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Ateus entram com ação contra Bolsonaro por divulgar na TV Brasil encontro com religiosos

A Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) entrou com ação civil pública contra o presidente Jair Bolsonaro por uso da TV Brasil para a transmissão de uma live com líderes religiosos, evangélicos, na maioria.

No domingo de Páscoa, 12 de abril, a emissora estatal transmitiu ao vivo por 2 horas e 9 minutos o encontro, cujas imagens foram também veiculadas na rede social e, em parte, no SBT.

A Atea argumenta, na ação, que Bolsonaro e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que administra a emissora estatal, violaram o princípio constitucional do Estado laico.


À Justiça Federal do Distrito Federal, a associação pediu que Bolsonaro seja condenado a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos e que ele seja impedido de usar a emissora para eventos semelhantes. 

"A utilização da emissora para atender a interesses privados do presidente e de segmentos religiosos fere, indiscutivelmente, o interesse público”, afirma a Atea.

“Está na hora de o Poder Judiciário frear isso."

A live foi mediada pela evangélica Iris Abravanel, mulher de Silvo Santos, dono do SBT. Ela deu o tom, pedindo que Deus abençoasse o Brasil e Bolsonaro.

BOLSONARO USOU A
EMISSORA ESTATAL PARA
PROSELITISMO RELIGIOSO

O advogado Thales Bouchaton, da Atea, disse à Folha que Bolsonaro, além de desrespeitar a laicidade de Estado, deu “preferência e favorecimento a determinadas crenças”.

Cerca de 40 líderes religiosos teriam participado do encontro virtual, o que não pôde ser confirmado porque nem todos apareceram na tela.


Destacaram-se pastores mediáticos, como Silas Malafaia, deputado Marco Feliciano, R.R. Soares e os cantores gospel André Valadão e Eyshila Santos. O padre Reginaldo Manzotti cantou uma de suas músicas.

Comissão de Empregados da EBC, a Fenaj e os sindicatos dos jornalistas do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e de São Paulo manifestaram repúdio contra a “instrumentação da TV Brasil” pelo governo.

Acusam o governo de Bolsonaro de interferir na emissora, que deixou de exibir programas culturais e sobre diversidade sexual.

Afirmam que o noticiário apresenta somente a versão oficial, sem contraditórios.

Em governos anteriores, a emissora estatal era também conhecida por “TV Lula”, por ter sido criada no governo do presidente petista. 

Em sua campanha eleitoral, Bolsonaro disse que ia fechar a emissora para poupar os cofres públicos de um orçamento milionário, mas a promessa não foi cumprida.

A EBC é comandada pelo general Luiz Carlos Pereira Gomes.







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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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