Pular para o conteúdo principal

Juíza anula decisão de igreja presbiteriana que impedia mulheres de falar

Presbitério de Brasília tentou impor a misoginia 

EDELBERTO BEJS
jornalista

A juíza Thaíssa de Moura Guimarães, da 20ª Vara Cível de Brasília, anulou, na segunda-feira, 22 de novembro, decisão do presbitério da Igreja Presbiteriana do Lago Sul, vinculada à Igreja Presbiteriana do Brasil, que proibia mulheres de pregarem ou de dirigirem a palavra nas dependências do templo, segundo resolução adotada em 2018. Esse direito ficou restrito aos homens.

Thaíssa tornou sem efeito duas atas de supostas reuniões que afastaram o Conselho da Igreja do Lago Sul, também o seu pároco, Marcelo de Oliveira Morais, por descumprirem aquela resolução.

 A juíza acatou os argumentos dos membros do Conselho afastado. Eles alegaram que outra corrente na igreja forjou uma reunião que decidira pelo seu afastamento, tomando o seu lugar.

Para oficializar a reunião e legalizar a decisão do grupo usurpador, o presbítero Valcides José Rodrigues de Souza e a Comissão Executiva da igreja brasiliense redigiram uma ata, que levou o número 410, como se fosse do Conselho da Igreja Presbiteriana do Lago Sul, informou o site Brasília Capital.

A ata foi levada à cartório para registro. O cartório, porém, recusou-se a lavrá-la, sob o argumento de que não havia previsão estatutária indicando que o Presbitério da Congregação Brasília Sul poderia eleger ou destituir membros administrativos da igreja. Foi elaborada nova ata com a mesma numeração para ser aceita no cartório.

A ata registrada no dia 7 de janeiro de 2021 recebeu nova numeração — 420 — e foi assinada por quatro pastores e o tesoureiro.

O pastor Marcelo de Oliveira Morais resolveu descumprir a resolução misógina e passou a promover uma série de atividades inserindo mulheres na congregação, e, por isso, acabou punido.

Para justificar no Tribunal Eclesiástico o afastamento do pastor, o diácono Alberto Jaeger de Carvalho mencionou a história bíblica de Jezabel, argumentando que uma mulher da congregação “estava ensinando os homens da igreja a prestarem culto sexual a outros deuses”, contou Marcelo ao Brasília Capital.

Sem direto à voz

> Com informação da Justiça de Brasília. Esse texto foi publicado originalmente no IHU Online.

Médicos impõem sua religião à mulher quanto ao contraceptivo


Mulher é inferior em todas as religiões, diz feminista egípcia


Comentários

Anônimo disse…
Na Europa as igrejas aceitam mulheres, gays e até ateus e pessoas de outras religiões fazendo palestras em seus templos, cheguei a conclusão que é apenas aqui na América Latina que vivem na idade da pedra, a lógica colonial ainda é imposta nos templos.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Jesus não é mencionado por nenhum escritor de sua época, diz historiador

Após décadas desestruturando famílias, TJs agora querem aproximação com desassociados

Música gravada pelo papa Francisco tem acordes de rock progressivo. Ouça

Experimento descobre que a energia escura evolui e está se diluindo

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Misterioso cantor de trilha de novela é filho de Edir Macedo

Pastor Lucinho organiza milícia para atacar festa de umbanda

por Leandro Beguoci para Superinteressante Lúcio Barreto Júnior, o pastor Lucinho (foto), é uma estrela da Igreja Batista da Lagoinha, tradicional instituição evangélica de Belo Horizonte. Nos últimos meses, Lucinho pregou na Inglaterra, Espanha e Luxemburgo. Também foi para o Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraíba. Muitas de suas pregações têm ingressos esgotados. Ele é uma celebridade evangélica.