Igreja alemã propõe pagar até R$ 11,5 mil a cada vítima de padre pedófilo

Katsch disse que a oferta

da igreja não é "honesta"

O professor Matthias Katsch (foto), 48, contou que quando tinha 13 anos foi forçado a trocar carícias com um padre após ter confessado o pecado da masturbação. Algum tempo depois, outro padre o abrigou a ficar pelado e o espancou com diferentes instrumentos. Katsch afirmou que ainda se lembra dos seus gemidos de dor e os do padre -- de prazer.

Ele é uma das centenas de pessoas que poderão a partir de hoje apresentar formalmente à Igreja Católica da Alemanha um pedido de reparo financeiro decorrente de abuso de padre. A igreja informou que aceitará solicitação inclusive dos casos cuja validade jurídica já prescreveu.

Katsch, que estudou em um colégio jesuíta em Berlim, disse que o assédio dos padres o aniquilou emocionalmente e teve de lutar para vencer a depressão e o alcoolismo.

Hoje ele é um dos coordenadores da Eckiger Tisch, uma organização não governamental de amparo às vítimas de padres jesuítas.

A igreja disse estar disposta a pagar indenização de até 5 mil euros (cerca de R$ 11,5 mil) a cada vítima e, conforme o caso, 50 sessões de terapia.

Katsch disse que a oferta da igreja não é “honesta”, porque a quantia é irrelevante diante das consequências dos abusos sexuais.  A igreja quer reparar com o valor de um salário os danos com sequelas para toda a vida, disse. Na Alemanha, o salário médio é de 3,500 euros.

A reivindicação da Eckiger Tisch, afirmou, é que a indenização seja de pelo menos 80 mil euros.

Com informação das agências e da Eckiger Tisch.

Alemanha exige que igreja combata os padres pedófilos.
da revista Der Spiegel de fevereiro de 2010

Casos de padre pedófilo.