Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo cultura

Quem deve provar que Deus existe é o crente, afirma Bertrand Russell

 "Não tenha inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso" O filósofo   Bertrand Russell  costumava dizer serem os crentes que devem provar que Deus existe, e não os ateus que ele inexiste. Não pode haver inversão do ônus da prova, reforçava. Russell é o pensador ateu do século passado mais influente nos atuais dias. Seus argumentos, como o acima, são uma espécie de cartilha dos chamados "novos ateus", que, com orgulho, "saem do armário", deixando os religiosos atônitos, porque não estavam acostumados com esse tipo de coisa. No artigo “Existe em Deus”, Russell criou uma analogia entre um bule de chá e Deus para dizer que o ônus da prova da existência de Deus, ou seja lá do que for, cabe a quem dá credibilidade a essa suposta existência. Ele escreveu: “Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender ser papel dos céticos refutar os dogmas apresentados — em vez dos dogmáticos terem de prová-los. Essa ideia, obv

Capacidade de adoração é a causa de todos os crimes

de Emil Cioran Emil Cioran (1911-1995) foi  filósofo e escritor romeno Em si mesma, toda ideia é neutra ou deveria sê-lo; mas o homem a anima, projeta nela suas chamas e sua demências; impura, transformada em crença, insere-se no tempo, toma a forma de acontecimento: a passagem da lógica à epilepsia está consumada… Assim nascem as ideologias, as doutrinas e as farsas sangrentas. Idólatras por instinto, convertemos em incondicionados os objetos de nossos sonhos e de nossos interesses. A história não passa de um desfile de falsos Absolutos, uma sucessão de templos elevados a pretextos, um aviltamento do espírito ante o Improvável. Mesmo quando se afasta da religião, o homem permanece submetido a ela; esgotando-se em forjar simulacros de deuses, adota-os depois febrilmente: sua necessidade de ficção, de mitologia, triunfa sobre a evidência e o ridículo. Sua capacidade de adorar é responsável por todos os seus crimes: o que ama indevidamente um deus obriga os outros a amá-lo, na es

Escritores ateus

Sigmund Freud, ateu famoso

Judeu sem Deus Sigmund Freud (foto) é uma referência do pensamento ateísta do século 20. Ele é o fundador da escola psicanalítica da psicologia, que consiste, em resumo, da cura de psicopatologia por intermédio do diálogo entre paciente e psicanalista.

Origem (não preconceituosa) da palavra 'cretino' é 'cristão'

Nos Alpes suíços, 'crétin' significava 'cristão'  por Sérgio Rodrigues para o site de Veja Muita gente se espanta ao saber que a palavra cretino, ao nascer num dialeto dos Alpes suíços como crétin , queria dizer simplesmente “cristão”. Não se trata, porém, como pode parecer, de algum tipo de preconceito religioso. Pelo contrário: aquela gente, ao chamar de cristãos seus cretinos, estava imbuída de um profundo sentimento cristão. A explicação para isso está na lógica da compaixão e do eufemismo. Consta que a região vivia na época, devido a uma deficiência crônica de iodo em sua dieta, uma endemia de casos de disfunção da tiroide, com grande número de pessoas sofrendo de retardo no desenvolvimento físico e intelectual. Chamar essas pessoas de crétins era uma forma de se condoer de seus problemas e enfatizar sua humanidade. Como dizer que, apesar de tudo, elas também eram filhas de Deus. Essa ligação se perdeu quando, no século 18, a palavra dialetal dos Alpe

