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Benefício a presos que lerem a Bíblia é parte de um projeto teocrático de poder

Paulo Lopes / Opinião   Por unanimidade, os deputados da Assembleia do Maranhão aprovaram um  projeto de lei que reduz a pena dos presidiários que lerem a Bíblia.

A cada livro lido do Novo ou Antigo Testamento, no máximo de 12 por ano, a condenação terá redução de quatro dias.

Ler é sempre bom, não só a Bíblia, mas todo e qualquer livro, desde que desperte o senso crítico do indivíduo.


Por isso, pergunta-se: por que os deputados não incluíram no projeto de lei outros livros, como o Corão, O Livro dos Espíritos, A Origem das Espécies (Darwin), A Religião Envenena Tudo (Christopher Hitchens) e milhares de outros, incluindo os clássicos da literatura brasileira?

A resposta é óbvia: o projeto de lei, de autoria da deputada evangélica Mical Damasceno (PTB), faz parte de um projeto nacional da tomada do poder estatal por evangélicos, o que já está em curso, acelerando-se agora, no Governo Bolsonaro.

Mical argumenta que “a Bíblia sempre foi agente de transformação na vida das pessoas”.

Depende, pode ser que sim, pode ser que não. E transformação pela Bíblia não significa necessariamente que seja para o bem, como bem sabe quem já ouviu falar das Cruzadas, da Santa Inquisição e de tantos outros derramamento de sangue e sofrimento em nome de Deus.

A deputada Mical deveria saber, ou ao menos desconfiar, que leitores de um único livro, como a Bíblia, geralmente não está interessado na multiplicidade do que pode ser identificado como “verdades”, cujo caráter é sempre provisório.

Leitores de um só livro tendem ao fanatismo. Eles não digerem o que lê, não questionam, e se deixam ser engulidos pelo livro. Por isso eles se acham portadores da “Verdade”, a única possível, a Verdade Divina, no caso da Bíblia.

Espera-se que o Ministério Público cumpra o seu dever de ofício, questionando na Justiça mais esse projeto teocrático de lei em um país cuja Constituição estabelece a laicidade de Estado — ou assim deveria ser.

Novos cruzados
continuam
avançando


Com informação do IHU On-Line, G1 outras fontes.




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Comentários

Emerson Santos disse…
Dels sempre perdoa os bandidos que leem a bíblia .. podem roubar ... mas deixando o dizimo .. .tá de boas ...
Psiquê disse…
Os deuses das outras religiões são considerados pelo Deus da Bíblia como outros deuses, os quais o Deus da Bíblia proíbe culto.
Anônimo disse…
Tem que subir a pena de presos que fazem leitura de livros violentos e não reduzir.
Psiquê disse…
No crime, prevalece o tempo de prisão. No tratamento psiquiátrico, prevalece a perícia médica para dizer se o paciente está curado ou não. Se os criminosos fossem pacientes psiquiátricos, não haveria tempo determinado de prisão ou de tratamento e sim perícia médica. Assim, os advogados não teriam que decorar os diversos tempos de prisão para os diversos tipos de crime.

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