Pular para o conteúdo principal

Com mais de 60% de moradores ateus, Berlim se destaca por ser solidária

Alemanha cuida bem de suas igrejas
 históricas, como a de Nossa Senhora
 (Frauenkirche) de Dresden, que é 
considerada um dos exponentes
 da arquitetura sacra protestante
 e do estilo barroco-rococó


por Clarissa Neher
Deutsche Welle

Muitos costumam achar que o número de muçulmanos na Alemanha é bem maior do que ele realmente é. Dados divulgados neste ano traçaram um panorama das religiões em Berlim e revelaram que a grande maioria da população aqui é ateia. Mais de 60% dos moradores da cidade não seguem qualquer religião.

Os cristãos são o segundo maior grupo, com 26%. Atualmente, cerca de 576 mil berlinenses são luteranos e mais de 331 mil, católicos. Somente depois vêm os muçulmanos, com aproximadamente 10% — um número um pouco maior do que a média nacional, que é de 6,2%.

Os judeus são o menor grupo religioso, com cerca de 9,5 mil pessoas em Berlim, aproximadamente 0,25% da população.

As religiões cristãs são as que mais têm perdido fiéis ao longo das últimas décadas. Estima-se que há 50 anos o número de cristãos era o dobro dos atuais 970 mil.

Diante dessa redução da comunidade, a estrutura existente acabou se tornando grande demais. Assim, igrejas têm sido fechadas, e algumas foram até demolidas.

Mas apesar do número de ateus ser grande, o que poderia levar alguns a pensar que a cidade é extremamente egoísta e individualista, Berlim é uma cidade solidária e que preza o respeito a todos os próximos, não somente aos iguais. 

Esse espírito pode ser percebido, por exemplo, num ato contra intolerância e por uma sociedade livre e aberta, que ocorreu em outubro do ano passado e reuniu 240 mil pessoas, ou na disposição da capital alemã em ajudar refugiados no auge da crise migratória em 2015.

São raros amigos e conhecidos que fiz aqui que frequentam a igreja. A grande maioria é ateu, mas posso dizer que eles seguem muito mais os princípios cristãos do que católicos e evangélicos praticantes que conheci no Brasil.

Ter uma religião não significa automaticamente amar, respeitar e compreender o próximo como Jesus pregou. Algumas vezes aqueles que mais frequentam a missa ou o culto são os que mais excluem e disparam o ódio contra aqueles que são diferentes de "padrões tradicionais" impostos por sociedades conservadoras.

Para mim, isso mostra que respeito, solidariedade e tolerância são valores que se aprendem em casa.

Clarissa Neher é jornalista da DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Deutsche Welle é a emissora da Alemanha que produz jornalismo em 30 idioma.





Justiça de Berlim proíbe uso de painéis para dar boas-vindas a Bento 16

Governo alemão recua e pede solidariedade aos judeus no uso do quipá

Estado da Alemanha planeja proibir símbolos religiosos nos tribunais

Número de católicos e protestantes da Alemanha cairá pela metade até 2060

Igreja Católica da Alemanha vai fechar 75 paróquias em 7 anos

Luteranos da Alemanha deixam de ser oficialmente antissemitas



Receba por e-mail aviso de novo post

Comentários

Emerson Santos disse…
Muito bem dito... educação e respeito se aprende em casa e não com igreja ou religião
Anônimo disse…
É difícil de acreditar
Walter Hauer disse…
O Deus cristão dos brasileiros perdoa tudo por isto pode aprontar a vontade e praticar toda sorte de crimes e acabar sendo pastor numa das arapucas cassinos da fé e ser admirado de zumbis do ódio confesso. O azar é das vítimas dos perdoados por este cúmplice do mal.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Alunos evangélicos de escola de Manaus recusam trabalho de cultura africana

Doença de Edir cria disputa pela sucessão na Igreja Universal

Por estar doente, o bispo Edir Macedo tinha nomeado há cerca de três meses o bispo Romualdo Panceiro (foto) como seu sucessor no comando da Igreja Universal do Reino de Deus. A informação é da CartaCapital desta semana.

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Com 44% de ateus, Holanda usa igrejas como livrarias e cafés

Livraria Selexyz, em Maastricht Café Olivier, em Utrecht As igrejas e templos da Holanda estão cada vez mais vazios e as ordens religiosas não têm recursos para mantê-los. Por isso esses edifícios estão sendo utilizados por livrarias, cafés, salão de cabeleireiro, pistas de dança, restaurantes, casas de show e por aí vai. De acordo com pesquisa de 2007, a mais recente, os ateus compõem 44% da população holandesa; os católicos, 28%; os protestantes, 19%; os muçulmanos, 5%, e os fiéis das demais religiões, 4%. A maioria da população ainda acredita em alguma crença, mas, como ocorre em outros países, nem todos são assíduos frequentadores de celebrações e cultos religiosos. Algumas adaptações de igrejas têm sido elogiadas, como a de Maastricht, onde hoje funciona a livraria Selexyz (primeira foto acima). A arquitetura realmente impressiona. O Café Olivier (a segunda foto), em Utrecht, também ficou bonito e agradável. Ao fundo, em um mezanino, se destaca o órgão da antig...

Evolução negou um tesouro ao homem, o osso do pênis

Como é possível Deus ter criado a existência se Ele já existia?

  Austin Cline , do About.com

Mulher faz ritual religioso em trilhos de trem e morre atropelada

Um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) atropelou e matou na noite de sábado (22) uma mulher de 45 anos em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. A morte foi instantânea. A informação é do portal G1. A mulher e o seu marido estavam realizando uma cerimônia religiosa de matriz afro-brasileira. O acidente ocorreu a 300 metros da passagem de nível do distrito de Brás Cubas. O trem seguia no sentido de Mogi, informou a polícia. O marido não foi atingido pelo trem, mas se encontra em estado de choque. Evangélico morre quando orava para agradecer recuperação da saúde. setembro de 2011 Umbandistas matam evangélico em briga em morro místico.   novembro de 2010 Bizarro.

José Mujica, líder político do Uruguai, se assume como ateu

A descrença de José Mujica não afeta a sua popularidade  Em recente entrevista,  José Mujica , presidente do Uruguai, assumiu ser descrente ao elogiar Hugo Chávez. “Eu ainda não fui capaz de acreditar em Deus”, disse.  “Se existe um ser tão poderoso, espero que Ele ajude os pobres da América Latina dando saúde ao comandante [Chávez]”. Mujica disse que, se existisse,  Deus deveria  ajudar os pobres A declaração de Mujica chama a atenção porque político ateu ou agnóstico geralmente não sai “do armário”, para não perder votos, ainda mais nestes dias marcados pelo conservadorismo religioso em vários países. Fernando Henrique Cardoso é um exemplo brasileiro. Em 1985, então candidato a prefeito de São Paulo, ele disse em uma entrevista que não acreditava em Deus, mas se arrependeu da declaração.  Em 2006, o candidato derrotado a prefeito e presidente da República de 1995 a 2002 afirmou à Playboy que adorava ir à missa. “Às vezes, vejo pela TV [a mis...