Pular para o conteúdo principal

Abdelmassih obtém liberdade e foge; furtador de chocolate continua preso

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou habeas corpus a E.S.P., que foi condenado a um ano e três meses de prisão pelo furto de seis barras de chocolates no valor de R$ 31,80. Ele vai, portanto, continuar preso em uma penitenciária de Minas Gerais.

Na mesma semana da decisão de Fux, a Folha divulgou informação de policiais segundo a qual Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos por estupro, estaria escondido no Líbano.

O ex-médico pôde fugir porque em dezembro de 2009 o ministro Gilmar Mendes, do STF, lhe concedeu um habeas corpus de presente de Natal. Ele ainda não tinha sido condenado, mas o Ministério Público já advertia sobre o risco de fuga do país.

Fux manteve a prisão do furtador de chocolate com o argumento de que se tratava de um “useiro e vezeiro”. Mas Abdelmassih também foi reincidente, sob a acusação de ter abusado de mais de 60 pacientes em sua clínica de reprodução in vitro. A sua condenação corresponde a acusação de 36 delas. Outro processo poderá dar entrada na Justiça.

O juiz Marcelo Semer, presidente da Associação Juízes para a Democracia, comentou em seu blog o modus operandi da justiça brasileira de punição rigorosa aos pequenos delitos de pobres e concessão de habeas corpus aos ricos.

Ele escreveu que Abdelmassih teve mais “sorte” do que E.S.P., contra o qual, agora, será aplicada a plenitude do direito penal.

Semer citou outro “sortudo”, o jornalista Pimenta Neves, um assassino confesso. Ele matou sua ex-namorada com dois tiros, um pelas costas e outro na cabeça, quando ela estava no chão. Pimenta está livre por conta de sucessivos habeas corpus.

Mesmo com tantos habeas corpus, não sobra nenhum para um furtador de seis barras de chocolate.

Com informação do TJ de Minas e do blog do juiz Marcelo Semer.

Juíza manda prender mãe que tentou furtar roupa para filhos.
agosto de 2010

Rigores da Justiça contra pequenos delitos de pobres.

Caso Roger Abdelmassih.

Comentários

A mensagem que fica é: quando um rico te sacanear, mate-o. Porque do túmulo o STF não arranja habeas-corpus. Não existe justiça falha, existe justiça e injustiça.

Somente quando o povo se revoltar e pegar em armas o recado será ouvido pelas elites surdas que sustentam esses privilégios.
Anônimo disse…
Xerife das 22:03 então porque não sacaram uma arma a 10 anos atrás .Querem fazer justiça agora, vão dormir grupo de terroristas quadrilha organizada
Anônimo, falta-lhe sofisticação intelectual para entender que minha afirmativa não é uma DEFESA da justiça pelas próprias mãos, mas uma manifestação de RECEIO que isto aconteça.

Mas eu compreendo sua dificuldade, vivemos em um mundo no qual as pessoas não conseguem mais ler entrelinhas e aceitam tudo pelo valor de face, inclusive promessa de terreninho no céu.

Mas reelaborando o que eu disse, num nível mais adequado a possíveis outros anônimos: a insensibilidade da justiça de nossas elites não parece ter fim. Por enquanto o povo tem sido paciente, mas sabemos que, historicamente, as elites só reveem seus procedimentos diante de pressão.

Atualmente nós vivemos um momento no qual justamente poderíamos assistir a uma melhora do grau cívico de nossas instituições. Seria uma pena se o povo perdesse a confiança na justiça por causa de episódios escandalosos como esse.

E antes de me chamar de xerife, pesquise na net sobre a mulher que apunhalou o estuprador de seu filho, ou sobre os presos que fizeram uma rebelião em MG porque um paraplégico pobre que roubara fraldas por não ter dinheiro para comprá-las tivera seu habeas corpus negado pelo juiz.

Hà uma coisa soprando no vento, mas a justiça talvez só consiga enxergar quando o incêndio chegar ao fórum.
Anônimo disse…
Paulo, longe de mim querer defender essa figura desse médico-monstro... mas veja, igualmente à recente expulsão ( ou convite a se retirar ) do Bill Gates da Amazônia, por estar ilegal, onde a polícia federal e o governo foram bastante contestados com o argumento de que 'tem tanta gente ilegal e a pf não age, Gates, celebridade, grande empresário, benemérito e etc ...não poderia ser expulso", então: A policia federal, as policias estaduais, as militares, a justiça, o legislativo, são compostos por pessoas.Se um policial faz vista grosssa pra alguma ilegalidade, seja por desleixo ou mesmo por ma-fé, não podemos nem devemos tomar isso como exemplo ( ou... apenas como exemplo a não ser seguido), no caso do judiciário se dá da mesma forma, o magistrado julga pela sua consciência (moral, ética, financeira), cada juiz a seu modo. Dentro do raciocínio (captado por mim no texto), se existisse um juiz oriundo de classe pobre , esse juiz libertaria todos ladrõezinhos comuns e enforcaria todos ricos, já que cada um tem sua interpretação da lei.