Igreja não prega a igualdade entre pessoas, afirma escritor

Benítez disse que a Igreja mente muito sobre os evangelhos e os manipula O escritor espanhol J.J. Benítez (foto) disse que a Igreja deixou de seguir a pregação de Jesus de que as pessoas são iguais entre si. Para ele, as religiões cristãs “enterraram” a “autêntica mensagem de Jesus de igualdade entre os seres humanos”. Benítez, autor do best-seller “Cavalo de Tróia”, autografou ontem (31) em uma livraria em São Paulo alguns de seus 55 livros. Ele conversou rapidamente com leitores sobre religião. Uma leitora lamentou que a Igreja esteja “mentindo um pouco”, ao que o escritor respondeu que, na verdade, ela “mente muito” sobre a vida de Jesus. A igreja não apenas mente, mas também “manipula e censura” o que diz os evangelhos, afirmou. O escritor disse que os sacerdotes não falam com clareza aos fiéis sobre a possibilidade de diferentes pessoas, ao longo da história, terem modificado o relato da vida de Jesus. É isso, segundo ele, que explica em parte o sucesso de seus

Diágoras de Melos, ateu famoso

O filósofo é chamado de "o primeiro ateu" O filósofo e poeta grego Diágoras de Melos (cerca de 465 AEC a  410 EAC)  é chamado de “o primeiro ateu” por ter sido assim citado por Cícero no De Natura Deorum . Talvez ele tenha sido o primeiro a dizer que a religião foi uma invenção dos governantes para assustar as pessoas de modo a fazê-las seguir uma ordem moral. Além de se opor ao panteão dos deuses gregos, ele criticava os mistérios de Elêusis. Foi discípulo de Demócrito. Cícero escreveu que amigos de Diágoras tentaram convencê-lo sobre a existência dos deuses com o argumento de que muitas pessoas foram salvas de tempestades graças à intercessão das divindades. O filósofo teria respondido que muito mais pessoas tinham morrido no mar sem os deuses delas nada fizessem. Foi um iconoclasta. Há um relato de que ele queimou a imagem de Hércules (ou Héracles), um semideus da mitologia grega que ficou famoso por seus doze feitos, e comentou: "Eis o décimo terceiro tra

Demócrito, ateu famoso

Demócrito é o autor da teoria atômica Demócrito (cerca de 460 a.C. - 370 a.C.) foi um filósofo da Grécia Antiga do período pré-socrático. A sua teoria atômica é tida como o ápice do pensamento grego daquela época. Anunciou que tudo na natureza é composto por átomos unidos. Afirmou que o mundo (planeta terra) era esferoide e que havia muitos outros mundos e sóis. Ele é chamado de “pai da ciência moderna” porque as suas formulações teóricas têm influenciado os físicos da contemporaneidade. Era uma pedra no sapato de Platão, que sugeriu que todas as suas obras fossem queimadas. Chamado de “filosofo do riso”, era alegre e popular. Ele ria de quem atribuía aos deuses os fenômenos da natureza. Ele morreu em torno dos 90 anos. Há registros, contudo, de que tenha vivido até os 109 anos. Tweet Ateus estrangeiros famosos.     Ateus brasileiros famosos .

Theodorus, ateu famoso

O matemático e filósofo grego Theodorus (Teodoro) nasceu por volta de 300 AEC em Cirene, local onde hoje é Shahhat, na Líbia. Foi um matemático brilhante – estudou os números irracionais e as raízes quadradas. Passou para a história como “Theodorus, o ateu” por negar todas as divindades. Ainda jovem, foi banido de Cirene, mudando-se para Atenas, onde teve contatos com Platão e Sócrates. Theodorus dizia que a felicidade podia se alcançar com a alegria e o juízo. Mas isso, para ele, não significava abdicar da defesa de seu ponto de vista, o que lhe valeu atritos e inimigos. Ele foi banido ainda jovem de Cirene, indo para Atenas. De lá, foi para Alexandria a serviço de Ptolomeu. Theodorus dizia que oferecia os seus discursos com a maior boa vontade, “com a mão direita”, mas os ouvintes os recebiam com a esquerda. De acordo com relato de Plutarco, Theodorus achava que os ignaros não aproveitam uma boa oportunidade quando ela se apresenta. “Mas as pessoas sensatas agem com

