Pular para o conteúdo principal

Evangélico comete intolerância ao dizer 'Você precisa encontrar Jesus'? Polêmica

Juristas evangélicos afirmam que a frase não significa ameaça ou desprezo e pedem remoção dela de campanha contra a intolerância

PAULO LOPES | notas de um ateu
jornalista

Se alguém me disser, sabendo que sou ateu, que preciso encontrar Jesus, é intolerância religiosa, claro, desde que não seja uma provocação de brincadeira.

Mas eu não ligo para esse tipo de coisa. Podem afirmar que sou da Igreja de Satanás, como às vezes algum crente propaga na rede social, e eu não estou nem aí. Ateu também não crê em Satanás, obviamente. Ao menos do delírio do mundo sobrenatural estou livre.

Ocorre que "você precisa encontrar Jesus" se tornou nova polêmica religiosa.

O governo da Bahia, por ocasião do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, publicou em seu site algumas afirmações que devem ser evitadas. E o próprio governo acabou sendo acusado de intolerância por evangélicos por considerar como ofensa a afirmação 'Você precisa encontrar Jesus'.


A Associação Nacional dos Juristas evangélicos pediu ao governador Jerônimo Rodrigues Souza que removesse do site a frase transcrita com "tom preconceituoso contra cristãos".

Argumentou: "Afirmar que alguém 'precisa de Jesus' não é uma ameaça, uma agressão nem um menosprezo, considerando que os cristãos entendem que todos são necessitados de Cristo''.

Judeus e muçulmanos podem não gostar de ouvir tal pregação, como conselho ou crítica, mostrando não ser fácil às vezes identificar uma intolerância religiosa, porque depende do entendimento subjetivo de quem fala e de quem ouve.

O governo da Bahia acabou removendo da frase do site.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa se comemora no dia 21 de janeiro porque foi nesse dia, em 1999, que a mãe de santo Gilda morreu de enfarto após ler na Folha Universal, com a foto dela, a manchete “Macumbeiros charlatões lesam bolso e vida de cliente”.

Assim, o dia de combate à intolerância é, na verdade, uma reação à perseguição às religiões de matriz africana, principalmente por evangélicos.

É por isso que entidades evangélicas, como a Associação Nacional dos Juristas evangélicos, não participam de atividades pelo transcurso da data.

Essa gente precisa encontrar Jesus.

> Com informação de Associação Nacional dos Juristas Evangélicos e do site do Governo da Bahia.



Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Padre afirmava que primeiros fósseis do Brasil eram de monstros bíblicos, diz livro de 1817

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

'Meu filho gay não representa nenhuma ameaça à humanidade'

por Paulo R. Cequinel  em resposta a um leitor no post Milhares de europeus católicos e protestantes pedem desbatismo Para que as coisas todas fiquem sempre muito claras, prezado Jefferson, devo dizer que meu filho mais novo é gay e que decidiu viver sua sexualidade abertamente. Como pai tenho o dever incontornável de, enquanto eu estiver por aqui, defender os valores, a honra, a imagem e a vida do meu menino. Eu, imoral? Meu filho, imoral e anticristão? A cada 36 horas uma pessoa LGBTT é assassinada neste país, e uma das razões, a meu juízo, é a evidente legitimação social que a LGBTT-fobia de origem religiosa empresta aos atos de intolerância e de violência contra essas pessoas que são, apenas, diferentes. Meu filho não ameaça nenhuma família ou a humanidade, como proclamou o nazistão do B16 recentemente. Aos 18, estuda muito, já trabalha, é honesto, é amoroso, é respeitado por seus companheiros de escola (preside o grêmio estudantil) e é gay, e não se esconde, e não

Alunos evangélicos de escola de Manaus recusam trabalho de cultura africana

Comissão vai apontar religiosos que ajudaram a ditadura

Pinheiro disse ser importante revelar quem colaborou com os militares A Comissão Nacional da Verdade criou um grupo para investigar padres, pastores e demais sacerdotes que colaboraram com a ditadura militar (1964-1985), bem como os que foram perseguidos. “Os que resistiram [à ditadura] são mais conhecidos do que os que colaboraram”, afirmou Paulo Sérgio Pinheiro (foto), que é o coordenador desse grupo. “É muito importante refazer essa história." Ele falou que, de início, o apoio da Igreja Católica ao golpe de Estado “ficou mais visível”, mas ela rapidamente se colocou em uma “situação de crítica e resistência.” O bispo Carlos de Castro, presidente do Conselho de Pastores do Estado de São Paulo, admitiu que houve pastores que trabalharam como agentes do Dops, a polícia de repressão política da ditadura. Mas disse que nenhuma igreja apoiou oficialmente os militares. No ano passado, a imprensa divulgou o caso do pastor batista e capelão Roberto Pontuschka. De dia ele co

Milagrento Valdemiro Santiago radicaliza na exploração da fé

Pastor homofóbico vai presidir Comissão de Direitos Humanos

Feliciano ficou famoso por seus twitters preconceituosos O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) vai ser o próximo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Feliciano é conhecido por suas afirmações homofóbicas e preconceituosas. Em 2011, no Twitter, ele escreveu que os resultados de um relacionamento amoroso entre duas pessoas do mesmo sexo são ódio, crime e rejeição. A comissão tem sido presidida por um deputado do PT, mas agora o partido cedeu o cargo para o PSC (Partido Social Cristão), que é da base de apoio do governo. O PSC ainda não anunciou oficialmente a indicação de Feliciano, mas o pastor-deputado confirmou ao Estadão que a escolha do seu nome já foi decidida. A igreja de Feliciano é a Ministério de Avivamento, de Orlândia (SP). Ele dedica a maior parte do seu tempo, como pastor e deputado, a combater o movimento gay pela igualdade de direitos. Em 2012, por exemplo, ao participar do Congresso dos Gideões Missionários de

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Comentaristas da Jovem Pan fazem defesa vergonhosa do cristianismo bolsonarista

Pastora Sarah Sheeva fala da época em que era 'cachorrete'

Sarah Sheeva (foto), 39, contou um pouco sobre como era a sua vida de “cachorrete”, de acordo com seu vocabulário, quando acabou o seu casamento. “Eu era igual a sabonete de rodoviária”, disse. “Eu passava de mão em mão e era arrogante quando falava dos meus pecados.” Nesta época, foi ninfomaníaca.