Pular para o conteúdo principal

Escola contorna intolerância de alunos evangélicos à cultura

Em 2012, estudantes se recusaram
 a fazer trabalho sobre cultura afro
Os estudantes que se matricularem na Escola Estadual Senador João Bosco, em Manaus (AM), são informados de que terão de participar do projeto interdisciplinar sobre a “Preservação da Identidade Étnico-Cultural Brasileira”, como parte do ensino de história. Depois, eles não poderão alegar que não sabiam disso.

Essa foi a forma que a direção da escola encontrou para contornar a intolerância de alunos evangélicos em relação à história brasileira na parte que diz respeito às influências africanas.

Em 2012, estudantes evangélicos se recusaram a fazer um trabalho sobre cultura afrobrasileira porque, segundo eles, isso seria uma ofensa a sua religião por se tratar de um proselitismo de crenças africanas. O trabalho valia nota.

Alunos do 2º e 3º anos do ensino médio se propuseram na época a fazer uma dissertação sobre as missões evangélicas na África, em vez de tratarem da herança no Brasil da cultura africana. A escola recusou.

Em protesto, os alunos acamparam defronte à escola. Descobriu-se, depois, que havia pastores por detrás da resistência desses alunos ao ensino da história brasileira.

“Foi uma situação difícil”, lembrou a professora de história Raimunda Nonata.

“Sempre tive muito cuidado em trabalhar o assunto com os alunos evangélicos, que em nossa escola são maioria”, afirmou.

Disse que a escola sempre tratou da cultura afrobrasileira e africana nas aulas sobre a escravidão. Lembrou que a partir de 2008 reforçou o tema porque se tornou obrigatório por força de lei.

A professora disse que, agora, a tolerância voltou a reinar na escola.

Todos os alunos são obrigados a participar com trabalhos do projeto da preservação da identidade brasileira.

Contudo, a escola abriu uma concessão: quem se sentir constrangido em fazer uma apresentação pública poderá se dedicar a outras fases do trabalho, como ornamentar a feira cultural.

No ano que se opuseram à escola, os estudantes evangélicos se recusarem a ler alguns clássicos da literatura brasileira, como “Macunaíma” (de Mário de Andrade), “Ubirajara” (José de Alencar) e vários livros de Jorge Amado.

O pretexto dos evangélicos foi de que as obras abordam umbanda, candomblé e homossexualidade.




Professores evangélicos vetam a cultura afro, diz pesquisadora

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Cartunista Laerte anuncia que agora não é homem nem mulher

Ateu, Chico Anysio teve de enfrentar a ira de crentes