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Três em cada quatro infectados por coronavírus desenvolveram sintomas de Covid longa

Pacientes relataram sintomas como dores de cabeça, fadiga, perda de olfato e paladar, tosse, queda de cabelo e complicações neurológicas


Um estudo inédito que acompanhou mil pacientes durante os últimos três anos mostra que três em cada quatro infectados pelo coronavírus desenvolveram Covid longa, ou seja, sintomas persistentes da doença após três meses de contaminação. Pessoas que não completaram o ciclo vacinal contra a Covid-19 tiveram 23% mais chance de ter Covid longa.

 As conclusões da pesquisa coordenada por pesquisadores das universidades federais de Pelotas (UFPel) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) estão em artigo publicado na segunda (4) na revista científica “Cadernos de Saúde Pública”.

Na coorte Pampa (Prospective Study About Mental and Physical Health), os autores coletaram informações sobre pacientes no Rio Grande do Sul infectados pelo coronavírus em diferentes momentos desde o início da pandemia de Covid-19, entre junho e dezembro de 2020, e junho de 2021, 2022 e 2023, por meio de questionários online.

“A ideia era ter uma visão a curto, médio e longo prazos”, explica Natan Feter, pesquisador da UFRGS e autor do estudo. “No início da pandemia, estávamos preocupados com as taxas de infecção. Agora estamos preocupados com as consequências da Covid-19”, diz o autor.

Sintomas se apresentaram
acentuados em pessoas que
praticam atividades físicas

A Covid longa é caracterizada pela persistência de sintomas da Covid-19 por três meses ou mais. Dores de cabeça, fadiga, perda de olfato e paladar, tosse, queda de cabelo e complicações neurológicas foram os sintomas mais relatados pelos participantes da pesquisa.

 Mulheres relataram mais sintomas de fadiga, dores de cabeça e queda de cabelo do que os homens.

Condições como obesidade e tabagismo intensificaram sintomas de dores de cabeça, perda de olfato e paladar e complicações neurológicas.

Pessoas que praticam atividade física apontaram menos sintomas comparados a sedentários, assim como quem não tomou a primeira e segunda doses da vacina da Covid-19 e as doses de reforço.

 “Existe um gradiente dose-resposta entre vacinas e Covid longa: quanto mais doses, maior a proteção. Assim, quem não tomou dose de reforço ficou mais vulnerável a desenvolver Covid longa”, explica Feter.

Segundo avalia o pesquisador, a Covid longa é considerada como uma nova fase pós-pandemia de Covid-19. “Essa condição crônica está associada a perda de produtividade e maior gasto do sistema de saúde pública, especialmente em países de baixa e média renda, onde o sistema é mais frágil”, comenta. 

Os resultados da pesquisa, segundo ele, coincidem com achados de pesquisas internacionais sobre essa doença. “Talvez a pandemia tenha dado uma trégua, mas ainda vamos ouvir falar das suas consequências por mais tempo”, observa o autor.

A equipe pretende continuar acompanhando a prevalência de sintomas da Covid longa no Rio Grande do Sul por meio de novos questionários online. A expectativa é de que um novo levantamento seja feito em junho de 2024. 

O grupo também quer investigar a associação da persistência de sintomas da Covid com outros fatores, como uso de cigarro eletrônico e sintomas de depressão e ansiedade. As novas análises podem auxiliar na elaboração de tratamentos e terapias para a condição.

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