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Mostrando postagens com o rótulo diário de um infartado

Leitor afirma que preces pelos 'santos' da razão não falharam

Oração ao "santo" Darwin por João Sabino , de Viçosa-MG Prezado Paulo, Minhas preces por você não falharam. Durante todos os seus 33 dias de internação, Não deixei um dia sequer de orar por você, Em minha bíblia, (acredito que seja a nossa!) The Origin of Species by Means of Natural Selection . Quando soube da sua pneumonia, Intensifiquei minhas orações. Li sem parar e no original, The Descent of Man and Selection in Relation to Sex. Darwin me escutou! (Aliás não! Ele não está nem ai, para eu ou você!) Mas graças a ciência, que permite a medicina, Executar as grandes façanhas do presente, E ao altruísmo, de muitos membros de nossa espécie, Que você está ai, Bem e saudável, pronto para continuar a sua luta Em prol de esclarecimentos, Para tantas mentes embotadas e incautas, Que no acovardamento frente a morte, Se sujeita as mais variadas crendices fajutas, Desdenhando a ciência e a razão. Na oportunidade, Não posso deixar de creditar, Que os e

Estou de volta, agora com o coração recauchutado

Nélson Hossne Jr.  fez sutura reforçada com fio de aço Algumas pessoas acreditam que nenhum ateu morre descrente porque, para elas, no último instante de vida o ímpio se dobra ao Senhor, para se livrar das labaredas do inferno. Temi que esse último instante de vida pudesse estar próximo quando notei que, embora o implante de uma safena e de uma mamária tinha sido um sucesso, eu tinha contraído pneumonia no hospital, o que poderia complicar minha recuperação da cirurgia. “Foi um momento de tensão”, admitiria depois o cardiologista Marcos Damião C. Ferreira  (na foto logo abaixo). Mas em nenhum momento me senti tentado a pedir ajuda a alguns dos milhares de deuses — incluindo o papaizão bipolar dos cristãos. A minha salvação foi a ciência, como só poderia ser. O cirurgião Nélson Américo Hossne Jr . (na foto acima) me mandou aplicar antibióticos de amplo espectro (vancomicina, meropenem e linezolida), debelando a pneumonia. Sai do hospital como entrei: ateu. Mesmo assim ag

Diário de um infartado: hoje é o dia do bisturi

Eu e o doutor  Marcos Damião,  meu amigo A cirurgia está marcada para hoje (8) no Hospital São Paulo, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Meu coração terá de ser recauchutado por safenas e mamárias. A intervenção foi adiada por duas vezes, e uma delas por falta de sangue. A equipe que assumiu meu caso é composta, entre outros profissionais, pelos cirurgiões Walter José Gomes, Nelson Américo Hossne Júnior, Thiago Vila Nova e Caio Cardoso. Trata-se de um time de primeira. Gomes é o presidente da SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e profundo conhecedor dos problemas da saúde pública do Brasil. O cardioclínico que me acompanha e tem me orientado é Marcos Damião C. Ferreira (na foto)  — é um médico competente e tranquilo, de fala mansa e boas histórias para contar. Discordamos de algumas coisas, mas nada de fundamental. Ele gostou, por exemplo, da nova camisa da Seleção Brasileira, a preta; eu não. A cirurgia vai durar de quatro a seis ho

Diário de um infartado: cirurgia foi adiada por falta de sangue

O  precário sistema de saúde brasileiro não resolve sequer o déficit de saúde  Minha cirurgia estava marcada para ontem (6, sábado) e, por falta de sangue, teve de ser adiada para um dia ainda não definido. Vou precisar de safenas e mamárias. O déficit dos bancos brasileiros de sangue é antigo e crônico. No meu caso, o problema é mais grave, porque tenho sangue raro, B Negativo. Estou grato aos parentes e amigos que no sábado compareceram ao hemocentro da Unifesp (à rua Diogo de Faria, 824) para fazer doação em meu nome. Agradeço, também, a solidariedade de leitores e a dos administradores de páginas do Facebook que divulgaram o apelo em meu nome. A campanha de coleta continua. O sangue O Negativo também me serve. Sobre a falta de sangue, conversei rapidamente com Walter José Gomes (foto), presidente da SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e chefe da equipe que vai me operar. Argumentei com o professor Gomes que, dentro do universo de problemas da

