Paulo Lopes Neste sábado, 9 de maio de 2020, o número oficial de mortos no Brasil chegou a 10.000. Mas os negocionistas da ciência, por convicção ou interesse, querem muito mais.
O líder da horda desses oportonobscurantistas é o presidente Jair Bolsonaro, que anunciou para hoje um churrasco para 30 pessoas. Eles vão brindar os mortos e o sofrimento de suas famílias?
A loucura do presidente é tamanha que não há limite para sua insensatez.
No transatlântico do delírio bolsonarista estão os empresários mais preocupados com a morte de CNPJs, pessoas jurídicas, que com a de CPFs, pessoas físicas. Os CNPJs dependem dos CPFs, e vice-versa, mas tudo em seu devido momento. Agora, a prioridade é preservar o máximo possível a vida de pessoa de carne e osso.
Estão com o presidente gente abjeta do seu entorno político, como seus filhos, Abraham Weintraub, Ernesto Araújo, Damares Alves e Regina Duarte.
No mesmo transatlântico estão Edir Macedo, Silas Mafalaia, Valdemiro Santiago e muitos outros exploradores da fé dos pobres, que sofrem de carência extrema de atenção do Estado ao longo da história brasileira.
Esses “homens de Deus” serão os primeiros a pularem do grande barco à deriva de Bolsonaro, se perceberem que haverá logo à frente um afundamento, a exemplo do que fizeram com a presidente Dilma.
Neste dia em que o coronavírus demonstra que é ele que está acima de todos e tudo, pelo menos enquanto os cientistas trabalham por uma vacina, Bolsonaro se tornou um símbolo que transcende a ele, para representar a vitória da ignorância e de tudo que a tem alimentado.
É a vitória da falta de investimento na educação, saúde e desenvolvimento científico, das crenças sobre o conhecimento. Da picaretagem de religiosos sobre o Estado laico.
É a vitória do capitalismo selvagem e do sistema financeiro, que, aqui mais do que em qualquer outro lugar do mundo, obtém lucros exorbitantes, vergonhosos, desumanos.
É a vitória da ladroagem dos políticos e da corrupção dos administradores públicos, que desviam recursos assim como no mito dos vampiros, que sugam o sangue de suas vítimas, sem matá-las, mantendo-as enfraquecidas para não esgotar a fonte de seu alimento.
O transatlântico de Bolsonaro não vai chegar a porto algum, vai afundar, porque há um limite para tudo, o que inclui o escárnio de alguém que degusta um churrasco enquanto milhares de pessoas choram seus mortos e milhões têm pela frente a maior recessão econômica que o país já teve.
A dúvida é saber se, depois disso tudo, o Brasil conseguirá emergir preservando o seu regime democrático, para seguir um rumo condizente com a dignidade humana.
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