Pular para o conteúdo principal

Vídeo: política do Governo Federal é eugenista, diz médico do Hospital das Clínicas

Maria Fernanda Guimarães O patologista  Arnaldo Lichtenstein, médico assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é o primeiro cientista brasileiro a falar claramente sobre as possíveis intenções da gestão Bolsonaro, em insistir no fim da política de isolamento social. "É eugenia", afirmou o médico  no Jornal da Cultura edição desta segunda feita, 11 de maio de 2020.


/>


Ao responder a pegunta de um telespectador, Lichtenstein, diretor técnico de clínicas do Hospital das Clínicas, diz: "Isso [o comentário] do telespectador é muito importante. " Não é negacionismo da Ciência. É uma linha de raciocínio muito diferente e cruel. O que se sabe é que a pandemia vai passar quando 50% da pessoas pegarem o vírus. Ou por vacina ou por contágio".

"Quando se pega isso, o vírus arrefece. São 140, 120 milhões de pessoas" – calcula. "O que vai acontecer quando as pessoas não defendem o isolamento? Não se fecha comércio, a economia não para, o Governo não precisa colocar dinheiro na economia. Pessoas que vão morrer – muitas! – são os idosos".

"Aí vem a fala: ‘mas iam morrer mesmo, já estavam doentes!’ Vão ficar os jovens e atletas. Se a gente pegar pedaços da fala, ela tem uma lógica intrínseca. Isso se chama eugenia. Lembre-se de que sistema político mundial usava isso. Então, [o discurso ] ‘que morram os vulneráveis para a gente ter uma geração saudável’ pode ser que esteja permeando narrativas como: ‘vamos acabar logo com essa tortura’, ‘não devemos ter o derretimento da economia’. É uma situação muito mais perversa do que simplesmente não acreditar na Ciência. É eugenia".

Eugenia: o que é 

Eugenia é uma teoria social, hoje superada pela Ciência, mas ainda com adeptos,    cuja meta  é "melhorar" a raça humana  ou grupos sociais. A eugenia deu a base  "científica" para a imigração de colonos europeus para o Brasil em substituição á mão de obra escrava, como atesta o noticiário da época. 

Também foi argumento do Nazismo para matar judeus, ciganos e eslavos  considerados "sub-raça" homossexuais ou  pessoas com problemas mentais,  transtornos emocionais,  déficit cognitivo e todos os "frágeis e débeis" do III Reich

O eugenismo reivindica melhorar as características genéticas de populações humanas pelo método de acasalamento seletivo de pessoas, esterilização obrigatória de débeis e frágeis e  até por meio da seleção de óvulos e espermatozoides por  engenharia genética. 

Discussão séria 

Também em seu Facebook, o médico explicita. Finalmente entendi a lógica do comportamento de Bolsonaro. É a lógica do Osmar Terra. Vamos atingir a imunidade de rebanho, sem fazer quarentena. Assim o governo não precisa colocar dinheiro na economia, os velhos morrem ( 'já iam morrer mesmo'), melhorando a previdência. 

Para o patologista, é tudo muito cruel. Além disso, "os doentes morrem e resolve o SUS. Ficam os jovens e atletas. Uma verdadeira eugenia. Argumentos deles: a letalidade é de 0,1 por cento, segundo eles,  'muito baixa para todos os países'. Pessoalmente, acho que é cinco vezes isto".

E finaliza Arnaldo Lichtenstein: "se não houver uma discussão séria, com abordagem vários outros aspectos (colchão social para pobres e empresas), discussão com lideranças sociais para isolamento e evidências reais, entraremos num caos. Não é à toa que a revista médica [Lancet] fez aquele editorial histórico".

Causa estranheza Nelson Teich, de ascendência judaica, permanecer no Ministério da Saúde num governo com discurso eugenista. Um médico judeu apoiar um discurso eugenista em 2020 é  muito esquisito.

