Pular para o conteúdo principal

Príncipe Akishino questiona uso de verba pública em rito religioso de posse do irmão


Akishino quer
que seja respeitada a
separação constitucional
 entre Estado e religião

por Elaine Takahata, de Tóquio
para o IPC Digital

O príncipe Akishino Fumihito (foto), o irmão mais novo do príncipe herdeiro Naruhito, expressou suas preocupações a um alto funcionário da Agência Imperial segundo as quais deve ser evitado o uso de fundos públicos para cobrir rito imperial. 

Trata-se do Daijosai, ou rito do Grande Dia de Ação de Graças, no qual o novo imperador oferecerá arroz aos deuses pela primeira vez com uma oração por uma colheita abundante depois que ele subir ao trono em maio de 2019.

Espera-se que o rito ocorra de 14 a 15 de novembro de 2019 dentro dos Jardins do Leste do Palácio Imperial depois que o imperador Akihito abdicar em 30 de abril. 

O governo incorporará o custo do ritual em seu orçamento fiscal de 2019.


Críticos têm apontado que gastar fundos públicos no Daijosai, que é altamente religioso, viola o princípio da separação entre religião e governo como garantido pela Constituição.

O Daijosai no início da era Heisei custou cerca de 2,25 bilhões de ienes, incluindo cerca de 1,4 bilhão de ienes gastos na construção de um local para o Daijokyu-no-gi, um evento central dentro do Daijosai.

De acordo com os envolvidos nas próximas cerimônias, se rituais semelhantes forem realizados em 2019, o custo poderá ser muito maior, levando em consideração a inflação e outros fatores.

Ritos imperiais comuns são cobertos por fundos alocados para as despesas de vida privadas do imperador e da imperatriz, e do príncipe herdeiro e sua família. 

As atividades públicas do Império são cobertas por fundos públicos do Império. O governo planeja alocar um orçamento para os Daijaisai de fundos públicos do Império, mas o príncipe Akishino não está convencido da legitimidade desse plano.

O príncipe Akishino será o primeiro na linhagem do trono quando seu irmão se tornar imperador. 

“Eu gostaria de saudar (a preocupação do príncipe Akishino) como uma opinião honesta de alguém que será o primeiro na linha de sucessão”, disse Susumu Shimazono, um estudioso religioso e professor da Universidade de Sophia que é bem versado em Ritos Imperiais. 

“O uso de dinheiro público para os Daijosai corre o risco de violar o Artigo 20 da Constituição, que afirma que ‘o Estado e seus órgãos devem abster-se de educação religiosa ou qualquer outra atividade religiosa’, e é imprudente. Espero que o o governo considere uma diversidade de pontos de vista e avançe com cerimônias relacionadas à sucessão imperial com discrição. “

IPC Digital é um portal de brasileiros no Japão.


Templos budistas no Japão estão fechando por falta de adeptos

Japão executa últimos membros da seita religiosa do gás sarin

Coreia do Sul aprova cobrança de imposto de religiosos




Japão lança satélite para estudar galáxias e buracos negros

A responsabilidade dos comentários é de seus autores.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Professor obtém imunidade para criticar criacionismo nas aulas

A Corte de Apelação da Califórnia (EUA) decidiu que um professor de uma escola pública de Mission Viejo tem imunidade para depreciar o criacionismo, não podendo, portanto, ser punido por isso. A cidade fica no Condado de Orange e tem cerca de 94 mil habitantes. Durante uma aula, o professor de história James Corbett, da Capistrano Valley High School, afirmou que o criacionismo não pode ser provado cientificamente porque se trata de uma “bobagem supersticiosa”. Um aluno foi à Justiça alegando que Corbett ofendeu a sua religião, desrespeitando, assim, a liberdade de crença garantida pela Primeira Emenda da Constituição. Ele perdeu a causa em primeira instância e recorreu a um tribunal superior. Por unanimidade, os três juízes da Corte de Apelação sentenciaram que a Primeira Emenda não pode ser utilizada para cercear as atividades de um professor dentro da sala de aula, mesmo quando ele hostiliza crenças religiosas. Além disso, eles também argumentaram que o professor não ...

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Caso Roger Abdelmassih

Violência contra a mulher Liminar concede transferência a Abelmassih para hospital penitenciário 23 de novembro de 2021  Justiça determina que o ex-médico Roger Abdelmassih retorne ao presídio 29 de julho de 2021 Justiça concede prisão domiciliar ao ex-médico condenado por 49 estupros   5 de maio de 2021 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico Abdelmassih 26 de fevereiro de 2021 Corte de Direitos Humanos vai julgar Brasil por omissão no caso de Abdelmassih 6 de janeiro de 2021 Detento ataca ex-médico Roger Abdelmassih em hospital penitenciário 21 de outubro de 2020 Tribunal determina que Abdelmassih volte a cumprir pena em prisão fechada 29 de agosto de 2020 Abdelmassih obtém prisão domicililar por causa do coronavírus 14 de abril de 2020 Vicente Abdelmassih entra na Justiça para penhorar bens de seu pai 20 de dezembro de 2019 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico estuprador 19 de novembro de 2019 Justiça cancela prisão domi...

