Pular para o conteúdo principal

Presidente de Câmara afirma que vai ao STF defender a leitura bíblica

O vereador se ocupa de um tema que ele próprio considera sem importância


EDUARDO BANKS
jornalista e militante
da laicidade de Estado


O presidente da Câmara Municipal de Artur Nogueira (SP), Adalberto Di Lábio, disse que recorrerá até ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o seu obscurantismo contra a decisão do Tribunal de Justiça determinando que aquela Casa legislativa deixe de fazer leitura bíblica antes das sessões.

Outra vez é utilizado o argumento falacioso de que o Ministério Público, que questionou a afronta ao Estado laico na Justiça, procurar assuntos "mais importantes" para cuidar.

Ora, devolvo o argumento. Se a "leitura bíblica" não é um "assunto importante" para justificar a intervenção do MP, também o presidente da Câmara Municipal não deveria ocupar os ministros do STF com um recurso contra algo que ele mesmo admite que seria algo "menor".

Mais uma vez, quem chama a um assunto incômodo de "sem importância" é porque não quer discuti-lo. Assim, Di Lábio amesquinha aquilo que ele mesmo diz que seria a fonte dos seus valores.

Di Lábio não tem
coisa importante
para cuidar?

Comentários

CBTF disse…
Esse se preocupa de tudo, menos de cuidar da cidade que segue abandonada.
K disse…
Em uma sociedade democrática, é de extrema importância que os representantes eleitos demonstrem sensibilidade às preocupações de todos os seus constituintes, independentemente de suas convicções religiosas ou ausência delas.

A tentativa do presidente da Câmara de recorrer da decisão do Tribunal de Justiça é, na verdade, um esforço para continuar promovendo uma perspectiva religiosa específica no âmbito público, ignorando a rica diversidade de crenças e desconsiderando a necessidade de respeitar a liberdade religiosa de todos os cidadãos.

Dessa forma, é imperativo que a decisão do Tribunal de Justiça seja mantida para preservar o princípio de laicidade do Estado, assegurando que todas as pessoas sejam tratadas com igualdade e respeito em um ambiente democrático. Qualquer tentativa de impor uma religião específica nas instituições públicas representa uma ameaça à democracia e à liberdade religiosa e deve ser veementemente rejeitada.
Padilha disse…
Pensa bem se levantar para defender esse livro é se levantar para garantir domínio e alienação do nosso povo...
K disse…
Não posso concordar com a afirmação de que existem "algumas versões" da Bíblia. Prefiro adotar uma abordagem mais exata e referir-me às diferentes edições da Bíblia, chamando-as de "traduções". Esta escolha de nomenclatura é justificada pelo fato de que o âmago do conteúdo bíblico permanece, em essência, inalterado em todas as suas edições. Independentemente do idioma adotado para traduzir a Bíblia, o cerne do seu conteúdo e as suas mensagens basilares permanecem imutáveis. As narrativas, os ensinamentos e os princípios fundamentais permanecem íntegros e intocados.

A Bíblia, originalmente, foi redigida em diversas línguas antigas, notadamente o hebraico, o aramaico e o grego. Com o passar dos séculos, a necessidade de tornar esse tesouro acessível a indivíduos de distintas culturas e idiomas culminou na produção de múltiplas traduções. O propósito subjacente de cada tradução é transmitir as mensagens originárias da Bíblia em uma língua específica, todavia, a essência e os princípios fundamentais são cuidadosamente mantidos, mantendo a integridade do texto sagrado.

Por fim, a existência de múltiplas traduções da Bíblia reverbera como uma valiosa ferramenta para estudiosos e leitores, permitindo uma comparação minuciosa e um estudo aprofundado dos textos. Este enfoque enriquece de forma inestimável a compreensão das nuances das palavras e das interpretações, oferecendo, assim, uma apreciação mais rica da exploração do texto.

A meu ver, a Bíblia representa uma valiosa ferramenta para desvendar os fundamentos da nossa cultura de raízes judaico-cristã, constituindo-se como uma fonte de sabedoria e inspiração que vai muito além das fronteiras linguísticas e culturais. Contudo, concordo plenamente que a leitura da Bíblia em eventos oficiais não se justifica, uma vez que vivemos numa sociedade democrática e livre. A manutenção da laicidade do Estado é, portanto, de extrema importância.
Não bem assim "apenas" traduções "com divergências interpretativas"... Mesmo se restringindo ao VT, algo que podemos dizer de haver conteúdo antigo religioso, ele é abarrotado de erros e contradições (isso INDEPENDE de traduções).
Agora do NT, este foi deliberadamente desenvolvido para a manipuação, a começar com o MITO Jesus Cristo. Aqui mesmo no Paulopes e em inúmeras fontes há essa enorme FARSA Cristã... Aliás, devendo estar nas aulas de História como deve ser.

"princípios fundamentais são cuidadosamente mantidos, mantendo a integridade do texto sagrado."
Ah, tah. "Princípios fundamentais", se for incoerência e hipocrisia, nem entrando nas inúmeras maldades divinas, certamente. "Integridade", nem deve conhecer MESMO como as alterações são distorcedoras. Apenas no que eu disse antes está preservado. Ou seja, a Bíblia na essência é ensinar hipocrisia, incoerência, dissonância cognitiva, dentre ouros vieses e a implacável maldade divinas.