A  ponto de três  entidades judaicas, Instituto Brasil-Israel, Judeus Pela Democracia-RJ e o Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil 'Henry Sobel' terem repudiado informação de que Teich foi indicado "pela comunidade judaica", conforme foi veiculado em alguns blogs e colunas. Isso porque é voz corrente em Brasília que o ministro  Nelson Teich  foi indicação do empresário Meyer Nigri  (Tecnisa)   que teria  aproximado o o presidente da comunidade judaica. 


Mas muitos médicos foram eugenistas, inclusive no Brasil, onde o racismo se irmanou à eugenia. Foram eugenistas, entre outros,  Miguel Couto, que dá nome ao hospital no Rio de Janeiro, Gonçalves Vianna, Vital Brazil e Arnaldo Vieira de Carvalho e   mais de uma centena de intelectuais de outras áreas de todo canto do País.

Eugenia e Racismo

No Brasil, a eugenia se irmanou ao racismo. Tudo em nome do "progresso".

O farmacêutico Renato Kehl, o mais óbvio dos nossos racistas-eugênicos,   postulava nos anos 1920:
“A nacionalidade brasileira só embranquecerá à custa de muito sabão de coco ariano”.

Você se horroriza? Temos resquícios desse pensamento permanentes na nossa sociedade. O vice-presidente Hamilton Mourão, ao invés de prezar de ser fruto da miscigenação, como deviam se orgulhar tos brasileiros, vai na direção contrária. 

O VICE, GENERAL MOURÃO, 
COM O FILHO E O 'NETO BONITO'

"Meu neto é um cara bonito, viu? Branqueamento da raça!”, descreveu  Hamilton Mourão em 6 de outubro de 2018.

Acompanhando o raciocínio de Lichtenstein, faz todo sentido a acusação que pulula nas redes sociais sob a hashtag #BolsonaroGenocida

 Assim, Jair Messias Bolsonaro não é "burro", não é "louco" ou "insano",  nem "irresponsável" e muito menos "negacionista" como todos amenizamos. Trata-se de uma política eugenisticamente genocida.


Com informação de Jornalismo - TV Cultura   e Observatório da Imprensa








Vídeo: Quarentena, brigas políticas, remédios polêmicos. É a Gripe espanhola de 1918!

20 fatos que você precisa saber sobre entubação

Vídeo: prefeito que disse que cura da Covid-19 virá da igreja é internado

'Internet Segura' adverte para onda de golpes na quarentena

Cidade de Nova York improvisa necrotério fora de hospital

Psicóloga diz como é possível manter o equilíbrio emocional em tempo de pandemia

Microbiologista critica a negação à ciência e alerta que o Covid-19 mudou o mundo

66 atividades para fazer em casa durante a quarentena. E o que não fazer!



Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Limpem a boca para falar do Drauzio Varella, cristãos hipócritas!

Feliciano manda prender rapaz que o chamou de racista

Marcelo Pereira  foi colocado para fora pela polícia legislativa Na sessão de hoje da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, mandou a polícia legislativa prender um manifestante por tê-lo chamado de racista sob a alegação de ter havido calúnia. Feliciano apontou o dedo para um rapaz: “Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”. Marcelo Régis Pereira, o manifestante, protestou: “Isso [a detenção] é porque sou negro. Eu sou negro”. Depois que Pereira foi retirado da sala, Feliciano disse aos manifestantes: “Podem espernear, fui eleito com o voto do povo”. O deputado não conseguiu dar prosseguimento à sessão por causa dos apitos e das palavras de ordem cos manifestantes, como “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Jovens evangélicos manifestaram apoio ao ...