Andrew Carnegie, ateu famoso

Carnegie encontrou a verdade na evoluçã o O imigrante escocês Andrew Carnegie (1835-1919) é considerado o segundo homem mais rico da história dos Estados Unidos. Ele fundou em Pittsburg a Carnegie Steel Company . Ele fundiu a companhia com Federal Steel Company , criando um poderoso grupo que atuava nos setores de ação e de ferrovia. Carnegie doou a maior parte de sua fortuna. Financiou universidades, escolas de ensino médio e abertura de biblioteca. Ele limitou sua renda anual a US$ 50 mil. Tudo o mais ele destinou a obras filantrópicas. Foi, portanto, uma espécie de precursor de um outro ateu famoso, Bill Gates, o fundador da Microsoft, que tem destinado o seu dinheiro às pesquisas médicas, entre outras. Carnegie encontrou tempo para escrever livros de temas variados, como a riqueza e suas responsabilidades, questões sociais, filosofia e política. Ele se manteve longe das religiões porque não gostava de promover o sectarismo. Escreveu em sua autobiografia que t

Ser humano só revela o que tem de melhor quando é esmagado

Título original: 'Bonequinha de Luxo' por Luiz Felipe Pondé para Folha Não sou daqueles que acha o passado melhor que o presente, mas no cinema americano, às vezes, temo que isso seja verdade. Salvo algumas exceções, claro, como Clint Eastwood ou Debra Granik (autora do grandioso "Inverno da Alma", no original, Winter's Bone , título maravilhoso), todo mundo só quer fazer filmes para gente com idade mental de cinco anos ou ensinar as pessoas a serem melhores. Todo artista que quer fazer o mundo melhor com sua arte é mau artista ou mau-caráter. Oscar Wilde suspeitava da poesia sincera e eu, da arte engajada. "Arte do bem" é arte menor e chata. Revi o maravilhoso "Bonequinha de Luxo", de Blake Edwards, de 1961, com Audrey Hepburn e George Peppard. A última cena, ela arrependida, procurando o gato que abandonara num beco sujo, e, logo depois, os dois se beijando sob uma forte chuva, misturando as lágrimas às gotas que caem do céu, é um lo

Espiritualidade trágica dos gregos é a melhor, diz Pondé

Título original: Nêmesis por Luiz Felipe Pondé para Folha Nêmesis era a deusa grega da vingança. Ela tinha especial prazer em torturar heróis que caíam em hybris (desmedida) e pensavam ser outra coisa que mortais sob o domínio dos deuses e das moiras, senhoras divinas quase cegas que teciam o destino de todos. Fosse eu religioso, minha espiritualidade seria a trágica dos gregos, apesar da grandiosa beleza do sistema bíblico. Não que eu ache "legal" o politeísmo, mas porque eu acho que a visão de mundo dos trágicos é a melhor. A piedade trágica, aquela despertada pela empatia entre nós e os infelizes heróis do teatro grego, é que levou Nelson Rodrigues a dizer que devíamos assistir ao teatro de joelhos. A acusação feita aos trágicos é que eles negam o sentido último da vida, porque os deuses gregos eram uns loucos apaixonados e sem projeto moral para o mundo (o destino é sempre cego). Isso é verdade. O Deus de Israel, que para os cristãos encarnou no judeu Jes

Mercado do apocalipse verde tem tudo do fanatismo, diz Pondé

Título original: O infiel  por Luiz Felipe Pondé para Folha Confesso: sou um infiel. Não no sentido de infidelidade amorosa, mas religiosa. Não creio no aquecimento global por causas antropogênicas (trocando em miúdos, não acho que nossos carros estejam aquecendo o planeta, e se o Sol fosse um Deus como uns pirados achavam que ele era, estaria rindo de nós e nossos ridículos celulares). Freud estava certíssimo quando dizia que a maturidade é para poucos e viver uma infância retardada é um modo "seguro" de não enfrentar a vida adulta, que é sofrida, incerta, injusta e inviável. Isso mesmo, repito para que meu pecado conste nos autos: não creio que o aquecimento global seja causado por emissão de gás carbônico, acho (inclusive tem cientista que afirma isso, os ecocéticos) que o recente aquecimento começou antes dos últimos cem anos, nos quais nosso gás carbônico cresceu, e ciclos de esquentamento e esfriamento sempre ocorreram. Inclusive aquele aquecimento que se de

