Pular para o conteúdo principal

França discute se presépio pode ser exposto em local público

do RFI

Decisões da
Justiça têm sido
contraditórias
A dois meses da chegada do Natal, a polêmica sobre a instalação de presépios em locais públicos voltou à França, de acordo com o jornal Le Figaro. Tribunais de Justiça estão tomando decisões contraditórias sobre o assunto, provocando confusão entre prefeitos e responsáveis públicos

"Os prefeitos das cidades franceses estão desorientados sobre o tema", afirma o jornal conservador. Isso porque diferentes tribunais de justiça do país anunciam decisões contraditórias sobre a instalação de presépios nas recepções de prefeituras ou em qualquer outro espaço livre de prédios públicos.

Há uma semana, um tribunal administrativo de Paris condenou a prefeitura da cidade de Melun a retirar o presépio da entrada do prédio. O argumento é de que se trata de um "símbolo religioso", que não pode ocupar um espaço público.

Já em Nantes, no oeste da França, a corte reverteu a decisão de um tribunal local que proibiu a exposição de um presépio no hall do Conselho Regional da região da Vendée. Com a decisão, a instituição poderia manter em seu prédio essa tradição natalina católica.

A Corte justificou que "apesar das representações de Maria e de José acompanhados dos Reis Magos em volta de Jesus", o presépio montado "se insere em uma tradição para a preparação da festa familiar do Natal e não tem a natureza de um sinal ou emblema religioso'". A Corte também indicou que a decisão foi baseada no "tamanho pequeno e na ausência de qualquer elemento religioso".

Em entrevista ao jornal, o vice-presidente da Federação Nacional do Pensamento Livre, ironizou o fato de que a justiça não tenha considerado "emblema religioso" um presépio que faz referência ao nascimento de Cristo. "Que hipocrisia", estimou Christian Eyschen.

Le Figaro lembra que a Federação está por trás de várias ações na justiça para defender a laicidade, o princípio que separa o Estado da Religião, e que é garantido por uma lei adotada em 1905.

Para demonstar como o assunto é motivo de debates calorosos, Le Figaro publicou a declaração do ex-presidente do Conselho Regional da Vendée, Bruno Retailleau. Ele afirmou que "se a Justiça tivesse impedido o presépio no hall do prédio, seria organizada uma exposição com dezenas de presépios com um caráter cultural bem visível".

O Observatório da Laicidade destaca que a lei adotada no país em 1905 deixa "uma margem de apreciação sobre a qualificação ou não das representações figurativas como símbolos religiosos". O problema, segundo o Observatório, é que muitos magistrados não são suficientemente bem informados sobre a questão. Para evitar problemas, muitos prefeitos entram em contato com a entidade para saber como instalar presépios sem desobedecer a lei.





Presépio com Jesus de cenoura causa polêmica na Inglaterra

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Cartunista Laerte anuncia que agora não é homem nem mulher

Ateu, Chico Anysio teve de enfrentar a ira de crentes