Diário de um infartado: preciso de sangue B Negativo

Ainda não fui submetido a uma cirurgia de ponte de safena porque o Hospital São Paulo não tem no momento o tipo do meu sangue, B Negativo. Vou precisar de cinco bolsas. Quem em São Paulo tiver esse sangue e puder doá-lo, terá de comparecer neste sábado (6), das 8h às 13h, à rua Diogo de Faria, 824, esquina com a rua dos Otonis, no hemocentro da Unifesp. Terá de falar que a doação é para Paulo Roberto Lopes, da ala C, quarto 901, do setor de convênios. Ficarei grato. Endereço do hemocentro do Hospital São Paulo Rua Diogo de Faria, 824, quase no cruzamento  com a rua dos Otonis, em São Paulo Tweet Diário de um infartado: trazer médicos cubanos pra quê? 4 de julho de 2013

Diário de um infartado: na companhia de Dostoiévski

Livro já revela a grandeza do escritor russo - Prevista para hoje (4), a minha cirurgia foi adiada para sábado de manhã. Os médicos informam que meu quadro é estável, apesar de eu ter três ou quatro artérias entupidas. - Tenho acessado a internet por intermédio de um modem da Oi. Trata-se de um acesso lento, muito lento. Uma droga. - Aqui no hospital, médicos, enfermeiros e técnicos têm falado muito sobre a pretensão da Dilma de importar médicos cubanos. Até agora, não apareceu sequer uma pessoa defendendo a argumentação da presidente. - Estou relendo “Memórias do Subsolo” (Editora 34, com tradução de Boris Schnaiderman). Trata-se de um pequeno livro que já revela a grandiosidade da escrita de Dostoiévski. Minha mulher acha que eu deveria ler algo menos denso, para poupar meu coração de grandes emoções. - Na primeira leitura que fiz do “Subsolo”, há mais de dez anos, sublinhei algumas frases ditas pelo protagonista, como: “Juros-vos, senhores, que uma consciência muito pers

Diário de um infartado: trazer médicos cubanos pra quê?

Gomes  afirmou que a saúde precisa de estrutura Conversei com o professor doutor Walter José Gomes (foto) sobre a intenção da presidente Dilma Rousseff de importar médicos cubanos. Gomes é o chefe da equipe de médicos que vai me operar. Para o professor, o que o Brasil precisa mesmo não é de médicos cubanos, mas de uma estrutura de saúde condizente com a dignidade que os brasileiros merecem e precisam ter. “O governo vai trazer médicos cubanos para trabalhar onde?”, indagou o professor. Faltam recursos, leitos, bons salários para os profissionais... Gomes observou que a proposta do governo conseguiu a façanha de unir a classe médica em torno de questões fundamentais.  “Trata-se de um caminho sem volta”, disse. O professor lamentou o viés político que há nessa intenção de trazer os cubanos. Disse que, para a categoria médica, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) se tornou uma persona non grata . Apesar de tudo, Gomes é otimista. Disse que a mobilização das lideranças

Diário de um infartado: 'Ninguém aguenta a farsa das religiões'

por  Yigal Cavalcanti Hofmannstahl Paulo, todos nós estamos enviando os nossos melhores "São seis mil anos de mentira patriarcal despótica" sentimentos e pensamentos para sua cura. Não importa a crença ou a descrença dos crentes, porque este não é um caso de fé, mas de medicina. E acima de tudo, que aqueles que têm um coração humano, torçam para que os médicos façam o trabalho acertado, e o seu organismo reaja fazendo a melhor parte. O que importa é a sua melhora, e o restabelecimento de sua saúde.  A tia Concí perdeu a senha do e-mail dela (quase quem infarta, é ela!rs, rs, brincadeira...). E está chateada por não poder enviar também o "estimo as melhoras" (como ela gosta de dizer). Faço aqui as vezes (ou as vozes) dela. Estou longe, mas na irmandade que nos une, que é a luta pela comunicação e informação não confessionais, livres, a serviço da emancipação de toda a humanidade; estamos muito próximos, e também daqueles todos que neste momento lotam as

Diário de um infartado: ateu deve ficar no 'armário' do hospital?

