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Se Deus vê e sabe tudo, por que igrejas usam rastreamento facial de fiéis?

Tecnologia permite identificar
 assiduidade e até emoção dos
 fiéis durante cultos sem
 consentimento expresso

por Ethel Rudnitzki
Pública, agência de jornalismo investigativo




— Dados como sexo, idade, frequência, horário de chegada, motivos prováveis de atraso e outros são analisados e apresentados em relatórios
  
— Além de monitorar a frequência dos fiéis e suas emoções, igrejas apostam na tecnologia para monitorar dízimos e ofertas

— Especialista explica que o tipo de consentimento alegado por igrejas que utilizam a tecnologia não é suficiente


Entre os dias 17 e 20 de outubro de 2019, o Centro de Exposições do Anhembi, na zona norte de São Paulo, sediou a 15ª ExpoCristã — maior evento voltado para o público cristão da América Latina. Entre programas de música gospel, simulações de músicas bíblicas e editoras evangélicas, duas empresas se destacam com produtos na área de tecnologia.

Com o slogan “mude a maneira de operar sua igreja”, um Kuzzma, empresa estrangeira de inteligência artificial, lançou seu serviço de reconhecimento facial voltado para igrejas no Brasil.

Em um estande luxuoso, revendedores associados encontraram uma tecnologia para pastores interessados. O CEO da empresa, Marcelo Scharan, ainda realizou uma palestra intitulada “Personalização, dados e igreja” no primeiro dia do evento.

O serviço de reconhecimento facial também estava sendo vendido pela brasileira Igreja Mobile durante o evento.

“Hoje em dia quem não deseja ter o controle do seu ambiente? De quem entra e quem sai? Nas igrejas nós constatamos que eles querem muito saber disso e por isso causa essa tecnologia ”, explica Luís Henrique Sabatine, diretor de desenvolvimento da empresa, que oferece ainda o serviço de transmissão ao vivo de cultos e eventos religiosos.

Vigilância em nome de Deus

Segundo o site do Kuzzma, o reconhecimento facial funciona a partir de uma câmera panorâmica de alta resolução nas igrejas, identificando informações pessoais e assiduidade dos arquivos nos cultos.

A partir disso, são gerados relatórios para cada pessoa, incluindo estatísticas sobre seu comportamento e até avisando sobre casos de atividade considerada anormal.

“Dados como sexo, idade, frequência, horário de chegada, motivos prováveis ​​de atraso e muitos outros são analisados ​​e publicados em relatórios. Conseguimos definir em nossas métricas até alguém que precise de uma visita pastoral”, disse o CEO da empresa em entrevista à ExpoCristã.

Rita Cardamone e Flávio Domingues
 são os donos da Igreja Mobile

Os representantes da empresa, no entanto, não quiseram dar uma entrevista para a Agência Pública com fim de esclarecer como dúvidas no serviço. “Um Kuzzma optou por não falar publicamente sobre o assunto, por tratar um tema delicado”, afirmou por e-mail ou vendedor Rafael Melo.

A empresa começou a oferecer reconhecimento facial no Brasil em outubro de 2019 e não divulgou clientes ou parcerias.

Segundo o site em inglês, o preço do serviço varia conforme o número de eventos em que será usado e o quantidade de câmeras, iniciando com uma mensalidade de US $ 200 para um evento por semana com uma câmera aplicada.

No Brasil, uma empresa é representada por Marcelo Scharan Augusto, sócio das empresas Eletrônica Stillo Ltda., De material elétrico, e Pier Cloud Consultoria Eireli, serviços de hospedagem na internet e provedor de dados.

Não é possível encontrar uma representação estrangeira do Kuzzma, e seu site não está registrado no domínio de nenhum país. O endereço https://54.85.50.60 leva o usuário à página da empresa, sem informações para contato.

De maneira parecida, um concorrente oferece o serviço de reconhecimento facial voltado para eventos cristãos há cerca de um ano. A Igreja Mobile utiliza o software TecVoz, empresa de segurança eletrônica, mas com especificidades voltadas para as necessidades das igrejas.

