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Sorocaba quer usar verba em conserto de relógio de igreja

Ministério Público abriu
inquérito para apurar
validade da licitação
O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), de Sorocaba (SP), abriu licitação para consertar e modernizar o relógio da Catedral Metropolitana, da Igreja Católica.

Valdinei Ambar ME apresentou proposta de R$ 12,5 mil, e Arnaldo Adam Wahl ME, de R$ 10,9 mil.

O MP (Ministério Público) do Estado de São Paulo instaurou inquérito para apurar a validade da licitação.

O promotor Orlando Bastos Filho destacou na abertura do inquérito que o inciso I do artigo 19 da Constituição proíbe “terminantemente” que quaisquer instâncias do Estado brasileiro financiem igrejas ou cultos.

Ele afirmou que, em tese, a prefeitura está desvirtuando o uso do dinheiro público, o que configura improbidade administrativa.

Bastos Filho deu orientação para que a licitação permaneça suspensa pelo tempo em que durar o inquérito.

Ele notificou a prefeitura e a Cúria Metropolitana a apresentarem no prazo de dez dias documentos que esclareçam a quem cabe a manutenção do relógio da catedral e se o imóvel é tombado pelo patrimônio histórico.

O pároco da Catedral, Tadeu Rocha Moraes, tratou com ironia a investigação do Ministério Público.

Ele disse que o relógio possui uma tecnologia de “altíssima sensibilidade” que permite somente aos católicos ver as horas na catedral.

“Os ateus não enxergam a hora, os evangélicos não enxergam a hora e os umbandistas também não”, disse. “Quando é católico, o relógio mostra a hora; e quando não é católico, não mostra a hora."

O padre se manifestou com a arrogância de quem acha que o relógio da catedral é o único existente em Sorocaba, e que toda a população depende dele.

Dois vereadores evangélicos — Anselmo Duarte (PP) e Pastor Apolo (PSB) — estão defendendo a Igreja Católica.


Cidade tem 620 mil habitantes e fica a 87 km de São Paulo

Apolo, por exemplo, disse que a Catedral é um ponto turístico e, por isso, se justifica o gasto da prefeitura para consertar o relógio.

O Ministério Público tem se esforçado para garantir a vigência do Estado laico em Sorocaba, cidade com mais de 600 mil habitantes que fica a 87 km de São Paulo.

Ele atuou para impedir o desvio de recursos públicos para a Marcha para Jesus e atualmente sustenta na Justiça que a placa “Sorocaba é do Senhor Jesus Cristo” é inconstitucional.

Com informações do Cruzeiro do Sul e foto de divulgação.





Uruguai é exemplo de que Estado laico é possível

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