Reação de aluno ateu a bullying acaba com pai-nosso na escola

O estudante já vinha sendo intimidado O estudante Ciel Vieira (foto), 17, de Miraí (MG), não se conformava com a atitude da professora de geografia Lila Jane de Paula de iniciar a aula com um pai-nosso. Um dia, ele se manteve em silêncio, o que levou a professora a dizer: “Jovem que não tem Deus no coração nunca vai ser nada na vida”. Era um recado para ele. Na classe, todos sabem que ele é ateu. A escola se chama Santo  Antônio e é do ensino estadual de Minas. Miraí é uma cidade pequena. Tem cerca de 14 mil habitantes e fica a 300 km de Belo Horizonte. Quando houve outra aula, Ciel disse para a professora que ela estava desrespeitando a Constituição que determina a laicidade do Estado. Lila afirmou não existir nenhuma lei que a impeça de rezar, o que ela faz havia 25 anos e que não ia parar, mesmo se ele levasse um juiz à sala de aula. Na aula seguinte, Ciel chegou atrasado, quando a oração estava começando, e percebeu ele tinha sido incluído no pai-nosso. Aparentemen...

Por que é absurdo considerar os homossexuais como criminosos

Existem distorções na etimologia que vem a antiguidade AURÉLIO DO AMARAL PEIXOTO GAROFA Sou professor de grego de seminários, também lecionei no seminário teológico da igreja evangélica e posso dizer que a homofobia católica e evangélica me surpreende por diferentes e inaceitáveis motivos. A traduções (traições), como o próprio provérbio italiano lembra ( traduttore, tradittore ) foram ao longo dos séculos discricionariamente destinadas a colocar no mesmo crime etimológico, categorias de criminosos sexuais que na Antiguidade distinguiam-se mais (sobretudo na cultura grega) por critérios totalmente opostos aos nossos. O que o pseudoepígrafo que se nomeia Paulo condenava eram os indivíduos de costumes torpes, infames, os quais se infiltravam em comunidades para perverter mocinhas e rapazinhos sob pretexto de "discipulado" e com fins de proveito sexual. Nada diferente de hoje, por isso vemos que a origem da efebofilia e pedofilia católica e evangélica é milenar. O fato...

Secretaria do Amazonas critica intolerância de evangélicos

Melo afirmou que escolas não são locais para mentes intolerantes Edson Melo (foto), diretor de Programa e Políticas Pedagógicas da Secretaria de Educação do Estado do Amazonas, criticou a atitude dos 14 alunos evangélicos que se recusaram a apresentar um trabalho sobre cultura africana para, segundo eles, não ter contato com as religiões dos afrodescendentes. “Não podemos passar uma borracha na história brasileira”, disse Melo. “E a cultura afro-brasileira está inclusa nela.” Além disso, afirmou, as escolas não são locais para “formar mentes intolerantes”. Os evangélicos teriam de apresentar em uma feira cultural da Escola Estadual Senador João Bosco de Ramos Lima, em Manaus, um trabalho dentro do tema "Conhecendo os paradigmas das representações dos negros e índios na literatura brasileira, sensibilizamos para o respeito à diversidade". Eles se negaram porque, entre outros pontos, teriam de estudar candomblé e reagiram montando uma tenda fora da escola para divu...

Seleção feminina de vôlei não sabe que Brasil é laico desde 1891

Título original: O Brasil é ouro em intolerância Jogadoras  se excederam com oração diante das câmeras por André Barcinski para Folha Já virou hábito: toda vez que um time ou uma seleção do Brasil ganha um título, os atletas interrompem a comemoração para abrir um círculo e rezar. Sempre diante das câmeras, claro. O mesmo aconteceu sábado passado, quando a seleção feminina de vôlei conquistou espetacularmente o bicampeonato olímpico em cima da seleção norte-americana, que era favorita. O Brasil é oficialmente laico desde 1891 e a Constituição prevê a liberdade de religião. Será mesmo? O que aconteceria se alguma jogadora da seleção de vôlei fosse budista? Ou mórmon? Ou umbandista? Ou agnóstica? Ou islâmica? Alguém perguntou a todas as atletas e aos membros da comissão técnica se gostariam de rezar o “Pai Nosso”? Ou será que alguns se sentiram compelidos a participar para não destoar da festa? Será que essas manifestações públicas e encenadas, em vez de prop...

CRP dá 30 dias para que psicóloga deixe de fazer proselitismo religioso

No noticiário, casos de pastores pedófilos superam os de padres

Neymar paga por mês R$ 40 mil de dízimo à Igreja Batista