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Teresópolis encontra-se sob calamidade pública. Mas juiz aprova megaculto que dará gastos

Cidade sob crise financeira prepara evento evangélico com cantores gospel, enquanto moradores relatam falhas em serviços básicos

Embora esteja sob calamidade pública, Teresópolis, na Serra Fluminense, promoverá um evento religioso financiado com verba municipal. O Tribunal de Justiça do Rio autorizou o “Clama Teresópolis”, marcado para este sábado (15), após contestação do Ministério Público.

O MPRJ pediu que a Justiça impedisse o gasto público no megaculto, argumentando o evento tem caráter religioso e não cultural, diferentemente como defende a prefeitura. O órgão citou o risco de quebra da isonomia entre crenças quando o governo financia atos de uma fé específica.

A prefeitura
enfrenta
atraso salarial
e dívidas com
hospitais
conveniados
ao SUS

A prefeitura reservou R$ 310 mil para cachês. Desse total, R$ 250 mil irão para a cantora Gabriela Rocha e R$ 60 mil para Marcelo Nascimento. 

O Ministério Público afirmou na ação que o município deveria priorizar áreas essenciais. O órgão citou falta de recursos para saúde e educação e destacou que a laicidade impede o custeio de cultos. Usou como exemplo o próprio decreto de calamidade para mostrar a gravidade da situação.

A artesã Marcia Carvalho, evangélica, confirmou que serviços básicos sofrem falhas. Citou problemas em hospitais e escolas, afirmando que a prefeitura não deve atuar como igreja. Para ela, o governo precisa respeitar a separação entre religião e poder público.

O “Clama Teresópolis” será realizado com o apoio do Conselho de Pastores Evangélicos da cidade. O pastor Bruno Couto, da Igreja Metodista, está entre os participantes, além das atrações musicais contratadas pela prefeitura.

O Ministério Público considera que o uso de verba pública para o evento prejudica o interesse coletivo. Para o órgão, o culto não se enquadra como manifestação cultural, categoria que permitiria o financiamento estatal.

O juiz Rubens Soares Sá Viana Júnior, da 3ª Vara Cível de Teresópolis, não aceitou o pedido do MP. Ele afirmou que a realização de eventos religiosos não fere a laicidade. Como exemplo, citou que agentes públicos também têm liberdade de culto, o que garantiria a realização de atividades religiosas com apoio institucional.

O magistrado disse que o MP não demonstrou prejuízo econômico. Ele indicou que o festival gospel pode aumentar o turismo e movimentar o comércio local, citando vendedores ambulantes, hotéis e restaurantes como possíveis beneficiados.

A prefeitura, em nota ao UOL, afirmou que ainda não foi notificada oficialmente. Disse que mantém compromisso com legalidade e transparência. O governo municipal argumentou que eventos religiosos impulsionam o turismo e geram empregos temporários.

> Com informações do Uol e de outras fontes, com ilustração gerada por inteligência artificial.

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