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'Quando tinha 15 anos, eu fui abusado por um padre, que ficou impune'

O arcebispo Joseph Ratzinger, hoje papa emérito, acobertou o caso

MAX W. BOEDDEKER
repórter do jornal alemão Bild e sobrevivente de padre predador

Sempre houve relatos de abuso sexual na Igreja Católica — mas o relatório publicado no dia 20 de janeiro de 2022 abala os alicerces da Igreja e mostra o caminho infernal em que os representantes de Deus na terra estão há décadas.

Silenciar, cobrir, mentir. Entre 1945 e 2019, 497 crianças e jovens foram abusados ​​sexualmente por padres, diáconos e funcionários da igreja.

O relatório encomendado pela Arquidiocese de Munique e Freising chegou à conclusão de que muitos desses casos de abuso não foram levados a sério e não foram processados.

︎ Os principais responsáveis: os ex-arcebispos Friedrich Wetter (93) e Joseph Ratzinger (94), papa Bento XVI, hoje emérito.

Quando eu tinha 15 anos, fui repetidamente abusado por um padre. 13 anos atrás, após 30 anos de angústia voraz e terapias dolorosas, eu finalmente tive a coragem de registrar uma queixa — e fui pego no turbilhão confuso de mentiras abjetas e intimidação ultrajante, garantias sussurradas e declarações deliberadamente falsas.


O "venerável" padre ficou impune — e foi conduzido direto para o Vaticano! Para mim, na época, sua ascensão foi pura zombaria e um vislumbre de um inferno cheio de mãos cruzadas.

Pode parecer paradoxal, mas é justamente por isso que o relatório é uma bênção! Reflete a imagem de uma igreja que traiu seus valores dados por Deus — impiedosa com as vítimas, misericordiosa com os perpetradores.

Agora, o edifício das mentiras desmoronou com um estrondo. O atual arcebispo de Munique e Freising, cardeal Reinhard Marx, 68, levantou-se dos escombros fumegantes e anunciou com línguas angelicais como estava "chocado e envergonhado".

Mas não teve coragem de responder pessoalmente pelos fracassos e crimes de centenas de crianças e jovens.

Marx não estava presente quando o relatório foi apresentado. Exatamente isso teria sido um sinal corajoso para os afetados e para a Igreja. 

Uma supressão da responsabilidade no mais alto nível, como praticada pelos predecessores de Marx. O cardeal Friedrich Wetter nem sequer nega ter conhecido casos de abuso, mas até hoje não quer identificar nenhuma má conduta de sua parte. Consequências: nenhuma!

Ele até nega ter participado de reuniões sobre os abusos, embora seja citado na ata. Como um cão do inferno, o homem santo defende a instituição da igreja e a si mesmo, e mente e peca e se contorce.

Os dignitários e representantes de Deus na terra se mostram diabolicamente humanos. Eles não conseguem nem pedir desculpas de seus lábios trêmulos. A igreja está danificada além do reparo, acabada, acabada com o mundo.

O cardeal Rainer Maria Woelki admitiu erros pessoais após a apresentação de um relatório de abuso para a Arquidiocese de Colônia em março de 2021, mas se recusou a renunciar.

Não perdi a fé em minha imagem pessoal de Deus, mas perdi a fé em sua equipe de terra (principalmente) remota e retraída.


Bento 16 acobertou padre que abusou de 23 crianças, diz jornal alemão





Comentários

E ainda há quem defenda essa trolha multibilionária, com Estado prórpio, o Vaticano, influente nefastamente em vários países etc de péssimos e ainda por cima ACOBERTA os inúmeros casos de abusos dentro da própria Instituição.
Sempre costumo lembrar aos crédulos: tens uma religião, ficando "de boas", ok! Mas nunca confunda, nem defenda igrejas. Religião e algo que deveria ser bem pessoal e entre ADULTOS. Esquema organizado começa em geral a avacalhar, e a institucionalização ou igrejas, é a ESCULHAMBAÇÃO da liberdade religiosa quase sempre.

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