Pular para o conteúdo principal

Bastam R$ 418 para criar uma igreja e ficar livre de impostos

Abrir uma empresinha, para se manter, criar empregos, pagar impostos, contribuindo assim para o desenvolvimento do Brasil, não é fácil. Porque é a burocracia um grande desafio a ser vencido, entre outros.
Mas abrir uma igreja para, suspostamente, pregar a palavra de Deus e, com certeza, colher dízimo, é fácil, muito fácil. Não é preciso ter nenhuma formação teológica ou doutrinária, nem apresentar um número mínimo de fiéis.

Para mostrar o quanto é fácil se estabelecer como um “homem de Deus”, três jornalistas da Folha de S. Paulo fundaram a Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio.

Em dois dias úteis, com R$ 218,42, registraram a nova religião em cartório. Três dias depois obtiveram o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), ao custo de R$ 200.

Ou seja, no total gastaram R$ 418,42 e agora, como tantos outros, possuem uma denominação que desfruta de isenção de impostos sobre patrimônio, renda e serviços, como o IR (Imposto de Renda) e o IOF (Imposto sobre Operação Financeira), IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos), entre outros.

A única exceção é que alguns estados, como São Paulo, cobram o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Mas na maioria dos estados as seitas e igrejas estão livres da incidência desse imposto sobre água, luz, gás e telefone.

Essa isenção tributária é constitucional e se insere no espírito de que todos têm a liberdade de crença e coisa alguma, como a cobrança de impostos, por exemplo, poderá cerceá-la.

Mas o que ocorre na prática é que picaretas se aproveitam do benefício tributário para abrir uma agremiação religiosa e se enriquecerem por intermédio da cobrança do dízimo.
Tida como associações civis, as igrejas estão impedidas por lei a remunerar ou distribuir patrimônio aos seus controladores. Mas como geralmente os controladores são também sacerdotes, essa lei é letra morta.

Algumas dessas seitas se agigantaram, como se sabe, e hoje são, na prática, dutos de recursos a custo zero para criação e manutenção de conglomerados de empresas. O que é uma ilegalidade.

O bispo Edir Macedo e outro nove integrantes da Igreja Univeral, por exemplo, respondem a uma ação criminal sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro do dízimo.

Hélio Schwartsman, um dos jornalistas que fundou a Igreja Heliocêntrica, informa que os ministros religiosos obtêm o direito de prisão especial, além da isenção do serviço militar obrigatório.

Integrantes das seitas Santo Daime, União do Vegetal e A Barquinha conseguiram até mesmo licença para o uso de um chá alucinógeno, o ayahuasca.

Em outros países os cultos religiosos também desfrutam de privilégios tributários e não têm nenhuma obrigação de prestar contas do dinheiro que arrecadam.

Nos Estados Unidos, em 2007, o senador Chuck Grassley, por Iowa, apresentou proposta para a criação de uma lei que obrigue as igrejas a abrirem sua contabilidade ao público.

A proposta sofreu forte pressão dos religiosos e não prosperou.





Curso por correspondência forma pastor por R$ 1.200 em 90 dias
março de 2009

Isenções fiscais da Igreja.     Exploração em nome de Jesus.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Jesus não é mencionado por nenhum escritor de sua época, diz historiador

Após décadas desestruturando famílias, TJs agora querem aproximação com desassociados

'Sou a Teresa, fui pastora da Metodista e agora sou ateia'

Pastor Lucinho organiza milícia para atacar festa de umbanda

Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou militante ateísta

'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

Só metade dos americanos que dizem 'não acredito em Deus' seleciona 'ateu' em pesquisa