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Ateus tentam impedir gasto de R$ 80 mi em centro evangélico disfarçado de museu

A Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) está tentando impedir que o Distrito Federal e parlamentares evangélicos autorizem o gasto de R$ 80 milhões, no mínimo, com a construção de um Museu da Bíblia, deixando, assim, de destinar esses recursos para demandas urgentes neste momento de pandemia e desemprego. 

A associação deu entrada a uma ação civil pública intimando o governo do Distrito Federal a apresentar uma justificativa válida para a construção do museu, que, se concluído, funcionará como um centro de eventos evangélicos.

O museu terá espaço para cultos e cerimônias festivas, salas para palestras e cursos, locais para venda de obras de editoras evangélicas, lanchonetes, etc. 

Convencido por um grupo de parlamentares evangélicos, o governador Ibaneis Rocha (MDB) assinou uma Carta de Intenções e Compromisso para a construção do museu com base em um suposto projeto de Oscar Niemeyer, garantindo, para isso, a doação de um terreno de 10 mil metros quadrados.

O terreno fica dentro de uma área tombada para preservar a história do conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília. Por isso, a doação, se for confirmada e autorizada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), poderá ser questionada na Justiça.

Rolando Piccolo Figueiredo, estudioso do legado de Niemeyer, tem denunciado que o arquiteto nunca fez um projeto para a construção de um museu da Bíblia em Brasília, mas apenas um rascunho, com tantos outros que deixou.

Ele diz: "Mesmo se considerarmos a ampla gama de obras executadas pelo arquiteto a partir de desenhos escassos ou pouco detalhados, neste caso não é possível sequer dizer que existe um anteprojeto — as quatro pranchas de desenho são absolutamente insuficientes para garantir uma construção cuja autoria pudesse ser atribuída postumamente".

Pode-se concluir, assim, pela avaliação de Figueiredo, que o rascunho de Niemeyer está sendo valorizado por motivos comerciais, políticos e religiosos, desprezando a laicidade de Estado.  

Previsto para ser inaugurado em 2022, o museu seria administrado pela Sociedade Bíblica Brasileira, uma empresa evangélica.

A pedido do juiz Paulo Afonso Cavichioli Carmona, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o procurador Ivan Machado Barbosa disse que não pode se manifestar sobre a ação civil pública da Atea porque só existem estudos iniciais para a construção do museu e que, para a doação do terreno, seria necessária uma lei.

Na ação, o advogado da Atea, Thales Bouchaton, argumenta que a construção do museu seria “uma afronta ao povo do Distrito Federal e ao povo brasileiro”, porque o que está em jogo são “interesses privados de segmentos religiosos que possuem influência no governo do Distrito Federal e no Congresso".

Evangelicos e políticos
tentam lucrar com
rabiscos de Niemeyer

Com informação da Atea, do Tribunal do DF, do Correio Braziliense e de outras fontes. 


Comentários

Anônimo disse…
Pq eles não fazem isso com o dinheiro deles? as igrejas são ricas, não pagam impostos e agora tiveram todas suas dívidas bilionárias perdoadas. Mas como sempre querem mamar no dinheiro do povo.
Psiquê disse…
Se Deus não existe, então diga boa velocidade do ateu em vez de bom dia, pois o dia é o tempo da fórmula da velocidade.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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