Pular para o conteúdo principal

Pesquisadores brasileiros descobrem no Sul nova espécie de pterossauro

Réptil voador tinha
 2,5 m de envergadura
e pesava 15 quilos

por Deutsche Welle 

Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova espécie de pterossauro que habitava o Sul do Brasil entre 110 milhões e 80 milhões de anos atrás.

O réptil voador, que foi chamado de Keresdrakon vilsoni, foi documentado em artigo publicado na revista Academia Brasileira de Ciências, em edição publicada no dia 19 de agosto de 2019.  

Os fósseis do animal foram encontrados em rochas de arenito da chamada Bacia Sedimentar do Paraná/Bauru, localizadas no município de Cruzeiro do Oeste, noroeste do Paraná.

O achado contou com o trabalho de pesquisadores do Museu Nacional (ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro), Universidade do Contestado (Santa Catarina), Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), Universidade Regional do Cariri (Ceará) e Universidade Federal de Pernambuco.

Conforme o pesquisador Luiz Carlos Weinschütz, da Universidade do Contestado, o animal tinha 2,5 metros de envergadura e cerca de 15 quilos. A descoberta é resultado de escavações feitas na região de 2012 a 2014. 

Desde então, as rochas com as amostras haviam sido levadas para o laboratório do Centro Paleontológico (Cenpaleo) da universidade, em Mafra, no norte de Santa Catarina, para serem examinadas.

Segundo Weinschütz, o animal vivia numa região desértica, ao redor de um oásis com água e vegetação. Tempestades ocasionais que inundavam a área podem ter arrastado os ossos para o mesmo local e dispostos em camadas, como as que foram encontradas.

Esta é mais uma espécie descoberta pelos pesquisadores na região, depois do pterossauro Caiuajara dobruskii (em 2014), do lagarto Gueragama sulamericana (em 2015) e do dinossauro Vespersaurus paranaensis (em junho deste ano). O local ganhou o nome de "cemitério dos pterossauros”, devido aos fósseis pré-históricos encontrados pela primeira vez em 1971.

Achado recente reforça a existência de um ecossistema no deserto.

Segundo os pesquisadores, o Keresdrakon vilsoni é maior do que o pterossauro Caiuajara dobruskii. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, que também é paleontólogo, participou da pesquisa e assina o artigo publicado nesta semana. À DW Brasil, ele destaca na descoberta o fato de provar a existência de um ecossistema interligado num ambiente desértico.


"A descoberta não só é um pterossauro, um réptil alado, mas muito melhor. Nosso estudo mostrou a relação ecológica, ou paleoecológica. Numa sucessão de três camadas a gente encontra um dinossauro e os dois pterossauros lado a lado, os três organismos preservados. Isso é muito, muito raro. Esses animais, numa mesma região, dividiam o ambiente e cada um tinha um modo alimentar diferente”, afirma.

Conforme Kellner, o pterossauros caiuajara se alimentava de frutas. Já o keresdrakon, o também pterossauro descoberto recentemente, que era maior e não vivia em bandos, se alimentava possivelmente de ovos ou de pequenos filhotes caiuajara, além de carcaças de dinossauros, como o vespersaurus. "Provamos esse ecossistema desértico durante o período cretáceo.”

Kellner acrescenta ainda que o achado mais recente é importante para mostrar que o Museu Nacional, atingido por um incêndio em setembro de 2018, segue ativo cientificamente, mesmo impossibilitado de abrir as portas na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro até que as obras de recuperação terminem.

Deutsche Welle é a emissora da Alemanha que produz jornalismo em 30 idiomas. 



Ossos mostram espécie de dinossauro que viveu no Brasil há 233 milhões de anos

Dinossauro carnívoro viveu a 90 milhões de anos na região onde hoje é o Paraná

Fósseis revelam que maior animal da terra pesava 77 t

Testemunhas de Jeová tentam se convencer de que a Bíblia cita os dinossauros




Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Wyllys luta contra a 'poderosa direita religiosa', diz Guardian

Jornal dedicou texto de 700 palavras ao deputado Wyllys disse que se sente como um Don Quixote O jornal britânico The Guardian afirmou que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), 37, na foto, tem sido um guerreiro contra a poderosa direita religiosa brasileira. Nesse embate, afirmou o jornal, “o primeiro deputado federal assumidamente homossexual do Brasil precisa de todo o apoio que puder conseguir”. Comparou Wyllys a Havey Milk (1930-1978), que foi o primeiro político gay assumido dos Estados Unidos  - ele foi assassinado. Wyllys disse ao The Guardian que às vezes, nessa batalha, se sente como dom Quixote. “É uma batalha difícil de combater, mas essa é a minha vocação.” Ele afirmou que pregadores radicais evangélicos avançaram “silenciosamente nos corações e mentes” dos brasileiros. “Agora, estamos começando a perceber a força política em que se tornaram.” Para o deputado, os pastores radicais estão com “as mãos sujas de sangue” porque a sua pregação ince...

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Estudante expulsa acusa escola adventista de homofobia

Arianne disse ter pedido outra com chance, mas a escola negou com atualização Arianne Pacheco Rodrigues (foto), 19, está acusando o Instituto Adventista Brasil Central — uma escola interna em Planalmira (GO) — de tê-la expulsada em novembro de 2010 por motivo homofóbico. Marilda Pacheco, a mãe da estudante, está processando a escola com o pedido de indenização de R$ 50 mil por danos morais. A primeira audiência na Justiça ocorreu na semana passada. A jovem contou que a punição foi decidida por uma comissão disciplinar que analisou a troca de cartas entre ela e outra garota, sua namorada na época. Na ata da reunião da comissão consta que a causa da expulsão das duas alunas foi “postura homossexual reincidente”. O pastor  Weslei Zukowski (na foto abaixo), diretor da escola, negou ter havido homofobia e disse que a expulsão ocorreu em consequência de “intimidade sexual” (contato físico), o que, disse, é expressamente proibido pelo regulamento do estabelecimento. Co...