por  Thiago Giardini Paulo, Sair ou não do armário, eis a questão Recomendo que você "entre no armário" enquanto estiver no hospital. Acredite, é melhor se fazer de desentendido e desinteressado e escutar um monte de abobrinhas quieto do que declarar sua descrença em ambiente hospitalar. Esse é o tipo de local onde a fé das pessoas pode se tornar ainda mais inconveniente. Na doença e na dor, as pessoas se apegam a qualquer coisa. Até quem não era religioso se torna um mala em potencial. Falo isso porque tenho "experiência" com esse tipo de situação. Sou ateu e há um ano e meio frequento hospital regularmente para cuidar da minha mãe acamada. Desde então, já vi todo tipo de situação bizarra, incluindo pessoas "recebendo o espírito santo" em plena enfermaria, com direito a pulos, gritos, rodopios e aquela glossolalia característica. Eu me arrependi de todas as vezes em que me atrevi a estender a conversa, quando o assunto vinha à tona. É c

Diário de um infartado: que Estado laico é este?

Passeio pela internet enquanto o bisturi não vem No domingo pela manhã, uma simpática senhora e uma jovem entraram no meu quarto e se apresentaram: “Somos da Pastoral da Saúde e estamos aqui para informar que hoje às 10h haverá missa na capela do hospital.” Elogiei o desprendimento das duas, o empenho delas em prestar apoio a pessoas em momento de fragilidade física e emocional. Disse que a minha mulher, que é católica e que tem estado sempre ao meu lado nestas horas, provavelmente iria à capela. “Os enfermos também podem assistir à missa”, disse a senhora. Respondi que estava grato pelo convite, mas que sou ateu. Só acredito na ciência, e ainda assim com reservas, porque há muito ainda o que se pesquisar e a descobrir. A senhora então começou a falar de doentes que tinham sido salvos por milagres e que Deus é tão bondoso que até quem não crê Nele obtém a Sua graça. Pensei: “Depois de um infarto, só me faltava esta: ter de suportar um proselitismo religioso”. Procurei d

Diário de um infartado: leitor tenta me converter

do leitor + Claudecir Pedrassani [na foto] Claudecir julga que minha perspectiva de vida é pobre Olá, Paulo, sempre leio seu blog e ao tomar conhecimento de seu infarto fui tomado de profunda comoção. Sou evangélico e, diferente do que imagina, os evangélicos não são seus inimigos e, acredite, não ficamos felizes com a desgraça na vida de ninguém. Sei que qualquer palavra dirigida a você que possa sugerir salvação será tomada como ofensiva, mas quero que saiba que sua vida é muito importante e se você depor as "armas" em seu coração e ler o livro de João (na Bíblia) terá seus olhos abertos e entenderá o impossível, pois as coisas espirituais não podem ser discernidas intelectualmente. Lamento sua perspectiva tão pobre acerca da vida. Você é livre para crer no que quiser mas será prisioneiro das consequências de suas escolhas. Acha mesmo que um universo tão complexo surgiu do nada e evoluiu até a existência do homem no único planeta do sistema solar em condiçõe

Diário de um infartado: deu no Yahoo! Respostas

Tweet Fonte:  http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130628062850AAa55MK

Diário de um infartado: começou a contagem regressiva

Se o "design inteligente" fosse  inteligente,  coração não teria infarto O cardioclínico Marcos Damião Ferreira me informou que deverei ser operado na quarta-feira (3). Começou a contagem regressiva. Ele me explicou que é preciso esperar esses dias para que seja eliminado do meu organismo o anticoagulante — que afina o sangue — que foi administrado para evitar um segundo infarto. Na quinta-feira fui submetido a um cateterismo. Só senti a picadinha da anestesia na coxa direta. Foi bem mais ligth do que os implantes dentários pelos quais tenho passado ultimamente. A minha acompanhante na noite de sexta para sábado foi a minha filha Maria Paula. Conversamos um pouco sobre tudo, incluindo política internacional (ela é formada em Relações Internacional pela PUC-SP) e nacional. Concluímos que a Marina Silva deverá obter alguns dividendos nas próximas eleições por conta das atuais manifestações. Hoje, a Datafolha confirmou isso. Não gosto da Marina, não por ela ser ev