Pular para o conteúdo principal

Pastores obtêm garantia de vaga escolar a filhos. Justiça do MA veta

Lei privilegiava líderes religiosos que mudavam de domicílio, mas não outros profissionais na mesma situação

Pastores de São Luís, Maranhão, pregam o amor ao próximo, como ensinou Jesus. Mas principalmente quando o próximo estiver muito próximo, os filhos deles.

O vereador Pastor Fernando José conseguiu aprovar em 2004 lei garantindo vaga "em qualquer época do ano letivo" em escolas públicos a filhos de "bispos, pastores, missionários e sacerdotes de qualquer credo religioso, quando transferidos no exercício de seu ministério".

O Ministério Público do Maranhão pediu à Justiça que a lei fosse declarada inconstitucional. Ao final 2022, o Tribunal do Estado derrubou o privilégio.

Vaga garantida:
filho de pastor
aprende como
obter privilégio
com a religião

O desembargador Ronaldo Maciel, o relator do processo, julgou que a lei da reserva de vaga a filhos de pastores fere a Constituição, basicamente por três motivos.

Primeiro porque a Câmara Municipal não tem competência para aprovar lei dessa ordem, que afeta o planejamento escolar do Executivo, embora este tenha sancionado a lei.

O segundo motivo se refere ao princípio da isonomia, todos têm direitos iguais, e à universalização da educação.

O terceiro se baseia na laicidade de Estado, que impede que instâncias de governo privilegiem religiões, no caso em detrimento da população, já que, sem qualquer prejuízo, a Constituição garante a liberdade de consciência e crença.

Escola pública chama-se Assembleia de Deus. Proselitismo evangélico não tem limite? 

Ao dar com precedente a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) solicitada pelo Ministério Público, o desembargador Maciel destacou, em seu voto, que não são apenas pastores que mudam de domicílio, mas profissionais de diferentes categorias e religiões, inclusive ateus, não se justificando, portanto, o tratamento diferenciado instituído pela Câmara Municipal.

Afirmou que pais que negam a "existência de seres sobrenaturais ou mesmo que não se identifiquem com quaisquer religiões (possibilidade de não-crença)" possuem diante da comunidade o mesmo status quo de líderes religiosos.

Com informação do Tribunal de Justiça do Maranhão.

• MP pede a escola que suspenda pai-nosso. E cristãos dizem ser perseguição

• O deus evangélico agora terá de respeitar a Constituição?



Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

'Sou a Teresa, fui pastora da Metodista e agora sou ateia'

Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou militante ateísta

Hoje,  ela faz parte de uma organização que denuncia violações da separação entre o Estado e Igreja  Elizabeth Murad, de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. “Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo.” Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo T reasure Coast , de humanistas se

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Só metade dos americanos que dizem 'não acredito em Deus' seleciona 'ateu' em pesquisa

Fiéis apoiam líder da Igreja Vó Rosa acusado de abuso sexual

Apoio ao "santo" Aldo contra as denúncias dos "canalhas" Fiéis da Igreja Apostólica – também conhecida como Igreja da Santa Vó Rosa – vão promover no domingo (11) uma festa “em defesa e apoio ao profeta santo irmão Aldo Bertoni”. Em um convite reproduzido no blog “Avante Povo Apostólico”, com uma foto antiga de Aldo, os organizadores da festa afirmam que o seu líder teve o “bom nome” difamado na TV por “canalhas”. Na TV Record, o programa Domingo Espetacular do dia 4 deste mês apresentou o depoimento de mulheres que acusam o “santo” Aldo de abuso sexual [resumo no vídeo abaixo]. O Ministério Público apura denúncias de mais de 10 fiéis que afirmam ter sido molestadas pelo líder religioso de 85 anos. Uma delas disse que se relacionou sexualmente com Aldo porque ele disse que ia curá-la de câncer no útero. Depois de algum tempo, desconfiada, a mulher fez exames clínicos, que não detectaram nenhuma doença. A Igreja Apostólica é uma seita de fanáticos

Câmaras estão sob a proteção da Constituição, não de divindades, mostra primavera laica do TJ-SP

Pastor Lucinho organiza milícia para atacar festa de umbanda