Ministério Público abriu inquérito para apurar validade da licitação |
Valdinei Ambar ME apresentou proposta de R$ 12,5 mil, e Arnaldo Adam Wahl ME, de R$ 10,9 mil.
O MP (Ministério Público) do Estado de São Paulo instaurou inquérito para apurar a validade da licitação.
O promotor Orlando Bastos Filho destacou na abertura do inquérito que o inciso I do artigo 19 da Constituição proíbe “terminantemente” que quaisquer instâncias do Estado brasileiro financiem igrejas ou cultos.
Ele afirmou que, em tese, a prefeitura está desvirtuando o uso do dinheiro público, o que configura improbidade administrativa.
Bastos Filho deu orientação para que a licitação permaneça suspensa pelo tempo em que durar o inquérito.
Ele notificou a prefeitura e a Cúria Metropolitana a apresentarem no prazo de dez dias documentos que esclareçam a quem cabe a manutenção do relógio da catedral e se o imóvel é tombado pelo patrimônio histórico.
O pároco da Catedral, Tadeu Rocha Moraes, tratou com ironia a investigação do Ministério Público.
Ele disse que o relógio possui uma tecnologia de “altíssima sensibilidade” que permite somente aos católicos ver as horas na catedral.
“Os ateus não enxergam a hora, os evangélicos não enxergam a hora e os umbandistas também não”, disse. “Quando é católico, o relógio mostra a hora; e quando não é católico, não mostra a hora."
O padre se manifestou com a arrogância de quem acha que o relógio da catedral é o único existente em Sorocaba, e que toda a população depende dele.
Dois vereadores evangélicos — Anselmo Duarte (PP) e Pastor Apolo (PSB) — estão defendendo a Igreja Católica.
Apolo, por exemplo, disse que a Catedral é um ponto turístico e, por isso, se justifica o gasto da prefeitura para consertar o relógio.
O Ministério Público tem se esforçado para garantir a vigência do Estado laico em Sorocaba, cidade com mais de 600 mil habitantes que fica a 87 km de São Paulo.
Ele atuou para impedir o desvio de recursos públicos para a Marcha para Jesus e atualmente sustenta na Justiça que a placa “Sorocaba é do Senhor Jesus Cristo” é inconstitucional.
Com informações do Cruzeiro do Sul e foto de divulgação.
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