Deputado gay é ameaçado de morte no Twitter por supostos evangélicos

Resposta do deputado Jean Wyllys O militante gay e deputado Jean Wyllys (PSOL) recebeu hoje (18) pelo Twitter três ameaças de morte de supostos evangélicos. Diz uma delas: "É por ofender a bondade de Deus que você deve morrer". Outra: "Cuidado ao sair de casa, você pode não voltar". A terceira: “"A morte chega, você não tarda por esperar".  O deputado acredita que as ameaças tenham partido de fanáticos religiosos. “Esses religiosos homofóbicos, fundamentalistas, racistas e enganadores de pobres pensam que me assustam com ameaças de morte!”, escreveu ele no Twitter. Wyllys responsabilizou os pastores por essas “pessoas doentes” porque “eles as conduzem demonizando minorias”. Informou que vai acionar as autoridades para que os autores da ameaça seja penalizados. Escreveu: "Vou recorrer à Justiça toda vez que alguém disseminar o ódio racista, misógino e homofóbico no Twitter, mesmo que seja em nome de seu deus". Defensor da união civi...

Prefeito de São Paulo veta a lei que criou o Dia do Orgulho Heterossexual

Kassab inicialmente disse que lei não era homofóbica

Promotor nega ter se apaixonado por Suzane, mas foi suspenso

Gonçalves, hoje com 45 anos, e Suzane quando foi presa, 23 No dia 15 de janeiro de 2007, o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves (foto), 45, em seu gabinete no Ministério Público em Ribeirão Preto e ao som de músicas românticas de João Gilberto, disse a Suzane Louise Freifrau von Richthofen (foto), 27, estar apaixonado por ela. Essa é a versão dela. Condenada a 38 anos de prisão pela morte de seus pais em outubro de 2002, a moça foi levada até lá para relatar supostas ameaças de detentas do presídio da cidade. Depois daquele encontro com o promotor, ela contou para uma juíza ter sido cortejadar.  Gonçalves, que é casado, negou com veemência: “Não me apaixonei por ela”. Aparentemente, Gonçalves não conseguiu convencer sequer o Ministério Público, porque foi suspenso 22 dias de suas atividades por “conduta inadequada” e por também por ter dispensado uma testemunha importante em outro caso. Ele não receberá o salário correspondente a esse período. O Fantástico de ontem apre...

Pastor da Frente Parlamentar quer ser presidente do Brasil

Feliciano sabe das 'estratégias do diabo' contra um presidente cristão O pastor Marco Feliciano (foto), 41, do Ministério Tempo de Avivamento, disse sonhar com um Brasil que tenha um presidente da República que abra o programa “Voz do Brasil” dizendo: “Eu cumprimento o povo brasileiro com a paz do Senhor”.  Esse presidente seria ele próprio, conforme desejo que revelou no começo deste ano. Feliciano também é deputado federal pelo PSC-SP e destacado membro da Frente Parlamentar Evangélica. Neste final de semana, após um encontro com José Serra (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, Feliciano falou durante um culto sobre “as estratégias do diabo” para dificultar o governo de um "presidente cristão":  "A militância dos gays, a militância do povo que luta pelo aborto, a militância dos que querem descriminalizar as drogas". Como parlamentar, Feliciano se comporta como se o Brasil fosse um imenso templo evangélico. Ele é autor, entre outros, do p...

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Orkut tem viciados em profiles de gente morta

Uma das comunidades do Orkut que mais desperta interesse é a PGM ( Profile de Gente Morta). Neste momento em que escrevo, ela está com mais de 49 mil participantes e uma infinidade de tópicos. Cada tópico contém o endereço do profile (perfil) no Orkut de uma pessoa morta e, se possível, o motivo da morte. Apesar do elevado número de participantes, os mais ativos não passam de uma centena, como, aliás, ocorre com a maior parte das grandes comunidades do Orkut. Há uma turma que abastece a PGM de informações a partir de notícias do jornal. E há quem registre na comunidade a morte de parentes, amigos e conhecidos. Exemplo de um tópico: "[de] Giovanna † Moisés † Assassinato Ano passado fizemos faculdade juntos, e hoje ao ler o jornal descubri (sic) que ele foi assassinado pois tentou reagir ao assalto na loja em que era gerente. Tinha 22 anos...” Seguem os endereços do profile do Moisés e da namorada dele. Quando o tópico não tem o motivo da morte, há sempre alguém que ...