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Padres da Polônia continuam abusando de crianças: 369 casos em dois anos

> JESÚS BASTANTE
Religión Digital

Os abusos a menores não são coisa do passado, nem gotas no oceano. O caso da Igreja polonesa demonstra, claramente, que este drama não pode ser silenciado eternamente. O último relatório, apresentado pelo episcopado do país mostra uma realidade cruel: 292 padres abusaram de 368 crianças entre 2018 e 2020.

O relatório não se detém aos abusos, mas também entra na negligência e, em alguns casos, no voluntário encobrimento de abusadores, e na dinâmica do silêncio ante a pedofilia clerical neste país, um dos mais católicos de toda Europa.

Dziwisz investigado


Tudo isso em meio a uma investigação conduzida pelo cardeal Angelo Bagnasco, que se concentra na atuação do secretário-pessoal de João Paulo II e cardeal de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, neste drama. Outros bispos e arcebispos foram recentemente sancionados pela Santa Sé, dentro da aplicação da política de ‘tolerância zero’ promovida por Bergoglio.

“Pedimos desculpas às vítimas”, disse o líder da Igreja polonesa, Wojciech Polak, em uma entrevista coletiva online. Por sua vez, o bispo encarregado da luta contra os abusos, Adam Zak, destacou a necessidade de uma maior conscientização sobre o drama do abuso infantil, pois a realidade mostra que o abuso, longe de desaparecer, continua em número muito elevado.

Assim, o relatório anterior, referente ao período de 1990 a 2018, falava de 382 clérigos, que teriam abusado de 625 menores. Em apenas dois anos, de 2018 a 2020, o número é de 292 e 368. Simplesmente escandaloso.

Adeus a outro bispo encobridor


Por outro lado, segundo a Efe, o bispo polonês Zbigniew Kiernikowski foi substituído pelo Vaticano após uma investigação por negligência em relação a abusos sexuais na diocese de Siedlce.

A arquidiocese da cidade polonesa de Lublin (leste) informou nesta segunda-feira que Kiernikowski apresentou sua renúncia após a conclusão de um processo iniciado pela Santa Sé quando era bispo em Siedlce e após acusações de negligência feitas em relação ao caso de um padre que infringiu o abuso sexual de um menor.

A arquidiocese polonesa informou que o Vaticano tomou a decisão de aceitar a renúncia do bispo em aplicação do Código de Direito Canônico e “no final do procedimento” iniciado.

O bispo serviu como chefe de Siedlce entre 2012 e 2014, anos em que os acontecimentos ocorreram, e o Vaticano, segundo o arcebispado de Lublin, tomou a decisão em consideração às “dificuldades de gestão da diocese de Legnica”, da qual ele era um bispo.

Kiernikowski, 64, foi ordenado bispo por João Paulo II em 2002 e ocupou cargos importantes na Igreja Católica Polonesa, já que era membro do Conselho Científico e de várias associações católicas internacionais.

> Com tradução de Wagner Fernandes de Azevedo para IHU Online.

Comentários

Além da corrupção de menores, abusam dos mesmos.
ICAR sendo ICAR...

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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