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Justiça decidirá sobre leitura de Bíblia em Câmara de Araraquara

Vereadores dessa cidade do interior paulista afrontam o Estado laico  

O MPSP (Ministério Público do Estado de São) propôs à Justiça uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o artigo do regimento interno da Câmara Municipal de Araraquara (SP) que obriga a leitura de até seis versículos da Bíblia no início de sessão, ordinária ou extraordinária.

A informação é de Eduardo Banks, autor da representação ao MP para que o Legislativo daquela cidade se submeta ao Estado laico, mantendo separação entre o Estado e a Igreja, conforme estabelecido pela Constituição.

Ele afirma no documento que os vereadores agem como estivessem investidos de “funções sacerdotais”, porque, além da leitura de versículos, invocam no começo das sessões a “proteção de Deus' e, diante da mesa diretora da Câmara, sempre há uma Bíblia aberta, a exemplo do que ocorre em templos.

Militante da laicidade do Estado, o jornalista Banks argumenta na representação ser “absurdo que em pleno Século 21 exista gente que creia na Bíblia”. Ainda mais por quem, com “mandato parlamentar”, utiliza-a como fonte de direito para elaborar leis.

Na época em que a representação foi encaminhada ao Ministério Público, em 2021, já havia decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São pela inconstitucionalidade da leitura Bíblia em plenário de Câmara Municipal, a de Itapecerica da Serra, lembra Banks. A decisão do TJ, nesse caso, obteve a unanimidade dos desembargadores.

Em 2017, na primeira sessão do ano da Câmara de Araraquara, a vereadora Thainara Faria (PT) anunciou que, em respeito à laicidade de Estado, não participaria do rodízio para ler a Bíblia. Houve grande repercussão.

Para Banks, a Câmara de Araraquara, como outras, humilha os cidadãos não cristãos, não só os de outras religiões, como ateus e agnósticos.



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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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