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James Webb descobre exoplaneta com tamanho semelhante ao da Terra

Distante a 41 anos luz, o planeta LHS 475 b servirá para estudos sobre a formação de atmosferas

PEDRO PEDUZZI | Agência Brasil
jornalista

O Telescópio Espacial James Webb, da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa), fez seu primeiro registro de um exoplaneta — um planeta que orbita uma estrela em um sistema que não seja o mesmo do Planeta Terra. 

Segundo a Nasa, o planeta LHS 475 b tem tamanho e diâmetro bastante similar ao da Terra. O anúncio foi divulgado na quarta-feira (11).

Os cientistas apontaram o telescópio para a região onde se encontra o planeta porque ali uma revisão de dados indicava haver algo. 

“O espectrógrafo de infravermelho então capturou o planeta com facilidade e clareza com apenas duas observações de trânsito. Não há dúvida de que o planeta está lá, e os dados originais do Webb validaram isso”, disse Jacob Lustig-Yaeger, um dos integrantes da equipe de pesquisa, ao lado de Kevin Stevenson, que destaca o fato de o planeta encontrado ser “pequeno e rochoso”.

“Estes primeiros resultados observacionais de um planeta rochoso do tamanho da Terra abrem as portas para muitas possibilidades futuras para estudarmos atmosferas de planetas rochosos com o James Webb”, acrescentou o diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa, Mark Clampin. 

“Webb está nos aproximando cada vez mais de uma nova compreensão de mundos semelhantes à Terra fora do nosso sistema solar, e a missão está apenas começando.”



O James Webb é, entre todos os telescópios em operação, o único capaz de caracterizar as atmosferas de exoplanetas do tamanho da Terra. A Nasa, no entanto, informou que, até o momento, não foi possível afirmar se o planeta possui atmosfera — o que deverá ser feito por meio de análises de seu espectro de transmissão.

“O telescópio é tão sensível que pode detectar facilmente uma variedade de moléculas, mas ainda não podemos tirar conclusões definitivas sobre a atmosfera do planeta”, informou, em nota divulgada pela Nasa, o pesquisador Erin May.

Embora a equipe não possa, até o momento, concluir o que está presente na atmosfera, ela pode dizer com certeza o que não há. “Existem algumas atmosferas, como a do tipo terrestre, que podemos descartar. E não pode ter uma atmosfera espessa dominada por metano, semelhante à da lua de Saturno, Titã”, explicou Lustig-Yaeger.

Os pesquisadores explicam que a possibilidade de o planeta não possuir atmosfera existe, mas há também a possibilidade de existir, uma vez que algumas composições atmosféricas não foram, até o momento, descartadas. É o caso, por exemplo, de uma atmosfera de dióxido de carbono puro, que tende a ser “muito mais compacta e difícil de ser detectada”.

“Medições ainda mais precisas são necessárias para a equipe distinguir uma atmosfera de dióxido de carbono puro de nenhuma atmosfera. Os pesquisadores estão programados para obter espectros adicionais com as próximas observações neste verão”, informou a Nasa.

O exoplaneta é “algumas centenas de graus” mais quente que a Terra. Caso sejam detectadas nuvens, isso pode levar os pesquisadores a concluir que o planeta é mais parecido com Vênus, com uma atmosfera de dióxido de carbono que está perpetuamente envolto em nuvens espessas.



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