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Igrejas dos EUA usam soft para obter dízimo de doentes mentais e vulneráveis, mostra documentário

Nos Estados Unidos, pequenas e grandes igrejas usam um soft com dados sobre portadores de perturbações mentais, pobres, viciados e vulneráveis em geral para capturar essas pessoas fragilizadas pela rede social, de modo a aumentar sua base de coleta de dízimo e, a longo prazo, radicalizá-las na extrema direita. 

É o que mostra o documentário britânico People You May Know, da cineasta Katharina Gellein e de Charles Kriel, consultor do Parlamento do Reino Unido sobre desinformação.

Os dois e uma equipe de jornalistas investigaram nos Estados Unidos a origem e o uso da plataforma chamada de Insights.

Gellein e Kriel já sabiam que o banco de dados online tinha sido desenvolvido pela empresa de software Gloo, que contou com a colaboração da Cambridge Analytica, companhia que pediu falência em 2018 por reforçar desinformações para ajudar a eleger Trump e interferir no resultado do referendo que tirou o Reino Unido da Comunidade Econômica Europeia.

Katharina Gellei e Charles Kriel

O documentário revela o entrelaçamento de interesses políticos com fundamentalistas religiosos e a pregação bem sucedida da extrema direita. A equipe fez centenas de entrevistas, principalmente com líderes religiosos, políticos e pessoas que tiveram envolvimento no esquema. 

"Falamos com quantas pessoas pudemos", afirmou Gellein ao site Deutsche Welle.

"Analisamos os dados e descobrimos que as pessoas que desenvolveram a plataforma tinham vínculos com a Casa Branca por intermédio de uma poderosa organização conservadora sem fins lucrativos, uma das mais poderosas dos Estados Unidos".

Trata-se da Council for National Policy, que atua a quatro décadas para reescrever a Constituição americana de acordo com orientações da Bíblia.

A coleta de dados da plataforma Insights está focada em "pessoas com dificuldades financeiras, também naquelas que podem estar tentando se livrar da dependência de opioides ou lidando com problemas bipolares", disse Charles Kriel.

"Todas essas opções estão disponíveis no software. As pessoas, quando identificadas, são localizadas na rede social, sendo atraídas para a igreja, onde também elas podem ser recrutadas para a militância da extrema direita."

No site do Insights, Scott Beck, cofundador e CEO da Gloo, nega as denúncias do documentário, sem citá-lo.

Afirma que a empresa é secular e apolítica, que não coleta nem venda informações pessoais, nunca teve negócio com a Cambridge Analytica  e que tem sido alvo de teoria da conspiração.

Na entrevista ao site alemão, Kriel disse ter certeza das finalidades ocultas da plataforma porque conhece que o desenvolveu. 

Ele reconheceu que algumas pequenas igrejas usam a ferramenta para realmente ajudar pessoas, mas isso não se aplica à maioria das usuárias, principalmente aos megatemplos, que sabem muito bem o que querem.

Trailer do documentário

 

Com informação da Deutsche Welle  e do site da Insights e de outras fontes.




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Comentários

Leandro Bueno disse…
Vi o trailer e li a entrevista que a diretora deu para a Deutsche Welle e tudo leva a crer ser um filme ALARMISTA e VAZIO. Fala-se que igrejas dos EUA usariam o tal software. Que igrejas seriam estas? NADA É DITO. Fora que toda a narrativa vai ao encontro da agenda da mídia oficial de querer dizer que apenas as pessoas de direita é que fazem fake news, sendo que isso é um fenômeno que independe de ideologias. Essa coisa ridícula começou na eleição de Trump, quando a MSM foi surpreendida pela vitória dele, e em vez de fazerem uma auto-crítica para reconhecerem as várias razões pelas quais Hillary perdeu o pleito, resolveu a mídia dizer que tudo foi culpa das Fake News e dos russos, sendo que isso nunca foi provado. Ademais, pergunto: Que doentes mentais e vulneráveis? Chegaram a conseguir algo? Para mim, se o que o documentário coloca é verdade, penso até que tirar dinheiro destes grupos sociais é bem mais complicado.
Anônimo disse…
Sabendo que eu sei de algumas igrejas evangélicas do Brasil, o documentário parece ter muita credibilidade.
Anônimo disse…
No Brasil, as igrejas evangélicas que exploram a fé dos mais pobres não precisam de soft algum, porque usam as emissoras de TV.

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