade de pontos de venda expondo os alunos a alimentos ultraprocessados — o que é um problema, já que, assim como os lares, as escolas são ambientes que influenciam crianças e adolescentes em suas escolhas alimentares.

Segundo Maria Alvim, uma das autoras do artigo e pesquisadora no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP), esse estudo tem o potencial de colaborar na promoção de políticas públicas. 

Além das mudanças necessárias dentro das escolas que ainda não possuem nenhum tipo de programa de incentivo a uma alimentação mais saudável, no caso, as particulares, a autora reforça a importância de pensar em alternativas para que os comerciantes da vizinhança não sejam prejudicados. 

“Precisamos de uma política que ofereça ao comerciante a oportunidade de incluir alimentos mais saudáveis no ponto de venda. É preciso controlar o ambiente para que ele seja mais apropriado para os jovens”, afirma.

Alvim ainda comenta que crianças e adolescentes são a população que mais consome ultraprocessados no mundo e, por isso, há um aumento de doenças crônicas e obesidade nessa idade. 

A pesquisa oferece um panorama mais detalhado sobre esse cenário a partir da quantidade de escolas e estabelecimentos analisados.

 “Os alunos da rede pública contam com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que fornece alimentos saudáveis e propõe estratégias de educação nutricional, enquanto as instituições privadas não têm qualquer tipo de regulamentação nesse aspecto. Queremos incentivar outros estudos em mais cidades, comparar os dados e apresentar alternativas”, explica a pesquisadora.

Com informação da revista Cadernos de Saúde Pública 

• Ultraprocessados causam a morte prematura de 57 mil pessoas por ano

• Pesquisa identifica resíduos de pesticidas em papinhas infantis

• Alimento não saudável vicia como cocaína, conclui estudo

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