Wander
Paulo Lopes disse…
Wander, não se trata de algo que depende só juiz. A perversidade seletiva advém de todo o sistema judiciário, que é moroso, complicado e custa caro. Assim, quem pode pagar bons advogados acaba se beneficiando, por exemplo, das inúmeras possibilidades de recursos e eventualmente da compra de uma sentença. Tanto que nas prisões são há pobres.
Anônimo disse…
Por exemplo, o Ratão contratou o Marcio Tomaz Bastos, que roda bolsa nas esquinas por dinheiro, vende a alma.... Deu no que deu.
Anônimo disse…
Anônimo 28/04/11 22:56, com certeza vc é louco.
Vinícius disse…
Provérbio grego: "os ricos controlam a lei, que, por sua vez, massacra os pobres".
Anônimo disse…
Pimenta Neves está preso, apesar de tudo ainda podemos vislumbrar justiça neste país.
Anônimo disse…
Por que é legal, não quer dizer que, tenha ser ser moral!
NELMA LUZ disse…
Adoroooo! José Geraldo, não é anônimo e tem coragem de falar o que pensa!

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

'Meu filho gay não representa nenhuma ameaça à humanidade'

por Paulo R. Cequinel  em resposta a um leitor no post Milhares de europeus católicos e protestantes pedem desbatismo Para que as coisas todas fiquem sempre muito claras, prezado Jefferson, devo dizer que meu filho mais novo é gay e que decidiu viver sua sexualidade abertamente. Como pai tenho o dever incontornável de, enquanto eu estiver por aqui, defender os valores, a honra, a imagem e a vida do meu menino. Eu, imoral? Meu filho, imoral e anticristão? A cada 36 horas uma pessoa LGBTT é assassinada neste país, e uma das razões, a meu juízo, é a evidente legitimação social que a LGBTT-fobia de origem religiosa empresta aos atos de intolerância e de violência contra essas pessoas que são, apenas, diferentes. Meu filho não ameaça nenhuma família ou a humanidade, como proclamou o nazistão do B16 recentemente. Aos 18, estuda muito, já trabalha, é honesto, é amoroso, é respeitado por seus companheiros de escola (preside o grêmio estudantil) e é gay, e não se esconde, e não

Alunos evangélicos de escola de Manaus recusam trabalho de cultura africana

Seleção de vôlei sequestrou palco olímpico para expor crença cristã

Título original: Oração da vitória por Daniel Sottomaior (foto) para Folha de S.Paulo Um hipotético sujeito poderoso o suficiente para fraudar uma competição olímpica merece ser enaltecido publicamente? A se julgar pela ostensiva prece de agradecimento da seleção brasileira de vôlei pela medalha de ouro nas Olimpíadas, a resposta é um entusiástico sim! Sagrado é o direito de se crer em qualquer mitologia e dá-la como verdadeira. Professar uma religião em público também não é crime nenhum, embora costume ser desagradável para quem está em volta. Os problemas começam quando a prática religiosa se torna coercitiva, como é a tradição das religiões abraâmicas. Os membros da seleção de vôlei poderiam ter realizado seus rituais em local mais apropriado. É de se imaginar que uma entidade infinita e onibenevolente não se importaria em esperar 15 minutos até que o time saísse da quadra. Mas uma crescente parcela dos cristãos brasileiros não se contenta com a prática privada: para

Padre afirmava que primeiros fósseis do Brasil eram de monstros bíblicos, diz livro de 1817

Pastor homofóbico vai presidir Comissão de Direitos Humanos

Feliciano ficou famoso por seus twitters preconceituosos O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) vai ser o próximo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Feliciano é conhecido por suas afirmações homofóbicas e preconceituosas. Em 2011, no Twitter, ele escreveu que os resultados de um relacionamento amoroso entre duas pessoas do mesmo sexo são ódio, crime e rejeição. A comissão tem sido presidida por um deputado do PT, mas agora o partido cedeu o cargo para o PSC (Partido Social Cristão), que é da base de apoio do governo. O PSC ainda não anunciou oficialmente a indicação de Feliciano, mas o pastor-deputado confirmou ao Estadão que a escolha do seu nome já foi decidida. A igreja de Feliciano é a Ministério de Avivamento, de Orlândia (SP). Ele dedica a maior parte do seu tempo, como pastor e deputado, a combater o movimento gay pela igualdade de direitos. Em 2012, por exemplo, ao participar do Congresso dos Gideões Missionários de

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

O Sudário de Turim ainda intriga muita gente. Uma discussão longa sobre uma falsidade

Justiça derruba lei anti-blasfêmia de Jundiaí. Mais uma derrota para 'sharia' cristã brasileira

Comissão vai apontar religiosos que ajudaram a ditadura

Pinheiro disse ser importante revelar quem colaborou com os militares A Comissão Nacional da Verdade criou um grupo para investigar padres, pastores e demais sacerdotes que colaboraram com a ditadura militar (1964-1985), bem como os que foram perseguidos. “Os que resistiram [à ditadura] são mais conhecidos do que os que colaboraram”, afirmou Paulo Sérgio Pinheiro (foto), que é o coordenador desse grupo. “É muito importante refazer essa história." Ele falou que, de início, o apoio da Igreja Católica ao golpe de Estado “ficou mais visível”, mas ela rapidamente se colocou em uma “situação de crítica e resistência.” O bispo Carlos de Castro, presidente do Conselho de Pastores do Estado de São Paulo, admitiu que houve pastores que trabalharam como agentes do Dops, a polícia de repressão política da ditadura. Mas disse que nenhuma igreja apoiou oficialmente os militares. No ano passado, a imprensa divulgou o caso do pastor batista e capelão Roberto Pontuschka. De dia ele co