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Nos EUA, os sem religião são sub-representados no Congresso

por Emma Green
para The Atlantic

Os EUA estão se tornando cada vez mais diversificados em termos de fé, mas sua legislatura não. Uma das principais razões? As taxas de voto de estadunidenses não-religiosos.

Do total dos congressistas, 91% se identificam como cristãos.

Quase a totalidade
 dos congressistas
é cristã
Esta proporção basicamente permaneceu constante nas últimas cinco décadas, desde que iniciaram os registros deste tipo de dados, de acordo com um novo estudo da Pew Research Center.

O que mudou é a população dos EUA: apenas 71% dos adultos estadunidenses se identificam como cristãos.

Algumas minorias religiosas, incluindo os muçulmanos, hindus e budistas, estão representados de maneira quase insignificante no Congresso em relação às populações que representam nos Estados Unidos, enquanto outras, como judeus e mórmons, têm representação um pouco maior que o esperado. Mas esses grupos não são a fonte do descompasso demográfico entre o Congresso e o resto do país.

Os estadunidenses que estão drasticamente sub-representados no Congresso são os que não se identificam com nenhuma religião: apenas um membro do Congresso, Kyrsten Sinema, do Arizona, diz não ter afiliação religiosa, enquanto 10 outros se recusaram a indicar a sua afiliação em pesquisas e entrevistas da CQ Roll Call.

É que os estadunidenses que não têm religião não votam. Ou então, pode-se dizer que os jovens não votam: de acordo com o Instituto de Pesquisa de Religião Pública, jovens entre 18 e 29 anos têm três vezes mais chances de não ter afiliação religiosa se comparados a pessoas com mais de 65 anos. 

Ainda que a faixa de pessoas sem religião tenha aumentado significativamente na população norte-americana, indo de 14 para 22%o entre 2004 e 2014, a proporção de eleitores sem afiliação religiosa só aumentou de 9 para 12%. 

Estudiosos e jornalistas já denunciavam a apatia cívica dos jovens há bastante tempo. Mas, pelo menos em termos de demografia religiosa, faz sentido que não tenha havido uma revolução política sob a bandeira da irreligião: "sem religião" é uma categoria popularizada por pesquisadores.

Constitui-se em uma ferramenta demográfica útil, mas não é uma forma muito útil de entender como esses estadunidenses pensam sobre política.

Se realmente há uma crise de representação, aí vêm boas notícias. Estadunidenses sem afiliação religiosa incomodados com a falta de voz no Congresso podem usar um truque simples para começar a mudança: votar.

Esse texto é uma síntese do original. A tradução foi feita por Luísa Flores Somavilla para IHU Online.

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Grupo dos sem religião tende a superar o de religiosos nos EUA

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