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Em 2022, no Rio, jovens e brancos foram maioria dos casos da varíola dos macacos

Estudo revela o perfil dos contaminados pelo surto de monkeypox; 85% deles eram portadores de sífilis


Na cidade do Rio de Janeiro, o surto de monkeypox, a varíola dos macacos, em 2022 atingiu, em sua maioria, homens jovens, brancos, com orientação sexual homossexual e identidade cisgênero.

A maioria teve sintomas leves como lesões de pele e se curou da infecção sem necessidade de hospitalização.

É o que revela estudo publicado na segunda (15/4) na revista científica “Epidemiologia e Serviços de Saúde”, de autoria de pesquisadores que atuam na Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, no Ministério da Saúde e na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).


O vírus mpox causa lesões
cutâneas em diferentes regiões
do corpo, incluindo a genital

FOTO: FREEPIK


A análise, que descreve o perfil dos casos de monkeypox no Rio de Janeiro notificados ao Ministério da Saúde entre junho e novembro de 2022, indica que a maioria dos 928 casos registrados era do sexo masculino (94%), possuía identidade de gênero homem cis (85%), orientação sexual homossexual (66%), raça/cor branca (41%) e escolaridade equivalente ao ensino médio completo (44%). 

Um em cada três casos era imunossuprimido (35%), sendo que 42% dos infectados pelo vírus mpox informaram sorologia positiva para HIV. Dos que relataram possuir alguma outra infecção sexualmente transmissível ativa, 85% eram portadores de sífilis.

Os sinais e sintomas mais prevalentes foram lesões cutâneas (97%), especialmente com manifestações em diferentes regiões do corpo (68%) e em região genital (46%), além de febre (58%), linfonodos aumentados (43%) e dor de cabeça (39%). 

As maiores taxas de incidência foram observadas nas regiões do Centro, Zona Sul e Tijuca da cidade. Em 95% dos casos, não houve hospitalização e, em 89%, a infecção evoluiu para a cura.

Esse é o primeiro estudo a descrever a epidemiologia da varíola dos macacos na cidade do Rio de Janeiro. 

De maio a julho de 2022, mais de 16 mil casos da infecção foram reportados em 75 países, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência de saúde pública de importância internacional. 

No Brasil, foram 10 mil casos da doença confirmados até abril de 2023, e 9,5% destas notificações eram do estado do Rio de Janeiro. 

O país é o segundo com maior número absoluto de mortes, com 14 óbitos. O vírus da mpox é transmitido no contato direto de pessoa a pessoa, chamado de pele a pele.

Segundo os pesquisadores, a análise fornece informações importantes para nortear ações no caso de um possível novo surto da doença. 

“É sempre um desafio atuar frente à introdução de um novo patógeno, pois é preciso articular investigação laboratorial, treinar equipes de saúde com informações científicas atualizadas para a detecção dos casos suspeitos e correta condução clínica dos pacientes”, comenta o pesquisador e coautor do estudo Caio Luiz Pereira Ribeiro.

Além disso, ele afirma ser preciso implementar adequadamente medidas de prevenção e controle de casos e realizar ações de proteção da população suscetível, descrita pelo estudo.

“Acredito que estamos preparados para atuar novamente, caso tenhamos que enfrentar um aumento de casos de monkeypox na cidade”, afirma Ribeiro, que é coordenador do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Em 2024 uma nova linhagem do vírus — aparentemente mais mortal do que a anterior — tem causado um pico de contágios na República Democrática do Congo. 

Até o momento, todos os casos dessa linhagem estão restritos à região onde os contágios têm sido confirmados no continente africano.

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