"A meu ver, a Bíblia representa uma valiosa ferramenta para desvendar os fundamentos da nossa cultura de raízes judaico-cristã, constituindo-se como uma fonte de sabedoria e inspiração que vai muito além das fronteiras linguísticas e culturais. "
Perfeitamente, nossa cultura no lado nefasto, hipócrita e toda a parte ruim tendo bases fortes nessa raízes judaico-cristã.
Fonte de sabedoria é de doer. Ter como base parcos versículos bons (e bem óbvios) cai naquela máxima da lógica religiosa que eu mesmo confirmo: "Enalteça o minúsculo lado bom. Suprima ou apenas minimalize o colossal lado ruim. Culpe os outros pelo ruim." Essa é a lógica primordial básica da religiosidade, e dos políticos quase sempre...
Os poucos versículos bons são coisas BEM antigas, anteriores das religiões. Povos bem antigos condenavam o assassinato e a mentira, p.ex. As religiões é que tem base EXPROPRIAÇÃO da moral e ética... E religiosos se acham no "direito" em serem guardiões disso, fora as manipulações para as conveniências do PODER.
Religião, enquanto apenas um direito na liberdade de crença INDIVIDUAL (e entre ADULTOS, deveria no mínimo ser proibido para menores), sem problemas quando as pessoas ficam "nas suas". O problema foi o surgimento do esquela organizado e bem pior, o institucionalizado. Lógico, faz parte da lógica manipulativa para o PODER.
K disse…
Compreendo que fique nervoso quando se trata de religião, pois existe muita hipocrisia religiosa no mundo. Qualquer pessoa que tenha bom senso fica incomodada com isso. No entanto, é importante separar as questões. O que conhecemos como a Bíblia é, de fato, uma coleção valiosa de antigos livros que são fundamentais para a nossa cultura.

No que diz respeito às alegações de manipulação, prefiro recorrer a fontes acadêmicas respeitáveis em vez de fontes tendenciosas, como blogs. Por exemplo, é amplamente reconhecido que o conteúdo do P52, datado de 125 d.C., coincide com as cópias atuais do Evangelho de João. Além disso, o Rolo de Isaías do Mar Morto, de cerca de 100 a.C., contém a mesma mensagem que o Códice de Alepo, um importante manuscrito hebraico massorético de cerca de 930 d.C. As suspeitas de alterações na Bíblia foram refutadas nas décadas de 1940 e, hoje em dia, apenas alguns grupos neoateus insistem em uma controvérsia que não tem mais base.

É verdade que a religião católica usou a Bíblia para opressão, mas isso não diminui o valor da Bíblia como documento histórico e cultural. Inegavelmente, a Bíblia é um dos textos mais antigos e influentes da história, documentando eventos, culturas e crenças antigas e proporcionando insights sobre a evolução das sociedades ao longo do tempo.

Além disso, independentemente de interpretações religiosas, a Bíblia contém ensinamentos que moldaram os valores morais e éticos da sociedade, os quais podem ser apreciados e aplicados secularmente. Ela também oferece informações valiosas sobre a história do Oriente Médio, costumes, linguagem e eventos da época em que foi escrita.

Portanto, embora a Bíblia tenha sido usada para opressão em certos contextos, seu valor como documento histórico e cultural permanece significativo e merece reconhecimento.
"K" nem entendeu o que escrevi...
Além do apelo ad hominem, vem com apelo de autoridade...
Sim, a Bíblia tem sua importância, mas em nada de ser coisa boa no geral. O que me refiro. E as CONTRADIÇÕES e inúmeros ERROS ESTÃO lá. Sejam em quais versões forem. Teria alta nota NEGATIVA em REDAÇÃO, inclusive. Belo livreco para a "cultura geral" de um povo.
São fundamentais para nossa cultura, só se fundamentais para a INTOLERÂNCIA, PRECONCEITOS, CHARLATANISMOS etc isso sim!
Ter algum conteúdo histórico que alega EM NADA invalida de ser (emoji do cocô)...
Meu primeiro post continua válido na lógica dessas INSÂNIAS religiosas.
A própria história de Jesus Cristo É uma ENORME FARSA! Saiu aqui no Paulopes artigos a respeito. Melhor a História, doa a quem doer!
Tantos livros melhores, tantos de filosofia, Política (olha o "P" em vez de "p"), mas querem a trolha Bíblia. Se uma cultiura de um povo foi corrompida pela religião, devemos incluir filosofia, Política, CIÊNCIAS etc coerentes para melhorar o povo, deixando o mesmo com a Bíblia (e outras religiões, fés) na privacidade de seus lares ou locais de culto, ok!

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Cartunista Laerte anuncia que agora não é homem nem mulher

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Evangélico 'enviado de Cristo' dá marretadas em imagem de santa

Sam Harris: não é Israel que explica as inclinações genocidas do Hamas. É a doutrina islâmica

Música gravada pelo papa Francisco tem acordes de rock progressivo. Ouça