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Três anos depois, Brasil chega a 700 mil mortes da Covid-19

Embora o país tenha 2,7% da população mundial, as mortes pela pandemia chegam a 10% do total

JOSÉ EUSTÁQUIO DINIZ ALVES
demógrafo

A pandemia da Covid-19 completa 3 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o mundo vivia uma pandemia em 11 de março de 2020. Os primeiros casos da Covid-19 foram identificados na China em dezembro de 2019, mas a doença se espalhou pelo mundo no ano seguinte.

No Brasil, o primeiro caso confirmado da Covid-19 foi registrado no final de fevereiro e a primeira morte foi registrada em 12 de março de 2020.

Em três anos, o país registrou mais de 37 milhões de pessoas infectadas e deve atingir 700 mil óbitos registrados até meados de março de 2023. 

O Brasil tem 2,7% da população mundial e 10% do número de mortes globais contabilizadas pela OMS. Mas como existe subnotificação de óbitos, o número do excesso de mortes pela Covid-19 ultrapassa 1 milhão de vítimas fatais.

O coeficiente de mortalidade no Brasil foi muito superior ao da maioria dos países e houve uma queda da expectativa de vida ao nascer, que estava em 75,3 anos em 2019 e caiu para 72,8 anos em 2021. Todavia, deve se recuperar para 76,2 anos em 2023, segundo a Divisão de População da ONU.

O gráfico abaixo mostra a média diária de casos da Covid-19 no Brasil, para o período de março de 2020 a fevereiro de 2023. Nota-se que o máximo de casos diários em 2020 ocorreu no mês de julho com 40,7 mil registros, o máximo de 2021 ocorreu em março com 70,9 mil registros diários e o máximo de 2022 ocorreu em fevereiro com 120 mil registros diários. 

Em dezembro de 2022 ainda foram registrados 34,4 mil casos diários. Mas em 2023, o ritmo diminuiu e foram registrados 16 mil casos diários em janeiro e 8 mil casos diários em fevereiro. A tendência é de continuidade da queda.

Média diária de casos de Covid-19 no Brasil:
 março de 2020 a fevereiro de 2023


Dados do Ministério da Saúde

Em nível global, a Covid-19 já atingiu 225 países e territórios nos últimos 3 anos. No dia 1º de março de 2020, havia somente 1 país com mais de 10 mil casos confirmados de Covid-19 (a China) e havia 5 países com valores entre 1 mil e 10 mil casos (Irã, Coreia do Sul, França, Espanha, Alemanha e EUA). 

No dia 01/05/2020 somente os EUA registraram mais de 1 milhão de pessoas infectadas. No dia 1º de janeiro de 2021 já eram 18 países com mais de 1 milhão de casos da covid-19. Um ano depois passou para 42 países com mais de 1 milhão de casos. 

Em 2022, o salto foi grande e o mundo chegou a 71 países com mais de 1 milhão de casos em 01/12/2022. 

Em 2023 já são 73 países com mais de 1 milhão de casos. Os destaques ficam para os EUA que já registram mais de 105 milhões de casos acumulados e a Índia com mais de 45 milhões de casos.

O número de mortes no mundo atingiu um valor expressivo em abril de 2020, com 7,4 mil óbitos diários. Mas no final deste mesmo ano os valores aumentaram e atingiram o pico máximo da série em janeiro de 2021, com 14,8 mil óbitos diários. 

Nos meses seguintes o número de mortes diminuiu, mas se manteve em patamares elevados. Em fevereiro de 2022, o máximo chegou a 11 mil óbitos diários. 

Em janeiro de 2023 houve um pico anormal em decorrência dos registros de mortes da China, mas a tendência tem sido de queda e o mês de fevereiro de 2023 terminou com uma média abaixo de 1 mil óbitos diários, o menor valor desde março de 2020.

O fato é que a pandemia aumentou o número de mortes no mundo, reduziu a expectativa de vida e também fez cair o número de nascimentos, afetando a dinâmica demográfica em diversos aspectos (inclusive nas taxas de migração). 

A pandemia afetou também a dinâmica econômica, provocando recessões e aumentando a fome a pobreza. Os custos da Covid-19 foram extremamente elevados.

Cabe aos dirigentes globais e nacionais tirarem as lições deste fenômeno e se prepararem para proteger o mundo de novas epidemias e também construir uma economia internacional mais justa, mais inclusiva e mais sustentável.

> Esse texto foi publicado originalmente no EcoDebate

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