Uma câmera comum captura como imagens e envia para um computador capaz de reconhecer rostos e mais informações sobre essas pessoas.

“Nós definimos para o cliente a assiduidade do usuário, a contagem de pessoas, o humor do usuário, ele está feliz, está triste, está desconfiado, com medo. Nós definimos isso tudo ”, explica o diretor de desenvolvimento, Luís Henrique Sabatine.

Site do Kuzzma mostra relatórios
 gerados a partir do serviço de
reconhecimento facial

A Igreja Mobile oferece relatórios de quantidade de pessoas presentes, sexo, idade média dos fiéis, assiduidade e análise de sentimento, conforme divulgado no próprio site. Os preços dos pacotes selecionados e não são divulgados pela empresa.

Segundo Sabatine, cerca de 40% dos clientes da Igreja Mobile — 160 igrejas — utilizam o serviço de reconhecimento facial.

O restante utiliza apenas o serviço de transmissão ao vivo dos cultivos oferecidos pela empresa, que não quis dar o nome aos clientes.

A Igreja Mobile pertence a Flávio Carrer Domingues e Rita Cardamone e foi fundada no final de 2018 com o serviço de transmissão ao vivo para igrejas.

No início de 2019, oferecerá o reconhecimento facial. Segundo diretor de desenvolvimento da empresa, “o ponto diferencial é o nicho [realmente].

Carrer e Cardamone são evangélicos. Rita é diretora regional da Jethro Internacional, faculdade americana de capelania e inteligência espiritual, no Recreio, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro e sócia de uma empresa de venda de cursos. Já é sócio da Carrer e Dom Segurança Eletrônica e Automação.

Igrejas vigilantes

A Igreja Evangélica Projeto Recomeçar, localizado no bairro de Xerém, na zona oeste do Rio de Janeiro, é um dos clientes da Igreja Mobile. O pastor responsável, Cláudio Duarte, fez um vídeo promovendo uma empresa nas redes sociais . “A Igreja Mobile é um produto que consegue sua mensagem chegar em lugares que você nunca imaginou”, diz.

Vídeo promocional da Igreja Mobile no Facebook

Segundo Sabatine, foi o próprio pastor que trouxe a demanda pela tecnologia de reconhecimento facial. “Nas conversas e trocas de ideias, ele [pastor Cláudio Duarte] tocou nesse assunto e nós gostamos bastante e implementamos”, conta.

O Projeto Recomeçar utiliza uma tecnologia desde o início de 2019, sendo um dos primeiros clientes e avaliando o serviço positivamente. “Nós utilizamos [o reconhecimento facial] para uma assistência maior aos membros que não estão chegando aos cultos”, conta Caio Duarte, responsável pela área de TI da igreja.

Em São Paulo, uma Igreja da Restauração, na zona norte da cidade, começou recentemente a utilizar uma tecnologia para controle público.

“A gente fica sabendo em média quantas pessoas vêm em cada culto semanal. Pra gente é muito importante esse retorno ”, relata Sabrina Marciano, da comunicação da igreja.

Outros clientes da Igreja Mobile disseram não usar o reconhecimento facial, mas têm interesse em implementar em breve. É o caso da comunidade evangélica Estrela da Manhã, que por enquanto realiza como transmissões ao vivo.

“O trabalho que eles têm apresentado é um trabalho que ajuda bastante, porque você tem como saber quantos membros estão [no culto], quantas vezes o membro veio à igreja, quantas vezes o membro não veio. Isso, para uma mensagem da igreja, ajuda muito. E também a possibilidade de obter uma pessoa ofertar, da pessoa dizimar ”, conta Lilian Ietto, representante da Estrela da Manhã.

Coleta sem consentimento

Segundo ou diretor de desenvolvimento da Igreja Mobile, uma tecnologia de reconhecimento facial oferecida precisa ser alimentada com dados de fiéis, como nome e foto, para gerar os relatórios de indivíduos para cada um.

