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Ex-fiel é o suspeito de ataque na Índia a TJs. Já houve três atentados

Também seriam ex-seguidores da religião o atirador que matou sete pessoas em março na Alemanha e o responsável em agosto pela explosão de carros na Áustria


Um ex-Testemunha de Jeová é o principal suspeito de ser o autor de atentado a bombas no domingo (29 de outubro) na Índia a um congresso de seguidores dessa religião.

Morreram duas mulheres e uma adolescente de 12 anos. As pessoas feridas passam de 50. Cerca de 2.000 fiéis estavam reunidas no centro de convenções em Kalamassery, no Estado de Kerala, sul da Índia.

O suspeito é Dominic Martin, 46. Ele se apresentou à polícia após o atentado, depois de admitir em uma live o crime em seu perfil no Facebook. Contou que planejou o atentado com meses de antecedência. Trabalhou em Dubai por 15 anos. Como eletricista, usou seus conhecimentos para montar as bombas.

Martin diz ser o autor
do atentado. Ele acusa as
TJs de pregarem ódio
FOTO: REPRODUÇÃO DO FACEBOOK

Ele contou no Facebook que foi Testemunha de Jeová por 16 anos e que não levava a religião a sério, até o momento em que percebeu que se tratava de uma organização maléfica.

Falou não haver nada de errado ter uma crença, mas o problema de sua antiga religião, segundo ele, é que ela prega o ódio, divulgando, por exemplo, que poucos terão salvação. Disse que integrantes da religião não ajudam a sociedade e que chamam as pessoas de "prostitutas e condenadas".

Até agora, a direção das Testemunhas de Jeová na Índia não se manifestou oficialmente sobre o teor das acusações de Martin. Temendo novos ataques, ela decidiu fechar temporariamente seus salões (equivalentes a templos) em três Estados, e as reuniões estão sendo realizadas por videoconferência.

Parece estar havendo um efeito dominó, com sucessivos ataques à Igreja. Este ano, o atentado na Índia é o terceiro que as Testemunhas de Jeová sofrem de supostos ex-fiéis. 

Em março, em Hamburgo, Alemanha, Philipp F., 35, atirou com uma pistola contra pessoas que estavam em um salão, matando sete delas. Em agosto, no sul da Áustria, bombas explodiram dois carros de fiéis que participam de uma reunião, sem haver feridos.

Diferentemente do que ocorre com a maioria das religiões, parte das pessoas que saem das TJs, voluntariamente ou não, se torna combatente da religião, criando sites e páginas na rede social ou associações. 

O TJ em Foco, por exemplo, é mantido por um ex-pastor (ou ex-ancião, na nomenclatura da Igreja) que se identifica como "Galo Doido" e se dedica a publicar "a verdade" sobre sua antiga crença. Não há, por exemplo, ex-católicos com tal empenho.

A principal crítica de antigos seguidores das TJs é que eles sofrem ostracismo de quem continua na religião, inclusive de parentes, como pais e irmãos. A religião teme que os "mundanos" (os de fora) influenciem seus devotos.

Comentários

CBTF disse…
Quem planta vento colhe tempestade.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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