Jean Wyllys acusa Malafaia de semear ódio na TV

Deputado Wyllys criticou  a "estupidez fundamentalista" O deputado e militante gay Jean Wyllys (Psol-RJ), na foto, disse que a entrevista que Silas Malafaia concedeu a Marília Gabriela mostrou que o pastor é um “semeador de ódio”, “um falso profeta”. Na entrevista levada ao ar no domingo, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo refirmou que é contra a união de pessoas do mesmo sexo porque dois homens ou duas mulheres não conseguem “criar uma criança perfeita”. O pastor disse que, mesmo assim, não odeia os homossexuais porque a Bíblia condena o pecado, e não os pecados. Afirmou que, assim, “ama” os gays tanto quanto os bandidos. Wyllys afirmou que não pode ignorar as mentiras do falso profeta porque o pastor tem acesso a veículos de comunicação de massa, como a TV. “Se esse vendilhão do templo homofóbico e semeador de ódio não tivesse horário na tevê aberta nem falasse à grande mídia, eu poderia ignorá-lo”, disse. O problema é que, segundo o deputado, “mui...

'Sottomaior comete falácia ao definir o que é ateísmo'

por Eli Vieira a propósito de comentários no post Sottomaior responde a Gandra: fundamentalismo ateu é ficção Quantos anônimos criativos por aqui. Vejamos: Senhora Crente, você comete o mesmo erro do Daniel Sottomaior no texto, que é tentar definir ateísmo pela etimologia. O Caruê cometeu a mesma coisa, e ainda alegou que ignorar o "a" em "ateísmo" é uma falácia. Em primeiro lugar, vou perguntar que falácia é essa. Filosofia da lógica é um campo de pesquisa filosófica sério. Inventar falácias que não existem é como falar de biologia e inventar que fungos são plantas. Aqui está, para quem está aqui para debate de verdade, uma boa explicação do que é falácia etimológica:   http://goo.gl/iUNyl Para aqueles que estão aqui para disputa de ego, recomendo não entrar no link acima e não tentar debater. Definir ateísmo é um trabalho filosófico que já foi feito por diversos filósofos, entre eles Colin McGinn e Michael Martin. Obras filosóficas sobre ateísmo...

Pastor-deputado Feliciano diz que Aids é ‘doença gay’

Pastor retomou o estigma dos primeiros casos de HIV A participar do Congresso dos Gideões Missionários da Última hora, realizado em abril em Camboriú (SC), o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto ao lado, disse que a Aids é “uma doença gay, é uma doença que veio desse povo”. A manifestação do preconceito contra os homossexuais está registrada em um vídeo que o próprio pastor acaba de postar no Youtube [ver trecho abaixo]. Na condição de “profeta, pregador e parlamentar”, Feliciano criticou o “ativismo gay” infiltrado no governo brasileiro. “Eles [os ativistas] usam da mesma linguagem de Hitler”, disse. “O problema são as pessoas que têm na cabeça o engendramento de Satanás. São homens e mulheres que usam os mesmos mecanismos que Stalin usou em seu comunismo nazista.” O pastor reclamou das acusações de que ele é fanático religioso e homofóbico.  Ele se queixou até seus colegas da Frente Parlamentar Evangélica, porque parte deles, disse, não o apoiou n...

Existe uma relação óbvia entre ateísmo e instrução

de Rodrigo César Dias   (foto)   a propósito de Arcebispo afirma que ateísmo é fenômeno que ameaça a fé cristã Rodrigo César Dias Acho que a explicação para a decadência da fé é relativamente simples: os dois pilares da religião até hoje, a ignorância e a proteção do Estado, estão sendo paulatinamente solapados. Sem querer dizer que todos os religiosos são estúpidos, o que não é o caso, é possível afirmar que existe uma relação óbvia entre instrução e ateísmo. A quantidade de ateus dentro de uma universidade, especialmente naqueles departamentos que lidam mais de perto com a questão da existência de Deus, como física, biologia, filosofia etc., é muito maior do que entre a população em geral. Talvez não existam mais do que 5% de ateus na população total de um país, mas no departamento daqueles cursos você encontrará uma porcentagem muito maior do que isso. E, como esse mundo de hoje é caracterizado pelo acesso à informação, como há cada vez mais gente escolarizada e dipl...

Espíritas pressionam, e Globo muda ‘Phantasmagoria’

Maria de Lourdes Pereira foi uma dos voluntários que entraram em 'castelo assombrado' no interior do Paraná A Folha de S.Paulo publicou que o Fantástico cedeu às pressões de espíritas e candomblecistas que acusam o “Phantasmagoria” de debochar de sua crença e neste domingo (12), na segunda apresentação do quadro, dará mais um enfoque ao medo das pessoas do desconhecido e menos sobre o questionamento da existência de fantasmas e espíritos. Alguns textos foram reescritos, diz o jornal, mas a TV Globo negou. O fato é que o quadro tem sido criticado na internet por religiosos.  “Phantasmagoria” era como se chamava no século 18 um show de mágicos que induzia a existência de fenômenos sobrenaturais. O quadro estreou no domingo passado (5) com bom índice de audiência, em torno de 20 pontos. O apresentador Tadeu Schmidt e o mágico profissional Kronnus colocaram em uma noite três pessoas supersticiosas dentro do Castelo Eldorado com fama de mal-assombrado, no interior do Para...

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus