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Terapia Reiki é talvez a farsa mais ridícula da medicina alternativa

Não há nenhuma base
científica para a cura
pelo 'espírito universal'
que ativa a 'energia vital'

Edzard Ernst
professor emérito da Escola de Medicina da Península, na Universidade de Exeter, Inglaterra


   Este estudo piloto está “investigando os benefícios potenciais da terapia Reiki como uma intervenção complementar para o tratamento e gestão do estresse e da ansiedade”.

   O estudo tem com base um total de 31 voluntários que relataram estresse, ansiedade ou distúrbios psicológicos.

   A qualidade de vida relacionada à saúde foi avaliada por um questionário para ansiedade e depressão.

   Os escores pré e pós-tratamento foram meticulosamente comparados, e a importância das disparidades foi meticulosamente computada.

   A análise foi restrita aos voluntários que completaram as sessões de Reiki de três dias. Melhorias estatisticamente significativas foram discernidas em todas as medidas de resultados, abrangendo afeto positivo, afeto negativo, dor, sonolência, cansaço, náusea, apetite, falta de ar, ansiedade, depressão e bem-estar geral.

   Os autores concluíram que a constância e o extenso alcance das melhorias sugerem que a terapia Reiki pode não só abordar sintomas específicos, mas também contribuir significativamente para uma escalada predominante da saúde física e mental.

   Este estudo é quase cômico.


   Entre todas as muitas formas da chamada medicina alternativa, o Reiki é talvez o golpe mais ridículo. É uma forma de paranormal ou “cura energética” popularizada pelo japonês Mikao Usui (1865–1926). 

   "Rei" significa espírito universal (às vezes considerado um ser supremo) e "ki" é a suposta energia vital universal. Baseia-se nos pressupostos da Medicina Tradicional Chinesa e na existência do 'chi', a força vital que se presume determinar a nossa saúde.

   Os praticantes de Reiki acreditam que, com o seu método de cura prático, podem transferir “energia de cura” para um paciente que, por sua vez, estimula as propriedades de autocura do corpo. 

   Eles assumem que os efeitos terapêuticos desta técnica são obtidos a partir de uma “energia vital universal” que proporciona força, harmonia e equilíbrio ao corpo e à mente. Não há base científica para tais noções e, portanto, o Reiki não é plausível.

   O Reiki é usado para diversas condições, incluindo o alívio do estresse, tensão e dor. Houve vários ensaios clínicos testando sua eficácia. Aqueles que são rigorosos não conseguem demonstrar que o tratamento é eficaz — e aqueles que estão repletos de preconceitos, como o discutido aqui, tendem a produzir resultados falso-positivos.


   O presente estudo tem muitas falhas que são óbvias demais para sequer serem mencionadas. Durante a leitura, me fiz as seguintes perguntas:

   — Como poderia uma universidade respeitável permitir que essa pseudo-pesquisa avançasse?

   — Como poderia um comitê de ética respeitável permitir isso?

   — Como poderia um jornal respeitável publicá-lo?

   A resposta deve ser que, evidentemente, eles não são respeitáveis.

> Esse texto foi traduzido para o português e aqui publicado com autorização de Edzard Ernst.

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