Inferno não são os outros, mas o 'marketing do eu', diz Pondé

Título original: Meu inferno mais íntimo por Luiz Felipe Pondé para Folha Um jovem rabino, angustiado com o destino da sua alma, conversava com seu mestre, mais velho e mais sábio, em algum lugar do Leste Europeu entre os séculos 18 e 19. Pergunta o mais jovem: "O senhor não teme que quando morrer será indagado por Deus do porquê de não ter conseguido ser um Moisés ou um Elias? Eu sempre temo esse dia". O mestre teria respondido algo assim: "Quando eu morrer e estiver na presença de Deus, não temo que Ele me pergunte pela razão de não ter conseguido ser um Moisés ou um Elias, temo que Ele me pergunte pela razão de eu não ter conseguido ser eu mesmo". Trata-se de um dos milhares de contos hassídicos, contos esses que compõem a sabedoria do hassidismo, cultura mística judaica que nasce, "oficialmente", com o Rabi Baal Shem Tov, que teria nascido por volta de 1700 na Polônia. A palavra "hassidismo" é muito próxima do conceito d

'Só mentirosos negam que sejamos responsáveis por nossas escolhas'

Título original: A traição da psicologia social por Luiz Felipe Pondé para Folha Olha que pérola para começar sua semana: "Esta é a grande tolice do mundo, a de que quando vai mal nossa fortuna -muitas vezes como resultado de nosso próprio comportamento-, culpamos pelos nossos desastres o Sol, a Luz e as estrelas, como se fôssemos vilões por fatalidade, tolos por compulsão celeste, safados, ladrões e traidores por predominância das esferas, bêbados, mentirosos e adúlteros por obediência forçada a influências planetárias". William Shakespeare, "Rei Lear", ato 1, cena 2 (tradução de Barbara Heliodora). Os psicólogos sociais deveriam ler mais Shakespeare e menos estas cartilhas fanáticas que dizem que o "ser humano é uma construção social", e não um ser livre responsável por suas escolhas, já que seriam vítimas sociais. Os fanáticos culpam a sociedade, assim como na época de Shakespeare os mentirosos culpavam o Sol e a Lua. Não quero dizer que não s

Só quem não tem esperança de ser virtuoso deve falar sobre moral

Título original:  A inveja das moscas  por Luiz Felipe Pondé para Folha Sou uma personalidade atormentada e dada a arroubos. Noites insones me levam a terras distantes onde nossos ancestrais vagam arrancando a vida e seu sentido das pedras. Com o passar dos anos, cada vez mais me encanta a luta desses nossos patriarcas perseguidos pelos elementos naturais, por seus próprios demônios e por deuses de olhos vermelhos cheios de sangue e dentes afiados. Construímos sonhos de autorrealização profissional, afetiva e material. A expectativa com nossa própria grandeza ocupa grande parte de nossos devaneios. O sentimento da fragilidade do mundo sempre me perseguiu desde a infância. Se os psicanalistas estiverem certos, e tudo que é primitivo é indelével, esse sentimento constitui minha substância mais íntima. Que inveja eu tenho das moscas! Livres, voando pelo mundo, sem saber de si mesmas. Li nas últimas férias a coletânea de ensaios The Best American Essays of the Century , edit

