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Charles Darwin chegava ao Rio de Janeiro há 190 anos

Escravidão e burocracia chamaram a atenção do então jovem naturalista

“Todo este distrito é quase exclusivamente formado de gnaisse, abundante em granadas, e porfirítico com grandes cristais, até três e quatro polegadas de comprimento, de feldspato ortoclásio. (...) As montanhas de granito-gnaisse são em grau notável abruptamente cônicas, o que parece ser causado pela rocha que tende a esfoliar em camadas espessas e concêntricas.”

Foi assim que o pesquisador britânico Charles Darwin descreveu o Morro do Pão de Açúcar durante viagem que empreendeu para a América a bordo de um navio a vapor. O naturalista, que tinha 23 anos na época, desembarcou no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1832.

Enquanto esteve na cidade, morou em Botafogo. Além da capital carioca, outros onze municípios foram citados nos estudos de Darwin: Niterói, Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro D'Aldeia, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Macaé, Conceição de Macabu, Rio Bonito e Itaboraí.

Em seus relatos, o pesquisador criticou a burocracia do Estado, mas destacou a experiência incrível que só a natureza local tinha a oferecer. A escravidão também chamou a atenção de Darwin, já que ele vinha de uma família abolicionista. E não faltaram observações negativas quanto à corrupção da sociedade daquela época.

O contato com a Mata Atlântica foi o que mais impressionou o naturalista, que ao explorar uma região próxima a Maricá disse o seguinte: "Depois de passarmos por alguns campos cultivados, entramos numa floresta cuja magnificência não podia ser superada".

Estudiosos acreditam que a experiência de Darwin em solo brasileiro contribuiu para a Teoria da Evolução. Depois de três meses no Rio, Darwin seguiu viagem para o Uruguai em 5 de julho de 1832

Darwin ficou maravilhado
com a natureza do Brasil,
mas não com a sociedade
.
Em suas anotações, ele ressaltou:

“Perto do Rio de Janeiro, minha vizinha da frente era uma velha senhora que tinha umas tarraxas com que esmagava os dedos de suas escravas.

Em uma casa onde estive antes, um jovem criado mulato era, todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e perseguido com um furor capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais.

Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi golpeado na cabeça com um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me havia servido um copo de água um pouco turva…

E essas são coisas feitas por homens que afirmam amar ao próximo como a si mesmos, que acreditam em Deus, e que rezam para que Sua vontade seja feita na terra!

O sangue ferve em nossas veias e nosso coração bate mais forte, ao pensarmos que nós, ingleses, e nossos descendentes americanos, com seu jactancioso grito em favor da liberdade, fomos e somos culpados desse enorme crime.”

> Com informações e texto de Sheily Noleto, da Rede Nacional de Rádio, e de outras fontes. A imagem  é uma montagem.

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