Paulo Lopes Com a intenção de aumentar o seu rebanho, a Igreja Universal está distribuindo lanches às pessoas que se submetem a longas filas na Caixa Econômica Federal para sacar o auxílio emergencial da crise da Covid-19, diz reportagem da revista “piauí”.
“No Rio de Janeiro, por exemplo, no bairro de Campo Grande, um dos mais povoados da Zona Oeste, os obreiros [da Universal] se postam na fila da Caixa diariamente para distribuir comida e fazer sua propaganda silenciosa”, escreve a jornalista Consuelo Dieguez, autora do texto “A fila da Fome”.
Focos de contágio do novo coronavírus, as filas são compostas pelos mais pobres entre os pobres dos brasileiros e ali é fácil conquistar pessoas com qualquer coisa que se dê.
A cabeleireira Isabel de Nova Friburgo (RJ) é um exemplo. No dia 29 de abril, ao meio-dia, em uma fila de 500 metros que começou a se formar às 5 h, ela ficou agradecida por um lanche da igreja do bispo Edir Macedo.
“Eles [os obreiros] foram lá ajudar. A minha igreja, que também é rica, não mandou ninguém para dar uma força para nós”, disse.
Consuelo Dieguez relatou:
Vindos de um estacionamento próximo, um grupo de fiéis da igreja Universal do Reino de Deus surgiu trazendo caixas com sanduíche, galões com suco de frutas e copos.
“O grupo de oito pessoas trajava camiseta branca e azul marinho com a inscrição Igreja Universal bordada em vermelho no bolso e também nos bonés. Junto com eles, um fotógrafo com o mesmo uniforme, documentava a cena.
Em silêncio, eles caminharam até a porta da Caixa Econômica e iniciaram a distribuição. A presença de obreiros da Universal na fila de atendimento da Caixa tem sido uma constante.
Proibidos de fazer pregação nos templos, por ordem do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), eles encontraram um meio de tentar aumentar o rebanho através das doações de comida.
Não chegam exatamente a fazer pregação, porque o contato com o público precisa ser rápido. Mas o logo da igreja transforma os obreiros em propaganda viva.
O portal da Universal reagiu com fortes críticas à “piauí”, com um texto com muitos adjetivos, tentando diminuir a importância da revista.
Pontuou que a publicação tem “uma clara orientação ideológica de esquerda — que por isso despreza o pensamento cristão” —, o que explicaria o seu “súbito interesse” em criticar a Universal.
Negou que esteja tirando proveito das pessoas das filas do auxílio emergencial e acusou a repórter de enxergar “malícia em um simples ato de caridade”.
A questão é esta: se a Universal quer mesmo ajudar desinteressadamente as vítimas mais “humildes” da recessão do Covid-19, por que ela não se restringe a fazer sem alarde doações de alimentos em grandes quantidades a comunidades carentes, o que ela já diz estar fazendo?
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A cabeleireira Isabel de Nova Friburgo (RJ) é um exemplo. No dia 29 de abril, ao meio-dia, em uma fila de 500 metros que começou a se formar às 5 h, ela ficou agradecida por um lanche da igreja do bispo Edir Macedo.
“Eles [os obreiros] foram lá ajudar. A minha igreja, que também é rica, não mandou ninguém para dar uma força para nós”, disse.
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Vindos de um estacionamento próximo, um grupo de fiéis da igreja Universal do Reino de Deus surgiu trazendo caixas com sanduíche, galões com suco de frutas e copos.
“O grupo de oito pessoas trajava camiseta branca e azul marinho com a inscrição Igreja Universal bordada em vermelho no bolso e também nos bonés. Junto com eles, um fotógrafo com o mesmo uniforme, documentava a cena.
Em silêncio, eles caminharam até a porta da Caixa Econômica e iniciaram a distribuição. A presença de obreiros da Universal na fila de atendimento da Caixa tem sido uma constante.
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Não chegam exatamente a fazer pregação, porque o contato com o público precisa ser rápido. Mas o logo da igreja transforma os obreiros em propaganda viva.
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