Face potencializa a banalidade da falta de afeto, diz Pondé

Título original: Narcisismo no "Face" por Luiz Felipe Pondé para Folha Cuidado! Quem tem muitos amigos no "Face" pode ter uma personalidade narcísica. Personalidade narcísica não é alguém que se ama muito, é alguém muito carente. Faço parte do que o jornal britânico The Guardian chama de social media sceptics (céticos em relação às mídias sociais) em um artigo dedicado a pesquisas sobre o lado "sombrio" do Facebook (22/3/2012). Ser um social media sceptic significa não crer nas maravilhas das mídias sociais. Elas não mudam o mundo. Aliás, nem acredito na "história", sou daqueles que suspeitam que a humanidade anda em círculos, somando avanços técnicos que respondem aos pavores míticos atávicos: morte, sofrimento, solidão, insegurança, fome, sexo. Fazemos o que podemos diante da opacidade do mundo e do tempo. As mídias sociais potencializam o que no humano é repetitivo, banal e angustiante: nossa solidão e falta de afeto. Boas qua

Origem da religião: ensinamentos dos nossos ancestrais monstruosos

Título original: Origem da religião na pré-história  por Luiz Felipe Pondé para Folha Muitos leitores me perguntaram o que aquela peça kafkiana cujo título era "Páscoa" queria dizer na coluna do dia 2/4/2012. O texto era simplesmente isto: a descrição de um ritual religioso muito próximo dos centenas de milhares que devem ter acontecido em nossa Pré-História. Horror puro, mas é assim que deve ter começado toda a gama de comportamentos que hoje assumimos como cheios de significados espirituais. Entender a origem de algo "darwinianamente", nada tem a ver com a "cara" que esse algo possui hoje. Vejamos o que nos diz um especialista. O evolucionista Stephen Jay Gould (1941-2002), num artigo de 1989 cujo título é The Creation Myths of Cooperstown , compara a origem mítica do beisebol (supostamente nascido em território americano e já "pronto") com a explicação evolucionaria do beisebol. Gould está fazendo no texto uma metáfora do

Olhavam para o céu, mas nenhuma voz saia daquela imensidão vazia

Título original: Páscoa por Luiz Felipe Pondé para Folha Duas crianças amarradas. Choravam. Nuas, sentiam frio. As cabeças doíam porque estavam meio abertas por pancadas que recebiam de vez em quando. O bando se ocupava com o cotidiano. Bater aos pouquinhos na cabeça de suas vítimas era um modo de preparar o cérebro para ser comido. Assim garantiam que estariam macios ao toque dos dentes. Duas mulheres se acariciavam e se lambiam uma a outra, enquanto o filho de uma tentava em vão penetrar uma delas. Três homens chegavam ao lugar onde viviam e traziam consigo outras duas crianças, duas meninas arrastadas pelo chão. Gritaria e felicidade. Precisavam de quatro crianças. O jantar estava próximo. A fome era um desconforto profundo. Eles se perguntavam, às vezes, o porquê de sentirem fome. Não seria mais fácil a vida tranquila das pedras? Quando aquela dor invadia suas barrigas, as boas sensações desapareciam em meio a vontade furiosa de mastigar alguma coisa. Sentiam uma e

Homens em crise existencial acabam ficando sozinhos, escreve Pondé

Título original: A síndrome de Schmidt Nicholson é o protagonista do filme "As Confissões de Schmidt" por Luiz Felipe Pondé para Folha Não, não se trata de uma doença nova, caro leitor. Apenas de um filme cujo título é "As Confissões de Schmidt", do diretor Alexander Payne, o mesmo de "Os Descendentes", que concorreu ao Oscar neste ano, mas muito melhor do que esse. Para começar, Schmidt é Jack Nicholson, o que já garante metade do filme. Mas o filme vai muito além desse grande ator. Síndrome de Schmidt, nome que eu inventei, descreve o quadro de total melancolia em que se encontra o personagem central, um homem de 60 anos, após a aposentadoria e morte repentina da sua mulher. Mas qual é o diagnóstico diferencial com relação a outras formas de melancolia? Vejamos. O filme abre com um discurso de um colega em sua homenagem, quando Schmidt se aposenta da companhia de seguros em que trabalhou a vida inteira (no caso, companhia de seguros c