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Arcebispo não teve pena da menina estuprada, afirma médico

O arcebispo dom José Cardoso Sobrinho, de Olinda e Recife, não teve pena da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto, disse Rivaldo Mendes de Albuquerque, 51, que é um dos médicos que participaram do aborto da vítima, que estava grávida de gêmeos.

“Tenho pena do nosso arcebispo, que não conseguiu ser misericordioso com o sofrimento de uma criança inocente, desnutrida, franzina, em risco de vida, que sofre violência desde os seus seis anos”, disse ele à  Folha.

“[Ela é] típica vítima da miséria. A mãe pensava que a barriga era decorrência de vermes, por isso não tomou providências antes. É uma criança desnutrida, que ainda brinca com boneca.”

O arcebispo excomungou todos os envolvidos no aborto da menina: além dos médicos, a mãe e as entidades humanitárias que deram apoio ao procedimento. Só escapou a menina, que deu consentimento para a expulsão dos fetos.

Albuquerque, que é católico praticante,  observou:  “Veja que curioso: quem nos condenou à excomunhão não proferiu uma só palavra dirigida ao homem que estuprou essa criança.”

> Caso da gravidez e aborto da menina estuprada.

Comentários

Anônimo disse…
Fui criada como católica apostólica romana. Sou batizada e crismada. Meus dois filhos são batizados. Acreditar ou não na vida desde a concepção é questão de foro íntimo, e a crença de cada um não é debate do interesse da esfera pública.

No caso pernambucano, o que diz respeito ao interesse público é a atitude da Igreja Católica de punir, na esfera judicial e na esfera religiosa, quem agiu com base na lei, no bom senso e nas recomendações médicas.

O absurdo, o covarde, o inaceitável, é a ideia de usar a fé para penalizar quem tenta permitir que uma criança de nove anos junte cacos de uma infância despedaçada.

Em nome da fé, a Arquidiocese de Olinda e Recife volta aos tempos medievais e patrocina uma pequena Inquisição. Mas a fé não pode ser empecilho para o amor de uma mãe por uma filha, de um médico por seu paciente. Em nome da fé, a Arquidiocese atira a primeira pedra.
Anônimo disse…
Tem hora que a nossa cidadania, já acostumada a ser amarrotada, ainda assim se assusta. Agora surge uma espécie de arauto da Idade Medieval, uma espécie de inquisidor moderno, que, armado de sua autoridade e representatividade, resolve não só julgar segundo seu engajamento religioso mas também sentenciar -na falta de uma bela fogueira- a excomunhão para a equipe de médicos que, seguindo preceitos legais e éticos, cumpriu o seu dever. Eis que surge o "sensível e humanista" religioso para estigmatizar a garota de nove anos, estuprada pelo padrasto e grávida de gêmeos, como pecadora. Gostaria de saber se o "justiceiro da moral e dos bons costumes", o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, também excomungou o estuprador?
Anônimo disse…
Deu no Estadão:

"Coordenadora do Grupo Curumim, uma ONG que trabalha com reprodução feminina e integra o Fórum de Mulheres de Pernambuco, Paula Viana criticou abertamente o arcebispo.

"Assusta achar que a vida de uma menina vale menos que o pensamento de um religioso fundamentalista", disse."Todos os procedimentos foram feitos com base na lei", lembrou, referindo-se ao estupro e ao risco de vida que a menina corria pela imaturidade de seu aparelho reprodutivo.

A criança poderia ter ruptura de útero, hemorragia e bebês prematuros, além de risco de diabete, hipertensão, eclâmpsia e de se tornar estéril."
Esse arcebispo é tão ridículo que afastará mais gente que pensa da Igreja. se a doutrina da Igreja é isso?
Quem vai querer segui-la?

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