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Deputada federal usa copia-e-cola em projeto para punir sátira ao cristianismo

Bolsonarista da Câmara inspirou-se em uma proposta de uma bolsonarista da Assembleia do Amazonas para tentar impor uma lei de regime teocrático


A deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE) apresentou projeto de lei que, se aprovado, criará um instrumento judicial comparável à legislação de países teocráticos, como o Irã.

Tércio quer instituir proibição ao que entende por "vilipêndio de dogmas e crenças cristãs sob a forma de sátira, ridicularização e menosprezo".

No Irã, quem vilipendiar o islamismo ou ridicularizar Maomé sofrerá punição que vai de chibatadas à pena de morte.

Tércio não chega a tanto, propondo que o infrator seja multado de 4 a 380 salários mínimos, o que hoje significa a faixa de R$ 5.280 a R$ 491.600.

A deputada também quer que o infrator seja impedido de participar de eventos públicos, como o Carnaval, por cinco anos, além de não poder receber financiamento público ou de ser contratado por instituições oficiais.

Deputada Clarissa Tércio
copia-e-cola projeto de outra
parlamentar de extrema direita

FOTO: REDE SOCIAL


O jornalista e militante da laicidade de Estado Eduardo Banks afirma que o projeto apresentado por Tércio é um "cópia-e-cola" de outros que, nos Estados, querem impor leis teocráticas.

Ele cita como exemplo o projeto de lei da deputada estadual bolsonarista Débora Menezes (PL), do Amazonas, que estabelecia multa de R$ 5 mil a R$ 500 mil q quem fizer piada com Jesus ou zombar do cristianismo.

Apesar de ser inconstitucional, de afrontar o Estado laico, o projeto de lei Menezes foi aprovado pela Assembleia Legislativa, mas vetado integralmente pelo governo Wilson Miranda Lima (União Brasil).

Como Menezes, a deputada Tércio é da extrema direita evangélica e bolsonarista. Filha de coronel aposentado e pastor, ela defendeu o uso da cloroquina e já foi condenada a pagar a um casal indenização de R$ 10 mil por transfobia.

Em 2020, ela comandou em Recife o ataque de um grupo de fundamentalistas religiosos a um hospital que tinha recebido do Espírito Santo para um aborto legal uma menina de 10 anos estuprada pelo padrasto.

Do lado de fora do hospital, a deputada puxou o coro acusando a menina de "assassina, assassina, assassina".

Comentários

CBTF disse…
Dei uma olhada no Instagram dela e fiquei surpreso, é só fake news de todos os tipos, como o governo permite alguém divulgar tantas mentiras, deveria ser cassada.
Wilson Silva disse…
Vitimimismo e coitadismo cristão legalizado.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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