Pular para o conteúdo principal

Cientistas fazem no Sul registro inédito de gato-palheiro-pampeano preto

Essa espécie de felino, com excesso de melanismo, está entre os animais mais ameaçados de extinção do mundo


AGÊNCIA BORI

Cientistas conseguiram realizar o primeiro registro de um gato-palheiro-pampeano da cor preta, em Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), popularmente conhecido como Saicã, território do Comando Militar do Brasil, no Rio Grande do Sul. O registro do gato com mutação genética que altera a cor da sua pelagem foi descrito em artigo publicado no dia 28 de julho na “Biota Neotropica”.

Ameaçado de extinção, o único e último registro do gato-palheiro-pampeano da cor preta ocorreu em 8 de julho de 2021. Indivíduos da mesma espécie, com pelagem típica, haviam sido fotografados pelo grupo de pesquisadores em maio de 2021 e, mais recentemente, em junho de 2023.

O registro do gato selvagem foi feito por Fábio Dias Mazim, zoólogo especialista em mamíferos silvestres da ONG Instituto Pró-Carnívoros e empresa Ka´aguy Consultoria Ambiental, em conjunto a uma equipe formada por biólogos e veterinários de diversas instituições privadas e públicas, entre elas, o Centro de Triagem de Animais Silvestres da Superintendência do Ibama no Rio Grande do Sul e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS).

Felino foi descoberto
em área onde não existe
agricultura há pelo
menos 40 anos

Para conseguir a fotografia foram utilizadas entre seis e nove câmeras trap, instrumento com sensores de movimento e/ou temperatura que dispara fotos automáticas sempre que um animal passa diante de seu visor. Os equipamentos foram distribuídos com um espaçamento em média de 500 metros cada, com foco em campos nativos, livres de agricultura por ao menos 40 anos.

O gato-palheiro-pampeano é uma espécie endêmica do Pampa brasileiro, Uruguai e de uma pequena porção do extremo leste argentino, sendo considerada criticamente ameaçada de extinção nesses três países. Em toda sua área de distribuição, esse felino possui sete registros por armadilhas fotográficas no Brasil, quatro na Argentina e nenhum no Uruguai.

Devido ao fato dele ser raro, foi necessário que as câmeras trabalhassem ininterruptamente para conseguir o registro. Segundo Mazim, o feito tem potencial de trazer mais atenção para este animal, algo essencial na garantia de que medidas e ações em prol da conservação sejam tomadas para minimizar seu risco de extinção.

Esta é uma das espécies de felino mais ameaçadas do mundo e, ressaltam os atores, a informação de melanismo, que é o excesso de melanina na pele, é inédita e precisa ser investigada mais a fundo.

“Talvez possa estar associado a endogamia ou enfraquecimento genético de uma população com menos de uma centena de indivíduos restantes no planeta ou talvez seja fruto de cruzamento parental”, comenta Mazim, membro do Instituto Pró-Carnívoros e fundador da empresa Ka’aguy Consultoria Ambiental.

Futuramente serão realizadas outras tentativas de registro do mesmo gato-palheiro-pampeano ou de novos indivíduos com o mesmo padrão de pelagem. Além disso os pesquisadores também pretendem conduzir estudos genéticos, sanitários e ecológicos com os animais.

> A Agência Bori é um serviço brasileiro de apoio à imprensa na cobertura de assuntos científicos.

• Mais de 21 mil espécies da Mata Atlântica correm risco de extinção

• Redução de peixes de água doce na América Latina e Caribe chega a 83%

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Ateísmo faz parte há milênios de tradições asiáticas

Chico Buarque: 'Sou ateu, faz parte do meu tipo sanguíneo'

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Escritor ateu relata em livro viagem que fez com o papa Francisco, 'o louco de Deus'

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê...

Caso Roger Abdelmassih

Violência contra a mulher Liminar concede transferência a Abelmassih para hospital penitenciário 23 de novembro de 2021  Justiça determina que o ex-médico Roger Abdelmassih retorne ao presídio 29 de julho de 2021 Justiça concede prisão domiciliar ao ex-médico condenado por 49 estupros   5 de maio de 2021 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico Abdelmassih 26 de fevereiro de 2021 Corte de Direitos Humanos vai julgar Brasil por omissão no caso de Abdelmassih 6 de janeiro de 2021 Detento ataca ex-médico Roger Abdelmassih em hospital penitenciário 21 de outubro de 2020 Tribunal determina que Abdelmassih volte a cumprir pena em prisão fechada 29 de agosto de 2020 Abdelmassih obtém prisão domicililar por causa do coronavírus 14 de abril de 2020 Vicente Abdelmassih entra na Justiça para penhorar bens de seu pai 20 de dezembro de 2019 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico estuprador 19 de novembro de 2019 Justiça cancela prisão domi...

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Mulheres tendem a ser mais religiosas que os homens, mas nos EUA geração Z pode mudar isso