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Candidatos evangélicos avançam mais onde Estado é ausente

da Rádio Franca Internacional

A deficiência de serviços públicos essenciais, principalmente a segurança, ajuda a explicar o avanço dos candidatos evangélicos no Brasil, na opinião do historiador francês Laurent Vidal, especialista em história brasileira da Universidade de La Rochelle.

Futuros evangélicos
e, portanto,
dizimistas
Ele foi convidado pela RFI (Radio France Internationale) para analisar o segundo turno das eleições municipais no país, e explicou o sucesso de nomes como o pastor Marcelo Crivella (PRB), no Rio de Janeiro.

“Não é só a fé que leva os candidatos evangélicos ao poder. Eles têm força onde o Estado está ausente, onde a polícia não consegue garantir a segurança, mas também onde até a igreja católica está menos presente”, afirmou o pesquisador. 

“Lembro que, tradicionalmente, até os anos 1970, a igreja tinha um papel social nas periferias. Nas cidades onde ela perdeu esse papel, os templos pentecostais assumiram.”

Vidal ressalta que, além do Rio de Janeiro, outra grande capital brasileira, Belo Horizonte, levou um candidato evangélico para o segundo turno das eleições municipais.

O especialista observa que a entrada dos neopentecostais na política foi tão forte que, nos últimos anos, se tornou impossível para um candidato à presidência ignorar essa comunidade. 

“Até o PT já foi aliado de Crivella no passado.”

Neste cenário, relembra o historiador, a ex-presidente Dilma Rousseff, que propunha uma agenda progressista em relação a temas da sociedade, como a legalização do aborto, teve de abandonar o projeto por conta da pressão das lideranças evangélicas. 

O movimento também ajuda a explicar o atual aumento do conservadorismo no país: discussões como o ensino da teoria do gênero nas escolas ou o casamento entre homossexuais alimentaram debates acalorados, por influência dos evangélicos.

Vidal frisa que o fenômeno não é uma exclusividade do Brasil e se repete em vários países latino-americanos, como o Chile e o Peru. 

Na França, a igreja Universal é considerada uma seita religiosa.

Igrejas têm dinheiro para eleger presidente, afirma Crivella


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