Meninas do 7º ano da escola estadual Domingos João Batista Spinelli, em Ribeirão Preto, a 319 km de São Paulo, se organizaram por intermédio de uma comunidade do Orkut, a Bonde do Capeta, para agredir as colegas estudiosas e bonitas. Só seria aceita na comunidade quem batesse em alguém.
Elas atacaram pelo menos oito colegas. Uma destas, de 13 anos, apanhou duas vezes, e o seu corpo ficou marcado por hematomas. A informação é da EPTV.
A comunidade foi deletada, mas a polícia tem uma cópia.
Oito das supostas agressoras, acompanhadas pelos pais, tiveram de comparecer à delegacia.
A direção da escola vai transferir as acusadas para outros estabelecimentos. Elas também vão ter de cumprir medidas sócio-educativas.
Este tipo de violência se chama bullying, que é uma palavra inglesa derivada de bully (valentão).
A palavra é nova, mas tal de intimidação – que pode ser física ou psicológica - sempre houve entre os estudantes e tem aumentado com o poder de mobilização da internet.
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Vítimas do "Bonde do Capeta" sofrem ameaças
Alunas da escola estadual Domingos João Baptista Spinelli, em Ribeirão Preto, que se dizem vítimas de ameaças de um grupo de meninas apelidado de "Bonde do Capeta", afirmaram que a intimidação continua, mesmo depois que elas denunciaram o caso à polícia.
Algumas contaram que passaram a frequentar as aulas pela manhã, que choram todos os dias e que não andam mais sozinhas.
O grupo "Bonde do Capeta", segundo a denúncia, ameaçava pela internet meninas da escola que eram bonitas e estudiosas. Uma delas foi espancada. As agressoras e as vítimas têm entre 11 e 15 anos.
Ontem à tarde, o promotor da Infância e Juventude, Naul Felca, ouviu oito supostas vítimas. Uma delas, de 13 anos, contou ter sido agredida duas vezes. Na última, diz, apanhou de dez garotas do "bonde" dentro da escola.
A menina passou a estudar de manhã. "Ainda me ameaçam, dizem que vão terminar o serviço e que não é para dar entrevistas à imprensa. Estou com medo. Não fico sozinha, só ando com várias amigas."
Outra garota, de 11 anos, leu um recado na lousa: "Dá tchau para sua mãe porque você não vai voltar viva." "Já falei para a minha mãe que não quero mais voltar para a escola. Choro todo dia", disse.
O promotor disse que irá ouvir também a direção da escola e os professores sobre as supostas ameaças. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação informou que cinco supostas integrantes do grupo foram transferidas para outras escolas.
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