Nesse momento do registro, os fiéis assinam o termo de consentimento ou uso dos dados pela igreja. “A gente leva os membros, eles registram um rosto no nosso software lá e assinam o termo dizendo que uma igreja usa a imagem dele para o reconhecimento facial, porque o banco de dados não fica com a Igreja Mobile. Isso fica com o cliente ”, esclarece.

No entanto, nem a Igreja da Restauração nem o Projeto Recomeçar firmaram termo de uso de dados com os fiéis.

“A gente anuncia nos cultos, mas nada de assinatura”, admite Sabrina Marciano, justificando que a igreja se encontra em reforma e que posteriormente será implementada.

A reportagem solicitou acesso ao contrato citado, mas a Igreja Mobile preferiu não compartilhar.

Para o técnico de TI do projeto Recomeçar, o consentimento dos fiéis fica expresso no momento em que fazem cadastro com foto no software da Igreja Mobile. "Creio que isso já seja um termo de que elas aceitam".

Especialista em uso de dados pessoais, Joana Varon, diretora da organização Direitos de Código (Direitos de tradução, tradução livre), explica que esse tipo de consentimento não é suficiente.

Para ela, o fiel que já frequenta a igreja, pode sentir-se coagido e aceitar os termos caso deseje continuar frequentando os cultos.

“Como as pessoas vão deixar de ir ao culto? Elas têm essa opção se elas já fazem parte da igreja? É preciso estar em uma posição no seu consentimento ou não limitar o seu acesso ”, defende.

Além disso, Joana lembra que as informações biométricas, como o reconhecimento facial, são usadas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPDP). Também mereceu atenção especial pela legislação brasileira ou dados relacionados à convenção religiosa ou organização de caráter religioso.

Um LGPDP, ou Lei nº 13.709 / 2018 , determina quais dados pessoais são permitidos para usar quando o titular ou o seu responsável legal, de forma específica e destacada, para finalidades específicas, ou em casos de hipóteses extremas como o cumprimento de obrigações legais.

Dessa forma, o consentimento não formal, como os citados pelas igrejas, não é suficiente. “Uma pessoa que sabe muito claramente para que fim é coletar todos esses dados”, explica Joana.

Inspiração estrangeira



O reconhecimento facial de fiéis não é exclusividade brasileira. Ainda em 2015, uma empresa especializada nessa tecnologia chamada Face-Six, com sede em Israel e em Las Vegas, nos EUA, criou um software especializado para igrejas: ou ChurchIX.

A empresa foi criada por Moshe Greenshpan e a tecnologia já foi instalada em mais de 200 igrejas pelo mundo. No Brasil, o ChurchIX ainda não chegou, mas não por falta de interesse. “Nós temos grande interesse pelo Brasil, mas tivemos obstáculos com o preço do serviço. Agora, oferecemos Uma Solução com Melhor custo-benefício that PODE solucionar Esse problema”, declarou em nota à Pública .

Em entrevista ao Washington Post , Greenshpan disse que a tecnologia pode ser útil para igrejas controlar melhor seu impacto público, além de obter retorno financeiro. “Se as igrejas virem que um membro vai freqüentemente ao culto, elas vão se sentir mais confortáveis ​​para ligar e pedir doações.”

Segundo a empresa, o ChurchIX é um software bem parecido com o uso de barbatanas de segurança, mas possui ferramentas especiais voltadas para monitorar a assiduidade dos fiéis. A tecnologia pode ser aplicada a qualquer câmera, mas funciona melhor com imagens de alta resolução.

Também não é necessária uma base de dados prévia para que o reconhecimento facial seja feito. O software reconhece rostos repetidos e cria o mesmo nome de pessoa, que pode ser incluído pela igreja depois.

A Face-Six ainda admite que a maioria dos casos ou reconhecimento facial é feita sem o consentimento dos fiéis.

> Esse texto foi publicado originalmente com o título Empresas lançam serviço de reconhecimento facial para igrejas no Brasil



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